Aldo cita superluta nos leves e título dos penas: ‘Se eu conseguir, paro campeão’
Por Yago Rédua
José Aldo entrou no octógono diante do perigoso Jeremy Stephens, no UFC Calgary, no último dia 28, sob uma forte pressão após duas derrotas seguidas para Max Holloway, atual campeão da divisão dos penas. Contudo, ex-campeão precisou de apenas um round para espantar a má fase e nocautear o norte-americano, voltando a triunfar no Ultimate após dois anos. Ainda no cage, o brasileiro desabou em lágrimas e não conteve a emoção.
“Tinha uma pressão, vínhamos de duas derrotas. Eu estava ali para vencer, não queria saber qual seria o resultado. Eu só queria a vitória. Acho que a emoção foi por fatores nossos, que temos em mente, dentro da cabeça. Eu estava muito bem treinado, focado e sabia que o resultado viria. Acho que a pressão não vinha da mídia, dos fãs, de nada. Eu fiz a minha história, não tem como apagar, já tenho um nome, um legado. Era uma coisa minha, da minha família e pessoas bem próximas que sabem qual foi a emoção que eu passei ali dentro. Essa vitória trouxe um conforto para mim e para eles. Era isso que eu queria, vencer… E logo depois veio o aniversário da minha filha, queria dar esse presente para ela. A emoção foi completa por isso”, contou Aldo em coletiva imprensa, afirmando que ainda não sabe qual vai ser o próximo passo na divisão dos penas e no Ultimate.
“Estamos esperando para ver o que vai acontecer. Eu torço pela recuperação do Max Holloway e que ele possa voltar a lutar. Eles (UFC) estão pensando em fazer uma luta diretamente pelo título, o que é nada mais justo. Tanto ele como o Brian (Ortega) estão nas cabeças. É difícil falar disso, temos que saber o que vai acontecer. Vamos ver como vai ser a recuperação do Max, para ver a medida que iremos tomar depois”, destacou Aldo.
O “Campeão do Povo” ainda analisou seu confronto com Stephens e o golpe certeiro que derrubou o adversário, além de falar sobre Brian Ortega, a mensagem de apoio de Conor McGregor, as chances de realizar uma superlutas nos leves, seu desejo de encerrar a carreira como campeão e o corte de peso para o UFC Calgary, citando sua dramaticidade.
Confira abaixo a entrevista com José Aldo na íntegra:
– Análise da luta com Stephens e golpe certeiro
Agora eu posso falar realmente aquilo que eu passei na semana da luta. Eu sabia que essa luta seria muito difícil durar os cinco rounds. O Jeremy (Stephens) é um cara muito duro, que tem uma pegada muito forte na mão. Qualquer um dos dois que errasse, a luta poderia acabar. Então, graças a Deus, eu pude acabar com a luta na primeira oportunidade. Ele me acertou bons golpes, mas eu pude assimilar, segurar a onda e acertei bons golpes. Na primeira oportunidade, pude encaixar um bom golpe e encerrar a luta.
– Mensagem de apoio dada pelo Conor McGregor
Eu também fiquei feliz. O gesto faz parte, não só eu, mas todos os que conhecem a minha história sabem da minha felicidade. Acho que isso é espírito da luta, ela nos ensina isso.
– Brian Ortega como o seu próximo adversário
O Brian é um grande atleta, mas aí, eu deixo isso muito mais nas mãos do Dedé, porque ele entende mais sobre isso. Eu chego lá dentro e só luto. E não vi as últimas lutas dele, até porque eu nem gosto de assistir luta. Eu vejo futebol, futebol americano e NBA, que eu tenho uma paixão muito grande. Agora na luta, se não tiver alguém lutando da academia… Geralmente, eu nem assisto ao evento. Eu deixo sempre para os meus treinadores, eles sempre procuraram passar os melhores momentos de lutadores que eu posso no futuro lutar contra. Nessa parte, eu estou certo com o Dedé, o que ele achar, eu tô com ele.
– Se aposentar campeão e superluta nos leves
O plano não segue o mesmo, pelo fato de querer ser campeão de novo. Acho que estamos próximos, nunca saímos dali de perto. Essa luta mostrou a minha qualidade, o meu potencial e se eu conseguir o título, eu paro como campeão. Penso sim (ir em busca de uma luta no peso-leve). Não pelo corte de peso, mas para fazer uma grande luta na minha carreira. Quero me testar com outros atletas de outras categorias. Estou esperando a definição da divisão dos penas para tomarmos alguma decisão a respeito do meu futuro.
– Corte de peso difícil para o UFC Calgary
Geralmente, eu sou um cara que bato o peso mais fácil da academia. Não tenho tantas dificuldades, eu fico no peso quase sempre. De manhã, antes da pesagem, eu faço um teatro, todo mundo já sabe que eu vou fazer e eu vou bater o peso. Eu sou um cara zoador (risos). Teve uma vez que o Dedé tirou todos os relógios do quarto, celular de todo mundo para eu não ter o controle do tempo. Então, eu quero fazer a última banheira, descer e pesar. Não tenho esse problema de ficar batendo o peso, sou tranquilo em relação a isso.