André Galvão analisa chance de voltar aos tatames, luta com Gordon Ryan no ADCC e revela negociação: ‘Não luto por dinheiro, mas eu mereço’
Aposentado das competições de Jiu-Jitsu desde 2019, quando derrotou o duro Felipe Preguiça e faturou o tetracampeonato das superlutas do ADCC, André Galvão frequentemente é questionado sobre um retorno aos tatames. A princípio, o líder da Atos, como campeão da última superluta do ADCC, precisaria defender seu posto na próxima edição do torneio, que está programada para o ano de 2022 – e não mais em 2021, por causa da pandemia. No entanto, o faixa-preta de 38 anos aguarda uma boa oferta do evento para pensar.
Em entrevista à TATAME durante o BJJ Stars, realizado no último sábado (6), o experiente faixa-preta revelou que já recebeu até mesmo uma sondagem para lutar pela companhia liderada por Fepa Lopes e, apesar de ressaltar que pode refletir a respeito de um retorno, sua atual fase como professor o deixa 100% satisfeito.
“Todo mundo sempre comenta, quer me ver lutando novamente. Eu me aposentei em 2019, estou aposentado, mas a superluta do ADCC seria agora, em 2021, então eu teria que decidir se ia lutar ou não. Mas na minha mente, eu já sabia que iria me aposentar em 2019. Eu converso muito com o Fepa Lopes e ele falou: ‘a hora que você quiser, a gente senta, conversa e vê uma luta (pelo BJJ Stars)’. Pode ser, mas estou muito focado nos meus alunos. Uma luta ou outra até dá, mas estou com 38 anos já (risos), enquanto a molecada está aí, com 22/23 anos. Gosto muito de lutar, vai depender do meu coração, do momento. Estou numa fase muito boa como professor. Já ganhei seis títulos do ADCC, seis títulos mundiais na faixa-preta, três no World Pro, dez títulos pan-americanos na faixa-preta. Já tenho meu legado, agora estou fazendo vários campeões mundiais também, a Atos San Diego está incrível. Não é uma coisa que me motiva tanto (voltar a lutar), mas se acontecer… Os fãs sempre pedem para me assistir novamente, então vamos ver”, afirmou o casca-grossa.
Já a possibilidade de lutar a próxima edição do ADCC existe, mas André Galvão reforçou que a organização precisa chegar a um “denominador comum” na questão financeira. Caso o acordo aconteça, o atleta terá pela frente o americano Gordon Ryan, que em 2019 foi campeão duplo (categoria até 99kg e absoluto).
“Eu me preparo muito bem para lutar o ADCC, mas devido ao fator idade, parte física e tudo mais, estou em momento de declínio, justamente por estar beirando os 40 anos. Apesar de não aparentar (risos), quando chegar o ADCC, estarei com 40 anos, enquanto o Gordon (Ryan) vai estar com 25/26 anos, não chegou nem ao auge ainda. Ele tem muito a provar e sabe que essa luta seria boa para ele, é a luta que ele gostaria de fazer. Para mim não faz diferença alguma. Já conquistei tudo o que eu queria, ninguém vai tirar isso da história. Sou recordista de títulos do ADCC e acho difícil alguém conquistar o que conquistei lá. Eu estava negociando com o ADCC… Falam que eu posso lutar por dinheiro, mas não, é algo que eu mereço. A premiação do ADCC é um valor que uso só para o meu treino, nem ganho nada com isso, o que tem a importância é o título, o status e respeito que se ganha como atleta. É a Copa do Mundo do Jiu-Jitsu, então todo mundo sonha em ganhar o ADCC, e eu consegui realizar isso seis vezes. Se o ADCC me der aquilo que eu quero, a gente luta, mas se eles não quiserem, não. Não luto por dinheiro, eu mereço”, finalizou Galvão.