À base de açaí, Michel Trator aposta em jogo de pressão para desbancar adversário invicto no UFC
Acusado pela USADA (Agência Antidoping dos EUA) de ter feito uso da substância proibida boldenona exógena, Michel Trator ficou suspenso por dois anos. Com a sentença cumprida, ele retorna ao octógono no próximo dia 26 de junho para enfrentar Shavkat Rakhmonov no UFC Vegas 30, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Com um cartel de 13 vitórias em 13 lutas, o cazaque sequer chegou ao terceiro round, tendo vitimado todos seus adversários via nocaute ou finalização. Sedento por um combate, o paraense acredita que o oponente vai, enfim, conhecer o amargo sabor da derrota.
“Estou vendo as lutas dele e ele nunca lutou contra um cara do meu estilo, que vá exigir o máximo dele em todas as áreas. Conforme essa luta for se desenrolando, as chances dele vão diminuindo, porque minha compleição física é muito maior que a dele, meu jogo agarrado é muito melhor do que o dele. Sou do Jiu-Jitsu raiz, old school, acredito que a hora que a gente se agarrar e for para o chão, ele vai passar um sufoco”, desenha o brasileiro.
“Ele é um cara muito alto. Estou treinando bastante para não ser um problema e acredito muito nas minhas qualidades. Sei que eu vou imprimir o meu jogo. Ele é um cara muito duro, não tem como dizer o contrário, ele é invicto, nunca chegou ao terceiro round, mas comigo vai ser diferente”, complementa.
Se por um lado Rakhmonov sempre vence até, no máximo, no segundo round, Michel Trator conquistou 14 de suas 26 vitórias levando a luta para a decisão, mostrando sempre um preparo físico pujante. Tal energia ele credita a um famoso fruto da região amazônica.
“Minha energia com certeza vem do açaí, da nossa alimentação tradicional paraense. Consumo desde moleque. Todo paraense que toma é um casca-grossa. Esse nosso fruto original do Norte traz muita energia para a gente”, garante o lutador.
A relação do faixa-preta de Jiu-Jitsu com o açaí vai além. Coincidência ou não, Bony Monteiro, fundador do famoso Bony Açaí, possui um papel importante em sua trajetória.
“O Bony sempre incentivou toda a galera do Pará, é um cara muito sangue bom, ajuda muita gente, tanto do Jiu-Jitsu quanto do MMA. Eu só tenho a agradecer, porque quando muitos não acreditavam em mim, ele acreditou, me ajudou com patrocínio, passagens, junto com o Lyoto falou com o Wallid para me colocar no Jungle Fight. Enfim, sou um cara privilegiado por ter esse cara do meu lado”, reconhece o lutador do UFC.