José Aldo diz que novo caso de doping ‘mancha a carreira’ de Anderson; confira
Por Yago Rédua
Um dos maiores lutadores da história do UFC, Anderson Silva foi notificado pela USADA (Agência Antidoping dos EUA) por uma possível falha em um exame antidoping. E José Aldo, em entrevista coletiva na última segunda-feira (20), na Upper Arena, no Rio de Janeiro, afirmou que esse novo caso pode “manchar” o legado do ex-campeão dos médios.
“Querendo ou não, reduz bastante. Ele foi pego duas vezes. Se fosse uma… duas vezes pode condená-lo a isso. Pode atrapalhar, sim, sujar a carreira dele, que, para mim, foi uma das melhores. Isso suja uma carreira, hoje em dia, muitos fãs, jornalistas e pessoas do meio falam que o Anderson só foi campeão porque foi dopado. Isso suja a carreira. Tento tomar todas as precauções, fazer exatamente da maneira que tem que ser feito. Antes de iniciar o camp, mando e-mail para a USADA e para a WADA falando tudo o que vou tomar e, quando liberam, a gente começa. É uma precaução que não só eu, mas todos os atletas precisam tomar”, apontou Aldo, que saiu em “defesa” de Cigano, que também foi pego.
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“Sobre o Cigano, ele se trata na mesma médica que eu, mesma linhagem. Então, creio que ele não tomou nada para melhorar a performance ou algo do tipo. Acho que dessa vez ele está muito mais inocente do que culpado. Já o Minotouro, eu não sei como é que foi. Acho que os atletas ainda pecam bastante em se medicar, sem consultar o próprio médico. A USADA muda muito os componentes que são doping, recebemos sempre e-mails com o que é não é doping e o que é, para nos atualizarmos”, apontou o ex-campeão dos penas.
Sem ‘problema’ em invasão de cage
Neste mês, pelo Bellator 187, Conor McGregor se exaltou durante a comemoração da vitória de um companheiro de treino e acabou criando uma grande confusão. O irlandês invadiu o cage, chegou a empurrar o árbitro Marc Goddard e até foi acusado de dar um tapa no rosto de um comissário. Porém, para Aldo, “Notorious” é “emotivo” e isso faz parte. O próprio brasileiro afirmou que já “invadiu” diversas vez o cage do Shooto Brasil.
“Não vi o vídeo, mas eu soube. Faz parte, é um cara emotivo. Quando tem irlandês no meio, não só ele, mas o povo irlandês abraça bastante. Eu não vejo que ele fez para aparecer. Ele sempre subiu. Quando a gente estava no TUF, um atleta dele ganhou, ele subiu, pulou lá dentro, rasgou até a calça. É um cara emotivo, não condeno ele por esse fato, não. Para mim, sim (as críticas são injustas). Quantas vezes já invadi o Shooto Brasil quando teve alguém que tinha uma proximidade comigo? O árbitro fala comigo, mas eu subo. É no calor da emoção, há muitas coisas além de só regras”, comentou Aldo.
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Sobre o irlandês ter conquistado o cinturão dos leves do Ultimate há um ano e ainda não ter defendido, José Aldo foi bem claro e apontou que “a sua divisão está rodando”. Além disso, afirmou que o UFC precisa tomar uma iniciativa e apostou em Tony Ferguson, campeão interino, como “favorito” diante de McGregor em um possível confronto.
“Graças a Deus a minha categoria está rodando, seria ruim se estivesse parada. É difícil, os atletas todos sonham em lutar pelo título, serem campeões, e o cara está travando. Quem tem que tomar a decisão é o UFC. O UFC tem que tirar o cinturão ou fazer a defesa, todo mundo está esperando por isso. Está chegando nesse momento. Ele tem que fazer essa defesa, colocar o cinturão em jogo, para aí, sim, ser o campeão. Por enquanto, só ganhou o título, mas acho que o Ferguson tem grandes chances de ser o campeão no futuro”.