Artigo: como entender a hiperatividade (TDAH) do seu aluno na hora do treino

Artigo: como entender a hiperatividade (TDAH) do seu aluno na hora do treino

* Vamos aproveitar esse período de quarentena e buscar conhecimento sobre as dificuldades das nossas crianças, que muitas vezes apresentam comportamentos rotulados como “crianças mal educadas e complicadas” nas academias de artes marciais, trazendo vários questionamentos de como lidar com esses alunos na hora do treino. 

Estamos vivendo um momento delicado em relação a essa pandemia da Covid-19. Nunca é demais lembrar que devemos permanecer em casa, lavar as mãos com sabão, usar álcool em gel, evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados, não compartilhar objetos pessoais e, por favor, cobrir o nariz e boca ao espirrar ou tossir e para complementar, “use máscaras ao sair de casa”.

Antes de tudo, quando o aluno começa a apresentar comportamentos do qual o professor de artes marciais não consegue entender, e depois de um período de treinos não houve avanços, o ideal é conversar com a família para buscar estratégias para ajudar essa criança.

Pesquisar e buscar conhecimento nunca é demais, e neste caso, estarei trazendo algumas pesquisas relacionadas aos transtornos e distúrbios comportamentais neste período de quarentena para que possamos, juntos, nos aperfeiçoar e futuramente saber lidar com essas crianças, que cada vez mais estão chegando às academias de artes marciais.

Nosso primeiro tema é a famosa Hiperatividade (TDAH). Vamos fazer uma breve introdução: Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Acredito que muitos professores já receberam crianças com esses comportamentos, e pior ainda, seus pais implorando aos professores por um “milagre”.

Porém, sabemos que professores não fazem milagres e que não adianta os pais transferirem as responsabilidades dos seus filhos aos professores e saírem correndo, como tem acontecido em alguns casos. Essas crianças não são mal educadas e nem complicadas, conforme estudos científicos mostram que portadores de TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), têm alterações na região frontal do cérebro e em suas conexões com o resto dele. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento. O que parece estar alterado nessa região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas, os neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas.

(Neurônios). Existem causas que foram investigadas para essas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões. Alguns comportamentos frequentes são: imaturidade comportamental, a desistirem diante da primeira dificuldade e a se frustrarem rapidamente frente ao fracasso. São crianças que sofrem críticas dos familiares, professores e até rejeição de colegas, o que ocasiona o aparecimento da baixa autoestima e de comportamentos provocativos, desafiadores, agressivos e até marcantes dificuldades de adaptação a situações novas e ao meio.

Não se trata de um diagnóstico simples e requer sempre uma consulta a um neurologista ou psiquiatra que tenha experiência com o transtorno. Não é raro haver envolvimento exagerado com bebidas e drogas entre jovens e adultos não diagnosticados e não tratados. Por esse motivo, é importante às famílias buscarem ajuda para seus filhos.  A parceria entre pais e professores de artes marciais e médicos especialistas é fundamental para que essas crianças encontrem seu equilíbrio e alcance sua autonomia pessoal.

Espero ter contribuído para o seu aprendizado. Em breve voltarei com um outra tema muito importante. 

Referências 

  • DE OLIVIER, LOU. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. Edição 5. Rio de janeiro: WAK, editora, 2010.

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva