Artigo: os diversos benefícios da prática de artes marciais para a população idosa; leia

Artigo: os diversos benefícios da prática de artes marciais para a população idosa; leia

* O exercício físico vem, nos últimos anos, desempenhando importante papel na prevenção e manutenção da saúde da população em geral, pois contribui na saúde física e mental dos indivíduos, independentemente da faixa etária. Em todo o mundo, a proporção de idosos está crescendo mais rapidamente do que a de qualquer outra faixa etária. Em 2025, existirá um total de aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas com mais de 60 anos. Até 2050, chegará a dois bilhões, sendo 80% nos países em desenvolvimento. (Amaral; Ohy, 2017, p.72).

Muitos estão neste momento pensando: como seria meu avô de 72 anos praticando artes marciais? E minha mãe aos 65 anos? Até mesmo você que está lendo este artigo, aos 40 anos, pensando que já está velho para iniciar atividades físicas, está completamente errado, “podemos afirmar que todas as artes marciais são para todas as idades”. Então vamos começar a entender o que significa atividade física.

Define-se atividade física como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, portanto voluntário, que resulte num gasto energético acima dos níveis de repouso (segundo Caspersen, 1985). Este comportamento inclui as atividades ocupacionais (trabalho), atividade da vida diária – AVD (vestir-se, banhar-se, comer), o deslocamento (transporte), e as atividades de lazer, incluindo exercícios físicos, esportes, danças, artes marciais etc.

Os exercícios físicos para população idosa têm como objetivo melhorar a capacidade funcional, assim como dos fatores de riscos modificáveis e dos mecanismos neuroprotetores, e podem reduzir a queda de desempenho cognitivo atribuída ao processo natural do envelhecimento, e proteger contra alterações relacionadas com as doenças neurodegenerativas, como o mal de Alzheimer, Parkinson e outros tipos de demências (Amaral, 2018, p. 168).

Muitos idosos são usuários de medicações, porém, há necessidade de outras terapias, e o exercício físico tem demonstrado bons resultados tanto na saúde física, melhorando a capacidade funcional, autonomia, independência e redução de quedas, quanto na saúde mental, melhorando e reduzindo o declínio cognitivo, confirmam especialistas.

Temos alguns estudos científicos sobre a importância das artes marciais na vida do idoso, como a prática em longo prazo do Tai Chi Chuan, que tem como objetivo atenuar o declínio das funções físicas, devido à idade, sendo, portanto, um exercício apropriado para indivíduos de meia idade e idosos. É uma arte marcial que combina os movimentos com a circulação da energia vital, respiração, e técnicas de alongamento. Trata-se de um exercício de corpo/mente, ideal para saúde, relaxamento, flexibilidade, meditação, força e defesa pessoal, prevenindo quedas.

Nosso segundo exemplo é o Caratê, que ultimamente está sendo muito procurado pela população idosa, tendo como benefícios o ganho de condicionamento físico, força, equilíbrio e flexibilidade, que são componentes da aptidão física que vão ajudar a desenvolver hábitos posturais e auxiliar no fortalecimento da musculatura, prevenindo a osteoporose, assim como os riscos de quedas, gerando um bem-estar geral e maior autonomia no seu dia a dia.

Como receber esses alunos nas academias de artes marciais? A socialização nessa faixa etária deve ser um movimento natural e prazeroso, e não algo obrigatório. Cabe aos professores de artes marciais usarem sua sensibilidade diante das necessidades de cada aluno da terceira idade. 

Nota: o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro, José Elias Soares Pinheiro, teme que idosos sejam submetidos a aulas sem o devido preparo físico e que os treinamentos sejam ministrados por pessoas sem experiência com a terceira idade. “Os idosos só devem praticar exercícios após avaliação médica”. A constituição óssea já está fragilizada e uma fratura pode resultar em óbito, adverte.

A arte marcial é uma excelente estratégia para propiciar a mudança no estilo de vida de idosos. Promover aulas para essa população com as adaptações necessárias será um rico aprendizado para ambas as partes, lembrando que os idosos têm muito o que nos ensinar.

Referências:

Revista Psique – Cérebro na terceira idade, Edição 151 – pag. 75.

Sites Recomendados:

https://www.efdeportes.com/efd193/idosas-com-a-pratica-das-artes-marciais.htm

https://www.academiabelohorizonte.com.br/fique_por_dentro/artigo/2158/aulas-de-artes-marciais-para-idosos-geram-polemica-entre-especialistas/

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva