Após superar infecção e suspensão, Melissa Gatto cita expectativa para, enfim, estrear no UFC: ‘Estou muito mais forte’

* Invicta no MMA, com seis vitórias, Melissa Gatto passou por uma série de acontecimentos no ano de 2019. Contratada pelo Ultimate, a lutadora faria sua estreia no UFC 237, em maio, onde enfrentaria a compatriota Talita Bernardo, no entanto, uma infecção de pele na perna a retirou do card a poucos dias do evento.
A nova chance para seu debute, então, foi remarcada para o UFC 239, em julho do ano passado, e sua adversária seria a peso-galo Julia Avila, mas um novo golpe atingiu a brasileira. Melissa foi flagrada em exame antidoping realizado pela USADA e testou positivo para a substância furosemida, através de uma coleta de urina realizada no dia 05 de junho. O elemento é considerado proibido pelo órgão e está presente na classe dos diuréticos e agentes mascaradores. A atleta, então, precisou cumprir suspensão de um ano.
Com a suspensão cumprida, Melissa Gatto terá uma terceira chance para fazer sua estreia na organização. No dia 13 de junho, a atleta da equipe Team Bronx, de Cascavel (PR), vai enfrentar Mariya Agapova no card do UFC Fight Night 172. Com grande expectativa para fazer o duelo, a casca-grossa vem fazendo a reta final de sua preparação no Rio de Janeiro, na equipe MST, e em entrevista à TATAME, falou sobre como tem se preparado em meio à pandemia global do coronavírus.
“Mantive meus treinos em casa, o meu namorado também é lutador de MMA, então acredito que, para mim, foi um pouco mais fácil de manter esses treinos, estávamos fazendo várias atividades durante o dia. Acho que consegui manter bem a forma. A minha cidade (Cascavel, no Paraná), por ser pequena, a academia já tinha voltado às atividades, então eu consegui fazer a preparação física na própria academia. Assim que eu soube que iria lutar no dia 13 de junho, apesar de toda a pandemia, eu vim para o Rio de Janeiro e estou fazendo treinos com algumas meninas, em grupos pequenos, de no máximo três/quatro meninas, para que a gente não corra risco”, contou.
Confira a entrevista completa com Melissa Gatto:
– Estreias adiadas por conta de infecção e teste positivo em exame antidoping
Foi bem complicado para mim no começo. Quando eu assinei com o UFC, na verdade, foi um momento muito feliz para mim, eu não esperava o contrato naquele momento, mas daí aconteceu essa série de coisas… Tive o problema da infecção que peguei na perna, onde não pude lutar no UFC 237, e depois aquele problema com o exame antidoping, que eu acabei não conseguindo provar minha inocência por conta do valor, que era enorme. Mas eu acredito que me deu muito mais tempo para eu me preparar fisicamente e psicologicamente.
Considero que hoje eu estou muito melhor do que eu estava naquela época para fazer a estreia. Mas, sem dúvida, foi um período muito difícil, até mesmo financeiramente, porque quando eu fui fazer meu camp para lutar no UFC 237, eu já tinha vendido minha moto, que era uma das poucas coisas que eu tinha para poder ir ao Rio fazer minha preparação. Eu investi bastante nesse camp e acabei não tendo o retorno. Precisei voltar a dar aulas, tive que me virar durante esse tempo que fiquei afastada, tentei buscar novos patrocinadores. Também me preparei mais, amadureci bastante, então foi muito importante para eu poder crescer e considero que estou bem mais preparada para poder fazer essa estreia e outras lutas. Acredito que hoje estou em uma nova versão, por tudo o que eu passei. Hoje em dia é muito difícil me abalar com qualquer coisa. Eu estou muito mais forte e preparada, em todos os sentidos.
– Expectativa para, enfim, estrear no UFC, em evento no dia 13 de junho
A expectativa é muito grande. Apesar da gente estar vivendo um momento bem difícil com essa pandemia em todo o mundo, eu estou bem feliz com a oportunidade de fazer a minha estreia no UFC e mostrar meu trabalho. A gente estudou bastante minha adversária, é uma lutadora muito dura e agressiva. Já participou de vários eventos gabaritados, como o Invicta FC, BRAVE CF, Dana White Contender Series… É uma garota que treina em uma das melhores academias do mundo, a American Top Team, então acho que vai ser uma luta muito boa de se assistir. Não tenho dúvidas de que vamos dar um show.
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– Como você procurou manter seus treinos e se preparar durante a pandemia?
É um momento bem complicado que estamos vivendo, com essa pandemia e quarentena, mas eu estou tentando manter a forma. Mantive meus treinos em casa, o meu namorado também é lutador de MMA, então acredito que, para mim, foi um pouco mais fácil de manter esses treinos, estávamos fazendo várias atividades durante o dia. Acho que consegui manter bem a forma. A minha cidade (Cascavel, no Paraná), por ser pequena, a academia já tinha voltado às atividades, então eu consegui fazer a preparação física na própria academia. Assim que eu soube que iria lutar no dia 13 de junho, apesar de toda a pandemia, eu vim para o Rio de Janeiro e estou fazendo treinos com algumas meninas, em grupos pequenos, de no máximo três/quatro meninas, para que a gente não corra risco. Estou fazendo esses treinos com elas porque preciso também de sparrings femininos para poder evoluir, para impor meu jogo na hora da luta. Fazer apenas treinos de manutenção é complicado, tendo em vista que você vai fazer uma luta de alto rendimento.
– Como você avalia sua categoria no UFC e quais são seus planos?
É uma das categorias que mais está crescendo, com muitas atletas de altíssimo nível, uma divisão bem concorrida. A Valentina (Shevchenko), além de ser campeã, é a melhor lutadora ali. Acredito que ela vai reinar por um bom tempo ainda na categoria. Eu não penso em nomes para enfrentar, só quero fazer minha estreia, fazer uma boa luta, com vitória, e o que o UFC mandar para mim, eu vou encarar. Eu nunca corri de luta nenhuma e estarei aguardando minhas oportunidades, querendo subir degrau por degrau, até chegar à disputa de título. Quando esse momento chegar, tenho certeza que estarei bem preparada.
* Por Mateus Machado