Após derrota em estreia, Anderson Berinja revela ‘foco’ no Wrestling para duelo no UFC Greenville

Após derrota em estreia, Anderson Berinja revela ‘foco’ no Wrestling para duelo no UFC Greenville

BUENOS AIRES, ARGENTINA - NOVEMBER 17: Anderson dos Santos of Brazil interacts with the crowd prior to facing Nad Narimani of United Kingdom in their featherweight bout during the UFC Fight Night event inside Arena Parque Roca on November 17, 2018 in Buenos Aires, Argentina. (Photo by Alexandre Schneider/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)

Por Mateus Machado

Lutador com grande experiência no mundo da luta, com um cartel de 20 vitórias e sete derrotas, Anderson Berinja chegou ao UFC no ano passado e, logo em seu primeiro desafio, pegou a luta contra Nad Narimani com poucos dias de antecedência e fora de sua categoria de origem, sendo derrotado na decisão unânime dos jurados.

Com lições tiradas de seu debute na maior organização do mundo de MMA, o paulista volta a entrar em ação neste sábado (22), no card do UFC Greenville, que será realizado na Carolina do Sul (EUA). O adversário será o também experiente Andre Ewell, que vem de revés em sua última apresentação . Em entrevista à TATAME, Berinja falou um pouco de sua estratégia para o combate.

“Tenho que ir encurtando a distância com calma, trocando um pouco de porrada, sem entrar direto, para entrar bem na queda. Eu vou conectar minha mão também, mas a intenção é encurtar e derrubar, trabalhar por cima até pintar uma brecha e finalizar”, destacou.

Confira a entrevista com Anderson Berinja na íntegra:

-Preparação e foco no Wrestling

Posso falar que meu camp foi perfeito. Nas últimas oito semanas, a gente fez um trabalho bem forte, tanto em pé quanto no chão, trabalhando bastante o Wrestling. No último ano, a gente priorizou muito essa parte. Na nossa equipe, a gente sempre trabalhou muito bem o Jiu-Jitsu, o Boxe também. O brasileiro é muito bom em finalizar, mas às vezes a gente peca um pouco para derrubar os caras, então eu procurei dar muito foco no Wrestling, até porque eu vou pegar um striker que é mais alto que eu, tem boa envergadura, então eu vou precisar encurtar a distância e usar o Wrestling, sempre dando prioridade à luta agarrada.

-Importância do Wrestling no jogo dos lutadores

O meu treinador de Jiu-Jitsu sempre gostou da luta agarrada, treinou nos EUA, na academia do Randy Couture por um tempo e trouxe esse ‘background’ para o Brasil. Por conta disso, eu sempre fui ‘amarradão’ em jogar para o chão, ‘amassar’, usar as posições de domínio no Jiu-Jitsu, mas a luta começa em pé, então você tem que conseguir chegar no cara, encurtar, agarrar ele e jogar para baixo. A gente sempre trabalhou bem isso, mas eu procurei evolução quando estive nos EUA, treinando com grandes wrestlers. Quando voltei para o Brasil, a gente buscou um dos principais treinadores de Wrestling do país para praticar cada vez mais. O brasileiro é muito bom na luta de solo, mas precisa do Wrestling para complementar. Hoje em dia, se não me engano, dos campeões do UFC entre os homens, só o Max Holloway não é wrestler, todos os outros são wrestlers. Então, se a gente não acompanhar os caras, vamos ficar para trás. Prova disso é que, atualmente, não temos nenhum cinturão masculino no UFC entre os brasileiros.

-Derrota em estreia no UFC

A questão da ansiedade não pegou para mim. Claro que eu estava ansioso para estrear no UFC, é a realização de um sonho, mas tudo isso eu fui curtindo dia após dia na semana da luta. Foi tudo muito rápido… Eu assinei o contrato e já lutei poucos dias depois. Durante a semana, a gente foi abaixando a adrenalina e, na hora da luta, para mim foi normal. Lógico que era uma responsabilidade maior, uma visibilidade maior, mas fiquei tranquilo. Lógico que tem a questão de eu pegar a luta faltando apenas 11 dias, a diferença de peso em relação ao adversário, mas eu acho que lutei bem pra caramba, foi uma boa luta de três rounds. Acabei perdendo, faz parte. Agora estou na minha categoria e vamos em busca da vitória.

-Análise do adversário

A gente sempre tem que entrar pronto para qualquer coisa, mas ele é um striker, canhoto, então muito provavelmente ele vem para trocar porrada. Vi as últimas lutas dele e geralmente ele costuma golpear bastante, é o jogo dele. Um cara agressivo, então eu tenho que ir encurtando a distância com calma, trocando um pouco de porrada, sem entrar direto, para entrar bem na queda. Eu vou conectar minha mão também, mas a intenção é encurtar e derrubar, trabalhar por cima até pintar uma brecha e finalizar.

-Vitória no sábado e pedido para lutar no UFC São Paulo

O plano é lutar no sábado, anotar uma boa vitória, mostrei que não cheguei no UFC à toa e a intenção já é pedir uma luta no card de São Paulo, em novembro. É um sonho lutar no meu país, no ‘quintal de casa’, no Ibirapuera. Vamos em busca disso.

CARD COMPLETO:

UFC Fight Night 154
Greenville, na Carolina do Sul (EUA) 
Sábado, 22 de junho de 2019

Card principal
Peso-pena: Renato Moicano x Zumbi Coreano
Peso-galo: John Lineker x Rob Font
Peso-meio-médio: Bryan Barberena x Randy Brown
Peso-mosca: Andrea Lee x Montana De La Rosa
Peso-médio: Kevin Holland x Alessio Di Chirico
Peso-palha: Ashley Yoder x Syuri Kondo

Card preliminar
Peso-pena: Dan Ige x Kevin Aguilar
Peso-leve: Matt Wiman x Luís Peña
Peso-pesado: Allen Crowder x Jairzinho Rozenstruik
Peso-mosca: Molly McCann x Ariane Lipski
Peso-médio: Deron Winn x Eric Spicely 
Peso-galo: Andre Ewell x Anderson Berinja