Artigo: o que deve ser levado em conta na decisão de competir ou não no Jiu-Jitsu?

Em novo artigo publicado na TATAME, confira quais questões entram em jogo na difícil decisão de competir no Jiu-Jitsu; leia e compartilhe

Artigo: o que deve ser levado em conta na decisão de competir ou não no Jiu-Jitsu?

* Com o “boom” do Jiu-Jitsu na década de 90, a modalidade conseguiu atingir um amplo número de adeptos e praticantes. Junto a isso veio o fortalecimento da arte suave, e consequentemente surgiram mais campeonatos organizados por Confederações, Federações e particulares, visto que não há impedimento para a realização de um evento de Jiu-Jitsu, desde que o mesmo atenda alguns pré-requisitos de organização e estrutura.

Mas, a partir disso, vem aquele debate que perdura durante algumas décadas: é necessário ser competidor? No início, as academias de Jiu-Jitsu viviam do marketing das brigas de rua, dos combates no Vale-Tudo e desafios. Logo depois, os eventos começaram a tomar conta do cenário nacional e as academias passaram a viver da publicidade de competição.

Nos final dos anos 90 e início dos anos 2000, algumas equipes traçavam metas para as mudanças de faixa. Ou seja, você deveria ir bem em uma competição. Com isso, eu via muitos colegas desistindo de praticar, visto que não tinha dedicação exclusiva ao Jiu-Jitsu, e simplesmente paravam de treinar porque não conseguiam enxergar um futuro além da faixa branca. Alguns até tentavam, mas não obtinham o sucesso esperado e acabavam se frustrando.

Nos dias atuais, temos o entendimento de que menos de 5% dos praticantes da arte suave pensam em levar a competição como foco único. A grande maioria pratica o esporte pelo simples fato de gostarem. E para aqueles professores que vivem exclusivamente do Jiu-Jitsu, mais vale uma academia cheia de praticantes, pagando mensalidade e gerando lucros, do que poucos praticantes apenas voltados para a competição. 

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Como professor, creio que devemos, sim, incentivar os alunos para que participem de pelo menos uma competição, pois muitos têm medo de se testar, de causar algum constrangimento e evitam. Muitos desses acabam tendo sucesso que jamais imaginariam ter, assim como muitos que são excelentes lutadores na academia acabam sendo dominados pela adrenalina da competição e “travando”, sem fazer nada do que sabem fazer.

É necessário competir? Talvez. É obrigatório? Não. Os professores precisam enxergar seus alunos como clientes, e não como pitbulls de rinha. Todos devem e precisam ser respeitados, colocando a sua vontade sempre acima de tudo. Competir é apenas um mero detalhe. Pode e deve ser levado em consideração como critério para graduação, mas que não seja o mais importante. Se tomarmos isso como parâmetro principal, estaremos apenas contribuindo para a frustração de grande parte dos alunos.

Novo artigo publicado na TATAME fala sobre a decisão de competir ou não no Jiu-Jitsu (Foto: Divulgação)

Novo artigo publicado na TATAME fala sobre a decisão de competir ou não no Jiu-Jitsu (Foto divulgação)

  • Texto por Bruno Carvalho