Artigo: o professor de artes marciais precisa estar atento sobre os ‘sinais’ do abuso sexual infantil; leia e saiba mais

Artigo: o professor de artes marciais precisa estar atento sobre os ‘sinais’ do abuso sexual infantil; leia e saiba mais

* Estamos em quarentena, mas em algum momento iremos voltar às atividades presenciais nas academias e precisamos estar atentos para receber nossas crianças em todos os aspectos, seja físico ou emocional.

Antes de começar, eu volto a dizer da importância de se prevenir contra a Covid-19. Nunca é demais lembrar que devemos permanecer em casa, lavar as mãos com sabão, usar álcool em gel, evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados, não compartilhar objetos pessoais e, por favor, cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir, e para complementar, “use máscaras ao sair de casa”.

Vamos pensar em alguns aspectos relevantes referentes ao comportamento de nossas crianças, sabemos que algumas irão voltar acima do peso, outras com dificuldades de fazer alguns exercícios e de adaptar-se à nova realidade, porém, muitos professores perceberão alguns comportamentos alterados e resolverão com tranquilidade, mas e quando se trata de abuso sexual?

Hoje, no Brasil, cresce o número de crianças abusadas sexualmente, emocionalmente e fisicamente, conforme o site Agência Brasil, em um relatório da Organização Não Governamental (ONG) Word Vision estima que até 85 milhões de crianças e adolescentes, entre 2 e 17 anos, poderão se somar às vítimas de violência física, emocional e sexual nos próximos três meses em todo o planeta, lembrando que essa estimativa foi feita no mês de Abril/20, por motivo da pandemia, onde muitos tiveram que ficar confinados em casa. Porém,  acreditamos que  esse número cresceu até o momento.

O abuso sexual tem um impacto muito grande na saúde física e mental da criança e do adolescente, deixando marcas em seu desenvolvimento, com danos que podem persistir por toda vida. Sua detecção precoce possibilita o tratamento e o acompanhamento adequado.

Define-se abuso ou violência sexual na infância e adolescência como a situação em que a criança, ou adolescente, é usada para satisfação sexual de um adulto ou adolescente mais velho, (responsável por ela ou que possua algum vinculo familiar ou de relacionamento, atual ou anterior), incluindo desde a prática de carícias, manipulação de genitália, mama ou anus, exploração sexual, voyeurismo, pornografia, exibicionismo, até o ato sexual, com ou sem penetração, sendo a violência sempre presumida em menores de 14 anos (adaptado de ABRAPIA, 1997).

Mas como identificar se a criança está sendo abusada sexualmente? Geralmente, são vários indicadores: o primeiro indicador é a mudança  extrema no humor. A criança sempre foi tranquila e começa sentir medo do escuro, de ficar sozinha ou perto de determinada pessoa, fiquem sempre atentos.

Outro indicativo apontado pelos especialistas é o de recorrer a comportamentos infantis, que a criança já tinha abandonado, mas volta a apresentar de repente. Exemplo como fazer xixi na cama ou voltar a chupar o dedo ou chorar sem motivo aparente, ou se ela passa a querer ficar isolada, não ficar perto dos amigos, não confiar em ninguém, ou fugir de qualquer contato físico, descuido com aparência física, não querer se alimentar. Geralmente os pais relatam aos professores as mudanças de comportamento dos filhos esperando ajuda, mais um motivo para os professores ficarem atentos e buscar profundidade no assunto.

Infelizmente, os casos de abuso sexual na infância e adolescência são praticados, na maioria, por pessoas ligadas diretamente às vítimas, como tios, primos, pai, vizinhos próximos e até mesmo mães, nem sempre acompanhado de violência física aparente. Pode apresentar de várias formas e níveis de gravidade, o que dificulta a possibilidade de denúncia.

Por esse motivo, é sempre bom orientar os pais a buscarem ajuda de um profissional da saúde (psicólogo) e  é aconselhável também acionar o sistema de garantia de direitos, por meio do conselho tutelar, Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) ou Vara da Infância e da Juventude para encontrar caminhos para uma resposta mais adequada, afirma Henrique Costa Brojato.

É importante lembrar que o ser humano é complexo, então esses comportamentos podem aparecer sem estarem ligados a abuso, mas há situações em que a criança tenta contar para alguém e acaba não sendo ouvida. Por isso, é importante dar atenção. Às vezes o professor está ocupado no momento. Caso a criança já esteja apresentando indícios, pare e ouça o que ela tem a dizer, ela ficará aliviada em saber que você, professor (a), ajudou  no momento que ela mais precisou.

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram: @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva