Artigo: a importância do professor entender a personalidade das crianças e evitar críticas ‘destrutivas’
Novo artigo publicado na TATAME fala sobre a questão da personalidade das crianças e como o professor pode lidar com isso
Artigo falou sobre a importância do professor de artes marciais compreender a personalidade das crianças (Foto: Reprodução/@henriquesaraivajj)
Ultimamente, existem diversos questionamentos em relação ao comportamento das crianças. Em clínica, tenho recebido muitas queixas em relação ao comportamento dos alunos e, infelizmente, a falta de respeito de alguns professores de artes marciais ao descrever em seus relatórios sobre o comportamento dos alunos. É simplesmente desastroso, abusivo e triste, causando mal estar e dúvidas. Lembrando que esses professores não estão somente no meio escolar, mas também nas academias de artes marciais, onde também tem acontecido essa falta de respeito ao falar sobre o comportamento do aluno.
Antes de falar sobre esse tema, precisamos entender o conceito de personalidades. Apesar de não haver conclusões uniformes sobre os traços genéticos na personalidade das pessoas, existem indícios e estudos que indicam que algumas das características de um indivíduo são carregadas pelos genes. Já no ambiente físico em si, não é o que gera influências, mas sim aquilo que é vivido dentro desses cenários.
Além das crenças, as experiências afetivas vividas nos ambientes também têm potencial de influência na personalidade de uma criança. Por exemplo, se ela é tratada com respeito, carinho e com uma comunicação amorosa, provavelmente ela tentará trazer esse mesmo estilo de vida para suas interações com outras crianças e adultos, o que é um indicativo de que essas experiências afetivas estão se solidificando na personalidade.
Existem três tipos de personalidades analisadas por especialistas do comportamento humano e que ajudam a entender melhor como as crianças se comportam.
Crianças independentes: essas crianças eram tratadas ou continuam a ser tratadas por muitos professores e pais como donas de um temperamento difícil, pelo fato delas serem mais intensas, comunicativas e barulhentas. Isso ocorre porque as crianças ainda não têm muito domínio sobre as frustrações. Isso não quer dizer que sofrem de transtornos mentais, rotulando essas crianças e afetando sua autoestima e aprisionando seus potenciais.
Crianças comportadas: elas se adaptam com menos resistência, são calmas, prestativas e aprendem com facilidade. Isso também não dá o direito do professor achar que não precisa fazer nada. Posso garantir que sim, pois todos os desafios e estímulos farão que eles se tornem cada vez melhores.
Criança recatada: trata-se de crianças mais caladas, pouco questionadoras, mas que têm alta consciência sobre si mesmas e observam muito seus arredores. Humor um pouco instável e muitas vezes preferem ficar sozinhas. Isso não quer dizer que só porque são quietas, são autistas ou têm algum problema mental. Não! Simplesmente é o jeito delas, não são obrigadas a ser como vocês querem.
Antes de rotularem seus alunos, criando sintomas, ou adoecendo-as sem respeito algum, pensem que a sua postura diante deles pode causar um trauma, e as crianças mais resistentes ficarão magoadas e terão uma péssima memória sobre você pela vida toda. Respeitem suas crianças, ajudem e não destruam, como tem acontecido em alguns pacientes que eu tenho atendido em clínica. Use esse exemplo para não cometer esse tipo de crime contra essas crianças. Respeitem o seu ritmo e a sua personalidade. Elogiem e use de empatia, são simplesmente crianças.
Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 15 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva, em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga e em 2022 concluiu pós-graduação em Jornalismo – A importância da ética no jornalismo na atualidade, publicado na Revista Evolucione, pág. 203 https://revistaevolucione.
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* Por Mônica de Paula Silva