Artigo: a importância do professor de artes marciais em não permitir apelidos pejorativos entre seus alunos

Novo artigo publicado na TATAME fala sobre como deve ser o papel do professor de artes marciais nesse processo; leia e opine

Artigo: a importância do professor de artes marciais em não permitir apelidos pejorativos entre seus alunos

Quando falamos: “o aluno de artes marciais comilão, aquela gordinha ao lado da mesa. Lá vem o lento, o feio, o chato, o confuso, o problemático”… Eles deixam de ser o Marcos, a Renata, o Lucas, a Paula. Com isso, desumaniza-se a pessoa. 

Aos que gostam de usar a expressão “mimimi”, achando que tudo é frescura, é porque você não sentiu na pele o desespero, a tristeza, o desânimo do teu filho, sobrinho ou até mesmo uma criança da qual você gosta muito. Há vários tipos de bullying, inclusive o verbal, onde xingamentos, piadas e rótulos humilhantes são as atitudes que definem essa forma de agressão. As consequências são inúmeras, dentre elas, a insegurança, dependência e problemas de interação social.

As crianças apelidadas por nomes pejorativos reagem de modo bravo e/ou triste, deixando-os desconfortáveis, como foi o caso do Rodrigo (nome fictício), de sete anos. Ao chegar em seu primeiro dia de treino na academia de artes marciais para iniciar a modalidade do Jiu-Jitsu, deparou-se com três alunos falando entre eles a seguinte frase: “o feinho acabou de chegar”. O professor estava no local, ouvindo a conversa entre eles, e não falou nada. A mãe fez a reclamação para os administradores e pediu providências.

O bullying, geralmente, é feito contra alguém que não consegue se defender ou entender os motivos que levam a tal agressão. Normalmente, a  vítima teme os agressores, seja por causa da sua aparente superioridade física ou pela intimidação e influência que exercem sobre o meio social em que estão inseridos. A pergunta é simples: por que o professor de artes marciais responsável, sabendo que esse tipo de comportamento é errado, podendo causar transtornos mentais em seu novo aluno, não fez nada? 

Falta de conhecimento? Desinteresse pelo seu aluno? Não basta orientar os alunos, tem que ser exemplo, agir no momento certo e não permitir essa prática cruel em hipótese alguma. Ou você também acha que tudo é “mimimi” e acaba sendo o primeiro a apelidar o seu aluno? Se for esse o seu perfil, está na hora de repensar sua prática e se tornar mais responsável com sua profissão e, principalmente, seu aluno de artes marciais.

As consequências do bullying são inúmeras e não deixa de apresentar alguns tipos de sintomas, como distúrbios do sono, problemas de estômago, transtornos alimentares, irritabilidade, depressão, transtorno de ansiedade, dor de cabeça, falta de apetite, pensamentos destrutivos, entre outros.

O maior presente que podemos dar aos alunos de artes marciais é criar espaço de encorajamento para que saibam lidar com eles mesmos, e não causar sintomas desrespeitando-os com brincadeiras de mau gosto, apelidando e achando normal. 

O trabalho dos professores de artes marciais é de acolher os alunos, transformando o ambiente em um lugar leve, orientando-os e, principalmente, possibilitando interações sociais saudáveis, e não um local assombrado, onde os xingamentos e os apelidos são normalizados. Sem punir, sem se afastar, sem negligenciar ou adicionar vergonha e culpa. Simplesmente orientá-los e respeitá-los. A recíproca é a mesma aos professores. Todos merecem respeito.

printcoluna7

Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 15 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva, em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga e em  2022 concluiu pós-graduação em Jornalismo – A importância da ética no jornalismo na atualidade, publicado na Revista Evolucione, pág. 203 https://revistaevolucione.ibra.edu.br/  e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram: @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva

Para conferir mais notícias sobre artes marciais, clique aqui