Artigo: as complicações causadas em virtude das drogas, uso da maconha e a importância das artes marciais nesse tipo de combate

Artigo: as complicações causadas em virtude das drogas, uso da maconha e a importância das artes marciais nesse tipo de combate

* Antes de começar a escrever sobre esse assunto importante, que afeta a saúde mental e física das pessoas, não podemos esquecer do papel fundamental da saúde pública do nosso país, que tem por obrigação fazer campanhas preventivas em todos os setores, principalmente na área da educação, onde os professores de educação infantil podem usar o lúdico em suas aulas, abordando esse tema relevante.

Por outro lado, os professores de artes marciais podem disponibilizar alguns minutos do treinamento para orientar seus alunos sobre as consequências negativas do uso das drogas para o corpo humano e para a vida social, uma maldição que atinge todas as idades, inclusive atletas de todas as modalidades.

No dia 28 de Janeiro, eu li um artigo publicado no site da TATAME sobre o filme “O Faixa-Preta: A verdadeira história de Fernando Tererê”, que tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2021, ainda sem uma data exata (saiba mais informações). Estou ansiosa para assistir esse filme, que nos traz aprendizados importantes para a nossa vida individual e coletiva, a respeito do mundo das drogas. As drogas que nos dão prazer, e que também nos traz doenças psíquicas e perdas em todas as áreas da vida.

Não queiras pagar o preço do sofrimento, do desamparo, do abandono e a teimosia de não aceitar a doença, afinal, o “vício é uma doença”, e precisa ser tratada como qualquer outra, independente da pessoa.

“Só por hoje”: frase usada pelos adictos em tratamento nas clínicas de dependência química.

Breve relato: Eu, Mônica, sou formada em neuropsicopedagogia e estudo neurociência. Por dois anos eu estive, aos sábados, atendendo dependentes químicos e pesquisando sobre o cérebro de cada um deles, e vou ser sincera: não foi nada fácil. Publiquei dois artigos internacionais (disponíveis nas referências), onde a minha proposta era estimular o cérebro afetado pelas drogas do dependente químico, através de jogos e atividades lúdicas, conforme a neuroplasticidade nos possibilita. 

A plasticidade cerebral é o meio pelo qual o organismo cria modificações funcionais duradouras, permitindo a acomodação entre os desafios do meio e as possibilidades do indivíduo. Afinal, sabemos que qualquer tipo de droga, seja maconha ou as mais pesadas, destroem neurônios, causando sérios problemas de saúde, como: euforia, alteração da percepção do tempo, aumento da interferência na atenção seletiva e no tempo de reação, alterações sensoriais, prejuízo do controle motor, do aprendizado e prejuízo transitório na memória de curto prazo, além de efeitos neurovegetativos, como boca seca, taquicardia e hipotensão postural. Efeitos adversos incluem crises de ansiedade, ataques de pânico e exacerbação de sintomas psicóticos existentes e outros, como prejuízos nas relações familiares e profissionais.

Como os professores de artes marciais atendem um público significativo de crianças e adolescentes em suas academias, eu vou dar destaque na maconha. Mesmo sabendo que é proibida no Brasil, existem certas facilidades de adquirir essa droga, que também é usada pelos cientistas para tratar algumas doenças.

Nota: A maconha é um exemplo, pois o seu uso compulsivo hoje é maior do que era há 20, 30 anos e, de acordo com as evidências, quanto mais cedo o indivíduo começar a usá-la, maior é a possibilidade de tornar-se dependente. Como meninos de 12, 13 anos e, às vezes até mais novos, estão usando maconha, atualmente o problema se agrava. Além disso, as concentrações de THC (tetrahidrocanabinol) aumentaram muito nos últimos tempos. Portanto, a maconha hoje é 10 vezes mais potente que no ano de 1960. A maconha tem um impacto bastante negativo, principalmente nos adolescentes, visto que diminui a concentração, a memória e atenção. Estudos mostram que, se alguém fumar maconha num dia e medir os níveis de memória e concentração no outro, eles estarão ligeiramente alterados.

Infelizmente, muitas pessoas defendem o uso da maconha por não ter conhecimentos reais, dizem que não faz mal algum para o organismo. Precisamos esclarecer aos usuários, aos alunos, aos filhos, aos vizinhos e a toda população, que qualquer tipo de droga é altamente prejudicial para saúde, e que ao passar do tempo, o envelhecimento irá comprovar os efeitos malignos no organismo e no cérebro, não esquecendo que muitos iniciam na maconha e terminam em drogas mais pesadas, como cocaína e crack.

Como a maconha age no cérebro humano?

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Imagem no site: Como Funciona o CÉREBRO Humano – RESUMO (psicologia-online.com) 

Hipocampo está localizado no lobo temporal, sendo importante para a memória de curto prazo;

Cerebelo é responsável pela coordenação postural, pelos reflexos e movimentos voluntários, e também responsáveis pelo tônus muscular no sistema muscular; 

Gânglios basais controlam os movimentos involuntários dos músculos;

Endocanabinóide; Córtex cerebral

A maioria dos receptores canabinoides é encontrada em partes do cérebro que influenciam o prazer, memória, raciocínio, concentração, coordenação de movimento e percepção sensorial e temporal. A maconha interfere no sistema endocanabinoide. Um dos efeitos é a liberação de dopamina no cérebro, o que cria uma sensação de prazer. Certas partes do cérebro têm muitos receptores canabinoides. Essas áreas são hipocampo, cerebelo, gânglio basal e córtex cerebral. As funções que essas áreas do cérebro controlam são as mais afetadas pela maconha. Sendo assim, podemos entender que o consumo de maconha no organismo é devastador, pois causa reflexos negativos no organismo do usuário, tais como: alteração na função cerebral, mudança na percepção, no humor, do comportamento, da consciência, alucinações visuais e auditivas, bem como sentimentos de ansiedade, euforia e até mesmo depressão.

Comprovado cientificamente que as drogas contribuem para lesionar o teu cérebro, retomando o assunto do lutador Fernando Tererê ao consumir drogas, ele desencadeou “esquizofrenia paranoide” e durante oito anos, ficou vagando pelas cracolândias do Rio de Janeiro. Muitas pessoas talvez não saibam o que seria essa patologia, considerada a mais grave da psiquiatria, além de ser crônica e evolutiva.

Nota: A esquizofrenia paranoide é o subtipo da esquizofrenia mais comum, em que predominam os delírios de perseguição ou de aparecimento de outra pessoa, o que torna muitas vezes a pessoa desconfiada, agressiva e violenta. Esta doença não tem cura, mas pode ser controlada com o acompanhamento do psiquiatra, psicólogo e uso de medicamentos.

A maconha pode desencadear um quadro de esquizofrenia?

Sim. Segundo vários especialistas, a maconha que possui receptores em várias áreas do cérebro, quando utilizada, pode influenciar no desenvolvimento da esquizofrenia. No entanto, isso tende a ocorrer mais nos indivíduos que já possuem uma predisposição biológica para alteração de funções em determinadas áreas do cérebro. Lembrando que a esquizofrenia não tem cura, então, não queira pagar o preço. Você sabe se você tem predisposição biológica? Fica aí uma pergunta para reflexão.

O nosso cérebro não foi criado por Deus para receber substâncias venenosas. Enfim, espero que eu tenha contribuído para o seus conhecimentos. Em breve irei falar sobre a importância de orientar crianças e adolescentes sobre os danos causados pelas drogas. 

Sites recomendáveis 

Referências 

  • Revista da Associação do psicopedagogo: IV – Simpósio Internacional de Psicopedagogia – Ano: 2016 – Artigo publicado “Oficina Psicopedagógica no tratamento do Dependente Químico”.  Autora: Mônica de Paula Silva
  • Revista da Associação do psicopedagogo: XI Congresso Nacional Simpósio Internacional – Ano 2018 – Artigo publicado “A Psicopedagogia e a Contribuição da Neurociência no Atendimento do DEPENDENTE Químico”. Autora: Mônica de Paula Silva

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram: @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva