Artigo: ‘Transtorno de Tiques’ e ‘Tourette’ – a importância do professor entender cada um deles
Novo artigo publicado na TATAME fala sobre tipos de "tiques nervosos" e também a Síndrome de Tourette; leia e opine

Novo artigo publicado fala sobre tipos de "tiques nervosos" e também a Síndrome de Tourette (Foto: Reprodução/@almeidasantosfabricio)
Os “tiques” começam antes dos 18 anos de idade (tipicamente entre 0, 4 e 6 anos); a gravidade deles aumenta e alcança um pico por volta dos 10 a 12 anos e diminui durante a adolescência. Com o tempo, a maioria dos tiques desaparece espontaneamente. Entretanto, em cerca de 1% das crianças, os tiques persistem na vida adulta.
Existem três tipos principais de distúrbio de tique:
- Distúrbio de tique provisório: as crianças tiveram tiques motores e/ou vocais por menos de um ano;
- Distúrbio do tique persistente (transtorno do tique crônico): as crianças tiveram tiques motores ou vocais (mas não ambos) por mais de um ano;
- Síndrome de Tourette: as crianças tiveram tanto tiques motores como vocais por mais de um ano.
Normalmente, as crianças começam com distúrbio de tique temporário e, às vezes, acabam desenvolvendo o distúrbio do tique persistente ou Síndrome de Tourette. Muitos tiques são leves e, frequentemente, não são reconhecidos como um distúrbio pelos pais e médicos. Os meninos têm três vezes mais propensão de ter tiques que as meninas. A síndrome de Tourette é o tipo mais grave de distúrbio de tique e ocorre de três a oito anos em cada mil crianças.
Estudo de caso
Rafael (8 anos) apresentava tosse seca, tiques de piscar de olhos e movimentos repetitivos de pescoço e ombros. Os pais consideram Rafael uma criança ansiosa e informaram que os sintomas ocorriam diariamente e pioravam em situações de muita ansiedade, como os momentos que antecediam a chegada à escola pela manhã e os dias de treino na academia de artes marciais, onde praticava Jiu-Jitsu.
Após investigação clínica detalhada e descartar outros diagnósticos de transtorno de tiques (para caracterizar a Síndrome de Tourette, necessitava aguardar a evolução do quadro clínico por até um ano). Enquanto nesse período, o plano individual de tratamento envolveu o trabalho psicoeducativo com os pais associado ao trabalho de orientação aos professores da escola e da academia de artes marciais.
Rafael começou a utilizar uma medicação para redução dos tiques e diminuição da ansiedade, além de frequentar sessões semanais de psicoterapia cognitiva-comportamental. Após seis meses de tratamento, a evolução clínica de Rafael é satisfatória, com diminuição significativa dos tiques e da ansiedade e com melhora de sua qualidade de vida.
Causas
A causa dos distúrbios de tique é desconhecida, mas frequentemente ocorrem em famílias. Assim, os médicos acreditam que a hereditariedade é um fator. Algumas vezes, as pessoas com outro distúrbio, como a Doença de Huntington ou infecção cerebral (encefalite) desenvolvem tiques que podem também resultar do uso de certos medicamentos, como cocaína ou anfetaminas. Contudo, tiques causados por outros distúrbios ou por medicamentos não são considerados um distúrbio de tique.
Tratamento
O tratamento pode ser determinado de acordo com a gravidade. Casos leves e transitórios requerem apenas observação, já casos persistentes devem ser realizados com terapia cognitivo-comportamental. Alguns tipos de medicação ou uma combinação de ambas as abordagens terapêuticas também são muito importantes. Em casos graves, além de terapia e medicamentos, podem realizar aplicação de toxina botulínica ou cirurgia de estimulação cerebral profunda.
A terapia ajuda no sentido de ensinar o paciente a administrar seus sintomas e reduzir a frequência dos tiques. Os medicamentos podem ser indicados para reduzir o número de tiques e ajudar em outros fatores, como estresse ou hiperatividade e, assim, melhorar a vida diária da criança/adolescente.
Sites recomendáveis
- Manual MSD versão saúde para família. Acesso 27 de Junho/24. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos-em-crian%C3%A7as/s%C3%ADndrome-de-tourette-e-outros-dist%C3%BArbios-de-tique-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes
- Tique Nervoso e cacoete -. Acesso 29 de Junho/24 – drdiegocastro.com/tique-nervoso
Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 15 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva, em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga e em 2022 concluiu pós-graduação em Jornalismo – A importância da ética no jornalismo na atualidade, publicado na Revista Evolucione, pág. 203 https://revistaevolucione.
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* Por Mônica de Paula Silva