Artigo: a importância do professor de Jiu-Jitsu planejar treinos e ter experiência com alunos autistas; leia
Novo artigo publicado na TATAME fala sobre como o professor de Jiu-Jitsu pode planejar da melhor maneira treinos e atividades com alunos autistas
Artigo fala sobre importância do professor de Jiu-Jitsu planejar treinos direcionados para alunos autistas (Foto: Reprodução/@ctdelutasoficial)
Ao receber Arthur, 4 anos, em sua academia de artes marciais (Academia CT de lutas GFTEM – ES), o professor e mestre Fabrício Almeida Santos, 45 anos, buscou compreender sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista) e informações importantes sobre o aluno, para iniciar as aulas de Jiu-Jitsu.
A primeira avaliação foi aos 1 anos e 10 meses, com a neuropsicóloga, pois a família, antes disso, já havia procurado o neuropediatra. Assim que obteve a devolutiva (neuropsicóloga), a família retornou ao médico neuropediatra para obter os Cids (CID – Classificação Internacional de Doenças) e iniciou as terapias.
Os acompanhamentos terapêuticos são essenciais para o desenvolvimento da criança autista. O Arthur faz terapia com psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, TO (terapeuta ocupacional), atendimento especializado educacional (AEE), onde é auxiliado por uma cuidadora e treina Jiu-Jítsu.
Faz uso de medicações como: Risperdal (antipsicótico), três vezes ao dia (em desmame a partir de agosto), Imipramina (atenção e concentração) duas vezes ao dia. Em junho deste ano, confirmado o TEA (Transtorno do Espectro Austismo) – Score (indicador) pontuou leve e moderado TDAH (transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e TOD (Transtorno Opositor Desafiador).
Sendo todo processo de avaliação e laudos documentados pelo neuropediatra e psiquiatra infantil, citando os Cids e as evoluções dos terapeutas.
E quanto às aulas de Jiu-Jitsu?
O professor Fabrício faz estimulação usando bolas coloridas, cones, bastões, colchonetes, bolinhas de plásticos e muita atenção com cada um deles. Lembrando que o professor tem em sua academia mais quatro alunos autistas, começando a obter resultados em semanas de trabalho.
Fazendo com que os seus alunos façam da imitação uns dos estímulos principais, pois a imitação é um dos mais importantes programas para o tratamento do autismo, pois é uma grande via de aprendizado. Afinal, aprendemos uma série de coisas observando e imitando, como por exemplo, a falar. E sempre usando de muito carinho e atenção com seus alunos.
Exemplo da sua aula.
O professor de Jiu-Jitsu Fabrício inicia sua aula com uma corrida, onde é ensinada a importância do abraço com dois, abraço com três e assim por diante, tudo de forma bem extrovertida. Assim, eles vão perdendo o receio do toque. Lembrando que as principais características padrões de comportamento do autista são: prejuízos na comunicação e interação social.
Usando as bolas de pilates com objetivo de que seus alunos (TEA) percam o medo de virar cambalhotas e toda parte técnica de Jiu-Jitsu, fazem com os professores sempre de forma alegre, envolvendo gargalhadas com cócegas nos pés e pescoços, assim, diminuindo a sensibilidade.
Usando o Lúdico: Brincadeira da hiena e do leão.
Objetivo: Fazer o trabalho de força no Jiu-Jitsu, onde os mesmos precisam escalar no quimono do professor, sempre em grupo, pois eles precisam se unir para terem o resultado da vitória.
Jogo: As crianças (HIENAS) formam grupos para vencerem os professores (LEÕES). Isso faz com que as crianças entendam a necessidade de trabalharem em grupo.
Para finalizar, a avó do Arthur agradece toda a equipe da academia de artes marciais, dizendo: “Obrigada novamente pelo lindo trabalho que está desenvolvendo com o Arthur. Até mesmo as broncas ajudam a edificar e controlar um cérebro que não consegue parar para descansar, nem mesmo durante o sono”.
Referência:
- Academia CT de lutas GFTEM – Vitória – ES – professor e mestre Fabrício Almeida Santos. Instragram:@almeidafabricio / @ctdelutasoficial.
Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.
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* Por Mônica de Paula Silva