Artigo: a prática do Jiu-Jitsu e o cérebro – Déficit de Atenção e como melhorar através dos treinamentos

Artigo: a prática do Jiu-Jitsu e o cérebro – Déficit de Atenção e como melhorar através dos treinamentos

Por Mônica de Paula Silva

Não saindo do objetivo deste artigo, não podemos deixar de explicar o que é Déficit de Atenção (TDA), que se trata de um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Conforme Paulo Gonçalves (especialista em TDA), pedir a uma pessoa com Déficit de Atenção para se concentrar e organizar é a mesma coisa que pedir a uma pessoa com miopia para se esforçar mais e tentar ler sem óculos, ou pedir a um coxo para correr mais depressa. É impossível e está fora do controle. A falta de atenção é uma condição física que se caracteriza pelo subdesenvolvimento e mau funcionamento de partes do cérebro.

Nos últimos tempos, a ansiedade, o estresse e a falta de atenção têm nos prejudicado em várias áreas, nos causando diversos prejuízos em nosso dia a dia, como por exemplo, aprender algo novo. Sem prestar atenção, fica impossível ter sucesso nos desafios que a vida nos oferece. E como conseguir melhorar esse déficit de atenção obtido pelo cansaço?

Como a modalidade Jiu-Jitsu pode nos ajudar? O Jiu-Jitsu é considerado uma arte marcial que trabalha com raciocínio lógico, onde todos os movimentos do corpo devem ser friamente calculados, pois qualquer erro é fatal no combate. Por esse motivo é de suma importância prestar atenção, além disso, a todo o momento, os professores cobram essa atenção de seus alunos, tanto na parte técnica quando no momento das lutas, ajudando a treinar esse cérebro, através da neuroplasticidade (neuroplasticidade diz respeito à capacidade do cérebro de se adaptar ao longo das experiências vividas e dos aprendizados) a ter modificações nas áreas cerebrais. Isso faz com que a atenção aconteça de forma natural e passe a ser replicada nas outras áreas da vida da pessoa, de forma geral.

Para que ocorra uma aprendizagem significativa, necessitamos prestar atenção. A aprendizagem é um complexo processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos e modificados, mas para que isso ocorra, é preciso estar calma (o), em harmonia para obter sucesso nas tarefas. 

Entre alguns recursos para obter melhorias em relação ao Déficit de Atenção, buscamos como forma de estímulos as lutas marciais, de preferência o Jiu-Jitsu, que por ser uma luta que exige muita concentração – ao ponto de ser comparado a um jogo de xadrez -, pode nos favorecer. Por quê não? A movimentação das peças por parte dos jogadores é feita a partir de uma estratégia bastante pensada. É por isso que se costuma usar o xadrez como analogia para quaisquer outras ações de estratégia, como as competições na arte suave.

O jogo de xadrez ajuda a elaborar estratégias para vencer uma partida, ensina a saber perder, além disso, quem perde tem mais consciência do esforço que fez para vencer a partida, e toda a derrota, assim como a vitória, é resultado de um esforço individual.

O lutador de Jiu-Jitsu deve fazer simulações mentais dos seus movimentos e de como o seu adversário irá reagir. Para isso, seu repertório de conhecimentos deve ser amplo, para que ele tenha capacidade de encontrar os melhores golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar seu adversário. Isso força o lutador a raciocinar e ter atenção. Sendo assim, o Jiu-Jitsu é uma excelente forma de aumentar essa atenção, fazendo com que o cérebro produza dopamina, serotonina e outros neurotransmissores importantes, trazendo vários reflexos positivos, tanto dentro como fora dos tatames.

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram @lambiazi03