Artigo: a importância do professor de Jiu-Jitsu usar a empatia para lidar com as dificuldades dos alunos

Novo artigo publicado na TATAME fala sobre a questão da empatia no ambiente do Jiu-Jitsu; leia e deixe seu comentário

Artigo: a importância do professor de Jiu-Jitsu usar a empatia para lidar com as dificuldades dos alunos

Artigo publicado na TATAME fala sobre a questão da empatia no Jiu-Jitsu (Foto: Reprodução/@almeidasantosfab)

* Quando o seu aluno não consegue ganhar em uma competição, seja de Jiu-Jitsu ou outra arte marcial, ou tem muita dificuldade em fazer um treino específico, como você reage? Dando apoio e incentivando ou tratando-o com indiferença? Deixando-o triste ao ponto de adoecer e desistir de seus sonhos?

E você, professor (a) de Jiu-Jitsu, quando está com problemas financeiros, doença na família, problemas de saúde, e mesmo assim tenta dar o seu melhor no treino, porém, em algum momento você percebe que ali existem alunos que não se importam com você, e que muitas vezes não entendem o que está acontecendo ou não querem usar de empatia com as dificuldades do outro. 

Antes de falar sobre empatia, precisamos entender que ser professor (a) de Jiu-Jitsu ou outras artes marciais exige responsabilidades, trabalhar com crianças, adolescentes e adultos nos traz uma reflexão que: todos nós somos indivíduos cheios de emoções e que necessitamos de orientações, acolhidas e, sobretudo, respeito.

Para falar sobre empatia, seja no Jiu-Jitsu ou em nossa vida como um todo, precisamos entender o significado, e Edith Stein parte do seguinte exemplo: um amigo que vem a mim e diz ter perdido um irmão, de modo que me dou conta de sua dor. Essa experiência da dor de meu amigo seria um ato empático, mas não uma percepção externa, pois não é possível ter percepção externa da dor.

O que tenho, no nível da percepção externa, são os traços físicos de meu amigo, sua face de dor, mais isso não significa perceber fisicamente a dor, pois embora a dor apareça junto com traços físicos, esses traços não são a dor, nem minha experiência da dor se confunde com a percepção física dos traços da dor.

É preciso distinguir, portanto, entre:

  1. A experiência alheia, vivida pelo outro em sua experiência interna;
  2. A percepção física que um sujeito pode ter dos traços que acompanham a experiência alheia; 
  3. E a experiência que esse sujeito tem da experiência interna alheia. Suponhamos que meu amigo seja profundamente contido e introvertido, sem dar sinais físicos de sua dor.

Edith Stein esclarece que, de certa maneira, todas as nossas vivências são originariamente doadoras de sentidos, mesmo no caso da recordação, da expectativa e da fantasia, pois a recordação traz para o presente algo futuro; e a fantasia, algo formado com base em experiências havidas.

Portanto, a originalidade de um ato empático não é do mesmo tipo que aquela que caracteriza a percepção do frio, a intuição de uma essência ou a percepção de um valor. Para marcar essa diferença, Edith Stein preferirá dizer que a empatia é cooriginário por seu sentido, não por seu ato.

Coloco-me em seu lugar. Em outras palavras, pela empatia, não vivo a experiência do outro, pois essa é vivência dele é absolutamente pessoal, intransferível, mas vivencio o objeto que ele vivencia. O objeto de sua experiência.

Não vivencio a vivência da dor de meu amigo, mas vivencio a dor, como meu amigo também vivencia. A empatia, portanto, rigorosamente falando, não me põe dentro do outro, mas faz que eu me dê conta do objeto de sua experiência. 

Referência:

HUSSERL; STEIN, Edmund; Edith: Empatia apresentações didáticas/ Juvenal Filho (org.). São Paulo: Edições Loyola, 2014, pag. 35,36.

Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram: @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva

Artigo publicado na TATAME fala sobre a questão da empatia no Jiu-Jitsu (Foto: Reprodução/@almeidasantosfab)

Artigo publicado na TATAME fala sobre a questão da empatia no Jiu-Jitsu (Foto: Reprodução/@almeidasantosfab)

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