Após dominar ADCC 2022, Gordon Ryan vê Brasil defasado: ‘Muitos não têm acesso a tecnologia’

Após dominar ADCC 2022, Gordon Ryan vê Brasil defasado: ‘Muitos não têm acesso a tecnologia’

Realizado no último fim de semana, em Las Vegas (EUA), o ADCC 2022 deixou alguns pontos a serem discutidos. Foi a edição com o menor número de títulos do Brasil – três medalhas de ouro, mas 14 pódios no total – e pela primeira vez os Estados Unidos tiveram o maior número de conquistas – cinco ouros ao todo, sendo quatro em categorias e um na superluta.

Durante bate-papo no podcast Joe Rogan Experience, Gordon Ryan e Mo Jassim, presidente do ADCC, conversaram sobre o fato de o Brasil realmente perder a hegemonia na maior competição de grappling do mundo. O dirigente citou que os atletas do Brasil precisam aumentar a qualidade do Wrestling para não ficarem defasados e também comentou sobre as chaves de pé que eram vistas como “trapaças” no Jiu-Jitsu. Já Gordon, que brilhou na última edição ao vencer a categoria +99kg e a superluta contra André Galvão, foi além.

O americano citou a falta de tecnologias dos brasileiros como principal ponto para perderem o posto de potência no grappling nos próximos anos. Gordon apontou como uma das causas para isso a questão financeira e até mesmo a desvalorização do real diante do dólar.

“A questão é que tudo se resume à tecnologia. As pessoas que têm mais tecnologias, vão acabar vencendo com o passar dos anos. Então, o maior problema para o Brasil é que a tecnologia que nós temos são os vídeos instrutivos. Se você pode entrar de qualquer lugar do mundo e comprar um vídeo do John Danaher ou um vídeo do Gordon Ryan, você pode assistir isso. Na minha opinião, é a melhor tecnologia que tem”, disse Gordon, que prosseguiu:

“O problema com o Brasil é que as minhas instruções são US$ 250 dólares, isso são 1000 reais no Brasil (na realidade, na conversão desta sexta (23), o valor seria de R$ 1.313 mil). Eu tenho 20 vídeos. Então, você realmente vai conseguir alguém no Brasil que vá gastar 20 mil reais com os meus vídeos? Muita gente no Brasil não tem esse dinheiro e não tem recursos financeiros para comprar essa tecnologia. Isso vai tornar mais difícil eles (brasileiros) ficarem no mesmo nível de Estados Unidos e Europa, porque eles simplesmente não têm acesso. Muitos têm acesso, mas muitos não têm acesso a tecnologia”, comentou.

Por fim, o pentacampeão do ADCC acredita que nos próximos anos, o grande embate será entre Estados Unidos e Europa, principalmente com a entrada dos lutadores russos.

“Então, eu acho que na próxima década será uma competição entre Estados Unidos e Europa. A Rússia, quando começar a colocar dinheiro no esporte… Você pega um cara que faz Wrestling desde pequeno, que cresceu no meio do nada da Rússia, e começa a fazer Jiu-Jitsu novo e ainda tem Wrestling, isso vai ser um problema”, concluiu.

Voce Eu1

Para conferir mais notícias sobre o ADCC 2022, clique aqui.