Artigo: a importância do professor entender o ‘transtorno de conduta’ e evitar problemas maiores
Novo artigo publicado na TATAME fala sobre o transtorno de conduta e como ele pode ser identificado pelos professores de artes marciais; confira
Artigo com detalhes sobre o transtorno de conduta – Em algum momento você, professor de artes marciais ou não, precisou lidar com uma situação constrangedora referente ao comportamento do seu aluno, como por exemplo: mentir repetidamente, não cumprir com os compromissos, furtar objetos, demonstrar agressividade por valentia, fazer ameaças, cometer atos de crueldade física nos treinos, além de faltar com frequência nas aulas sem justificativas.
Esse transtorno é diferente das rebeldias comuns na adolescência, pois devemos considerar que esses comportamentos vão se modificando ao longo das experiências da vida, ao passo que o transtorno de conduta é persistente por pelo menos seis meses e de forma intensiva.
Os indivíduos com esse transtorno podem ter pouca empatia e preocupação pelos sentimentos, desejos e bem estar alheios, percebendo mal as intenções dos outros e interpretando-as como hostis e ameaçadoras do seu equilíbrio. Assim, costumam responder a essas situações agressivamente e sempre têm justificativas para tais comportamentos. Eles, eventualmente, denunciam com facilidade seus colegas e tentam colocar a culpa em outras pessoas.
Normalmente a autoestima é bem baixa, embora possam aparentar uma imagem de “durão”, além de uma baixa tolerância à frustração, irritabilidade, acessos de raiva e imprudências. Os índices de acidentes entre esses indivíduos parecem ser maiores do que em indivíduos que não têm o transtorno.
O transtorno de conduta está frequentemente associado ao início precoce de atividade sexual e ao consumo de álcool e outras substâncias ilícitas. Ainda que possamos observar alguns casos com início aos cinco e seis anos, o transtorno de conduta aparece, normalmente, no final da segunda infância (10-11 anos) ou no início da adolescência. Cerca de 8% dos meninos de 10 e 11 anos em áreas urbanas e aproximadamente 4% das crianças em áreas rurais apresentam os comportamentos descritos acima.
O transtorno de conduta é mais comum em filhos de pais com problemas de relacionamento social e dependência de álcool do que na população em geral, e está também significativamente relacionado a fatores socioeconômicos, ou seja, quanto maiores forem as dificuldades econômicas e sociais de uma família, maiores serão as possibilidades de ter filhos com esse transtorno
De acordo com Kaplan, estudos recentes sugerem que muitos pais de crianças com transtorno de conduta sofrem de uma série de problemas psicopatológicos, que incluem psicoses. Pais e irmão com transtorno da personalidade antissocial, diagnóstico de transtorno de conduta, dependência alcoólica, transtorno do humor, esquizofrenia e outros problemas de comportamento são agentes reforçadores para uma criança desenvolver também o transtorno de conduta.
O tratamento deve ser avaliado pelo psicólogo e psiquiatra, que tenta identificar a causa e entender a motivação. Em alguns casos, o psiquiatra pode indicar o uso de alguns medicamentos, como estabilizadores de humor, antidepressivos, que permitem o autocontrole e a melhora do transtorno de conduta.
Entendemos que, quando a família é extremamente desorganizada, caótica e desestruturada, e quando o transtorno de conduta é considerado grave, em que a pessoa representa risco para outras pessoas, é indicado que seja encaminhada para um centro de tratamento, para que o seu comportamento seja trabalhado de forma adequada e, assim, seja possível melhorar esse distúrbio.
De acordo com o descrito até agora, como você identificaria um aluno com transtorno de conduta? Tente supor sua história de vida, sua família e suas condições sociais. Quais seriam então as estratégias que você usaria para trabalhar com ele em sua academia de artes marciais?
Referências
- KAPLAN, H; SADOCK, B. GREBB, J. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 7. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
- FACION, Raimundo, J. Transtornos do desenvolvimento e do comportamento, 3. Ed.rev.atual./ – Curitiba: Ibpex, 2007.
Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 15 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva, em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga e em 2022 concluiu pós-graduação em Jornalismo – A importância da ética no jornalismo na atualidade, publicado na Revista Evolucione, pág. 203 https://revistaevolucione.
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* Por Mônica de Paula Silva