Agora no WGP, Vitor Miranda fala em ‘sonho’ de lutar no Glory e detalha demissão do UFC: ‘Eu já esperava’

Agora no WGP, Vitor Miranda fala em ‘sonho’ de lutar no Glory e detalha demissão do UFC: ‘Eu já esperava’

Por Mateus Machado

Recomeço. Assim pode ser resumido o atual momento de Vitor Miranda nas artes marciais. Oriundo do Kickboxing, o brasileiro, após se destacar em competições da modalidade, decidiu migrar para o MMA e, em 2014, chegou ao UFC. Na maior organização do mundo nas artes marciais mistas, fez sete lutas, mas acabou dispensado em agosto passado após sofrer três derrotas consecutivas, fato inédito na sua carreira no esporte.

A demissão causou uma reviravolta em sua vida. Aos 39 anos, Vitor decidiu voltar às origens e, no próximo dia 16 de dezembro, em Joinville – sua cidade natal -, enfrentará o paraguaio Marcelo Nuñez em duelo válido pelo WGP Kickboxing, considerado atualmente um dos principais torneios da modalidade. Em entrevista à TATAME, o lutador falou sobre o retorno à modalidade onde se consagrou e a expectativa de lutar na cidade onde nasceu.

“Essa possibilidade de eu lutar em casa e na minha ‘arte mãe’ é excelente. Estou voltando para a minha cidade, conseguindo trazer um evento desse porte para Joinville, e vai ser sensacional. Tenho certeza que vou dar um show. O tempo é curto para treinar, o adversário é duro… Um paraguaio grandão, de 1,90cm, forte, mas eu confio na minha habilidade e vou dar o máximo nos treinamentos para dar um show ao público”, projetou.

Confira a entrevista completa com Vitor Miranda: 

– Anúncio de dispensa por parte do UFC

A partir do momento que eu perdi a terceira seguida, eu já esperava esse comunicado. Veio uma carta por e-mail, em uma madrugada dessas (risos)… Veio praticamente uma semana depois da minha última luta, dizendo que eu estava liberado do contrato. Eu já esperava, não foi uma surpresa para mim. Claro que não é o que a gente quer, mas as regras do jogo são claras. Sabemos que quando um cara, geralmente, perde duas seguidas, já pode ser mandado embora. Eles ainda gostavam de mim e me colocaram uma terceira luta, mas eu perdi e não tive mais o que fazer, infelizmente. É bola pra frente.

– Reação ao ser dispensado pelo Ultimate

Se fosse um outro momento, eu sairia muito triste do UFC. Mas eu saí com a cabeça bem erguida e com esperança, já traçando novos objetivos, porque as possibilidades, hoje em dia, são bem grandes. Não vou ficar desempregado, inclusive já estou com luta marcada.

– Mudanças feitas no UFC nos últimos anos

O UFC está mudando muito, está ficando cada vez mais com ‘cara’ de entretenimento, o esporte está ficando um pouco de lado. É complicado analisar, porque ao mesmo tempo que eles fazem um programa rigoroso de antidoping para deixar o esporte mais justo, por outro lado eles permitem coisas, como as ‘fanfarronices’ do McGregor, como o ‘trash talk’, ofensa entre os lutadores, tudo isso para promover uma luta. Enquanto eles querem deixar o esporte profissional, eles mesmos acabam estragando o negócio, é um paradoxo enorme. Por conta dessa empresa que comprou o UFC, que é muito focada no entretenimento, eu acredito que essas mudanças são reflexo da estratégia que eles vão fazer, e com certeza, cada vez mais, vai ter lutador sendo dispensado, e eu acredito que só os que tem ‘veia artística’ para promover lutas, além de vencer, terão vez no UFC. Esse é meu pensamento.

– Retorno a cidade natal e luta pelo WGP

Eu já estava com planos de vir para Joinville, que é minha cidade natal, no começo do ano que vem. Mas com essa demissão precoce do UFC, eu decidi vir logo, porque estou abrindo minha academia em Joinville, então meus treinamentos já estão focados aqui. Por conta de eu ter assinado um contrato com o WGP para fazer uma luta aqui, então casou de forma perfeita. Estou focando apenas no Kickboxing, somente na luta em pé, e depois dessa luta vamos ver o que o futuro nos reserva. Mas a ideia é seguir o restante da minha carreira no Kickboxing, claro que vou pensar também nas propostas de MMA, se valerem a pena. Mas eu gostaria muito de me manter no Kickboxing, lutar o Glory, e assim por diante.

– Oportunidade de voltar a lutar no Kickboxing

Essa possibilidade de eu lutar em casa e na minha ‘arte mãe’ é excelente. Estou voltando para a minha cidade, conseguindo trazer um evento desse porte para Joinville, e vai ser sensacional. Tenho certeza que vou dar um show. O tempo é curto para treinar, o adversário é duro… Um paraguaio grandão, de 1,90cm, forte, mas eu confio na minha habilidade e vou dar o máximo nos treinamentos para dar um show ao público presente.

– Possibilidade de lutar no Glory depois

Lutar o Glory fecharia o ciclo da minha carreira com chave de ouro, porque quando eu fazia a luta em pé, antes de fazer MMA, o meu foco era o K-1, que era o maior evento de luta em pé do mundo. Eu sempre quis o K-1, mas aí o evento fechou as portas, parou de acontecer e aí não teve mais nenhum evento de peso. Com isso, migrei para o MMA e passei a focar no maior evento da modalidade no mundo, que é o UFC. Mas agora tendo o Glory no cenário, um evento importante, de nível mundial, é onde eu quero mirar, com certeza. É tentar resgatar aquele sonho que eu tinha há dez anos, quando migrei para o MMA, e agora estou tendo a oportunidade real de concretizar esse sonho. Vou em busca.