Aluno de Jiu-Jitsu que ficou tetraplégico após golpe de instrutor receberá indenização de R$ 315 mi

O universo do Jiu-Jitsu segue repercutindo a decisão da Suprema Corte da Califórnia (EUA), que manteve a condenação contra a academia Del Mar Jiu-Jitsu Club, envolvida em um grave incidente ocorrido em 2018. O caso envolveu Jack Greener, então iniciante no esporte, que sofreu uma lesão cervical severa durante uma sessão de treino com o instrutor faixa-preta Francisco Iturralde, conhecido pelo apelido “Sinistro”. A lesão deixou Greener tetraplégico.

Entre no grupo grátis de tips da Tatame e venha forrar com a tropa, clique AQUI

Na ocasião, Greener, hoje com 30 anos, era um praticante recém-iniciado e se preparava para se formar na faculdade. Durante uma sessão supervisionada, o instrutor aplicou uma técnica que resultou em uma compressão catastrófica das vértebras cervicais do aluno. O movimento específico, segundo especialistas, envolveu uma transição que direcionou o peso total do corpo do faixa-preta diretamente sobre o pescoço do iniciante, violando protocolos básicos de segurança durante o rola.

Beginner Paralyzed After Jiu-Jitsu Move—$56M Verdict Upheld 🥋

San Diego, 2018: 30-year-old Jack Greener was left paralyzed from the neck down after a jiu-jitsu sparring session with black-belt instructor Francisco Iturralde, known as “Sinistro.”

🎥Video shows Greener on all… pic.twitter.com/V8fyZXGfFp

— Intrigue Archive (@IntrigueArchive) June 6, 2025

Rener Gracie, faixa-preta de Jiu-Jitsu e neto do mestre Hélio Gracie, foi chamado a depor como perito técnico na audiência judicial. Em seu depoimento, ele detalhou o risco envolvido na execução da manobra.

“O instrutor faixa-preta aplicou uma técnica que colocou todo o peso do seu corpo no pescoço de Greener, fazendo com que ele caísse instantaneamente mole e perdesse toda a função dos membros”, afirmou Rener, em trecho divulgado pelo “New York Post”.

A defesa do aluno argumentou que houve negligência grave por parte da academia e do instrutor ao expor um iniciante a uma situação que excede em muito os riscos inerentes ao esporte. A Suprema Corte da Califórnia rejeitou o pedido de apelação da Del Mar Jiu-Jitsu e manteve a sentença de indenização no valor de 56 milhões de dólares (cerca de R$ 315 milhões). O caso agora avança para instâncias federais.

Os advogados de Jack Greener, que atualmente atua como palestrante motivacional, celebraram o desfecho: “Uma vitória jurídica crítica não apenas para nosso cliente, mas também para atletas lesionados em toda a Califórnia, ao reafirmar que instrutores e instalações esportivas podem ser responsabilizados quando aumentam irracionalmente os riscos além daqueles inerentes ao esporte.”

O caso acende um alerta importante para toda a comunidade do Jiu-Jitsu: a responsabilidade técnica e ética dos instrutores vai além da transmissão de conhecimento — envolve também garantir que o ambiente de aprendizado seja seguro, especialmente para praticantes em níveis iniciais. Técnicas de pressão cervical e transições de controle devem ser cuidadosamente adaptadas conforme o nível técnico e a experiência do praticante.

Para conferir mais notícias sobre Jiu-Jitsu, clique aqui