Aluno de Carlson, Peixotinho relembra ‘época de ouro’ do Jiu-Jitsu e fala sobre o Prime Experience em São José dos Campos

Aluno de Carlson, Peixotinho relembra ‘época de ouro’ do Jiu-Jitsu e fala sobre o Prime Experience em São José dos Campos

Os últimos preparativos estão sendo realizados para a disputa do Prime Experience Jiu-Jitsu International Championship, que acontecerá no próximo dia 8 de dezembro, no Ginásio ADC Embraer, em São José dos Campos. Com isso, a expectativa é grande para mais um evento de alto nível em uma cidade que, com o passar dos anos, desenvolveu um grande trabalho na arte suave.

Quem rasgou elogios ao Prime Experience foi o casca-grossa Otávio Peixotinho, considerado um dos principais alunos do saudoso Carlson Gracie na década de 1980. Famoso por realizar lutas espetaculares contra as lendas do esporte Royler e Rickson Gracie, o carioca falou sobre a expectativa para o evento.

“A expectativa em relação ao Prime Experience Jiu-Jitsu em São José dos Campos é excelente. Eles são referência em Jiu-Jitsu e só tenho que parabenizar pelo trabalho feito e pelos grandes eventos que já foram realizados desde então. Foram muito bem indicados pelo Grande Mestre e meu amigo Sérgio Lisboa, introdutor do Jiu-Jitsu no Vale do Paraíba. Tenho certeza que vai ser mais um grandioso evento da Prime e que reunirá muita gente boa do nosso Jiu-Jitsu”, festejou Peixotinho em entrevista à TATAME.

Com uma bonita trajetória na arte suave, Otávio Peixotinho fez parte de uma grande geração de lutadores que foi capitaneada por Carlson Gracie durante anos. Ao lembrar do período de ouro do esporte, o faixa-preta citou o nome de diversos outros atletas que fizeram história ao longo dos anos no Jiu-Jitsu.

“Realmente, para mim, foi muito bom, porque pude conviver com grandes lutadores, grandes mestres… Uma diversidade enorme de técnicas aprendidas com várias pessoas, porque na academia do Carlson Gracie, naquela época, tinha muita gente boa. Foi tudo muito proveitoso, principalmente em relação às aulas com o Carlson, o Pinduka, Rosado, De la Riva, Fernando Rosenthal, entre muitas outras feras. Eu fui um felizardo”, disse o veterano, que ainda comentou sobre a vez em que enfrentou nomes como Rillion Gracie, Sylvio Behring, Maurício Gomes e Rickson Gracie, todos em um mesmo torneio.

“Sempre fui competidor, porque sempre quis testar as minhas técnicas. Então, foi muito interessante eu ter lutado com o Rickson, Royler, Rillion, o Maurício Gomes, que é pai do Roger Gracie, além do Rodrigo Miranda, outro grande lutador. Teve um campeonato que eu fiz cinco lutas, em 1985, onde lutei peso e absoluto em Niterói, no Rio de Janeiro. Na primeira luta, peguei o Zé Paraíba, aluno do Osvaldo Alves. Na segunda, peguei uma luta muito boa com o Rillion Gracie no absoluto, ele quase pegou meu braço no finalzinho, mas consegui passar a guarda dele, o que era muito difícil. Na sequência, enfrentei o Sylvio Behring, onde fiz uma luta muito boa, consegui pegar o braço dele no armlock em 37 segundos. Na quarta, enfrentei o Rickson Gracie. Era minha quarta luta, a segunda dele, e ele com 10kg a mais (risos). Foi pauleira demais, acabei perdendo na ocasião. Na quinta luta fiz a final do peso leve. Esse dia eu destaco, porque eu sempre tentei ser o melhor, e muitas vezes você não consegue (risos), principalmente quando você está na mesma época que o Rickson Gracie e com 10kg a menos (risos)”, contou o casca-grossa, que por fim falou como via o Jiu-Jitsu na sua época e as diferenças para o que é visto no esporte atualmente.

“Vivi a época de ouro do Jiu-Jitsu, porque naquela época o nosso foco era só a finalização, e hoje em dia, muitas vezes, eu vejo lutas em que as pessoas se contentam em ganhar só por uma vantagem. Eu acredito que o Jiu-Jitsu evoluiu muito, com muitas variações que não tinham na minha época, como berimbolo, guarda 50/50… Mas a diferença é que eu entrei no Jiu-Jitsu na época visando a Defesa Pessoal, para me defender, e hoje em dia o Jiu-Jitsu evoluiu mais visando a competição. Acho muito feio os dois lutadores puxarem para a guarda na mesma hora, não tem uma queda. Acho que as regras atrapalharam o verdadeiro Jiu-Jitsu. Eu treinei o Jiu-Jitsu que era voltado para me defender da briga (risos), então acho que nós tivemos mais a base da Defesa Pessoal, acho que isso está sendo esquecido hoje em dia. Tem ‘neguinho’ batendo em guilhotina, faixa-preta batendo em guilhotina. Mas eu acompanho e vejo a evolução, e tento acompanhar todas as mudanças, as novas posições. Estou sempre de olho no esporte”, encerrou.

SERVIÇO:

Prime Experience Jiu-Jitsu International Championship
Ginásio ADC Embraer, em São José dos Campos (SP)
Domingo, 8 de dezembro de 2019
Inscrições: aqui