Bate-Estaca fala sobre carreira e pede disputa cinturão: ‘Venço de formas que não deixam dúvidas para o UFC’

Bate-Estaca fala sobre carreira e pede disputa cinturão: ‘Venço de formas que não deixam dúvidas para o UFC’

A brasileira Jéssica Bate-Estaca quer disputar novamente o cinturão peso-palha do UFC. Depois de lutar pela coroa máxima da categoria em maio de 2017, quando foi derrotada por Joanna Jedrzejczyk, ela emendou três vitórias em sequência, ficando próxima de receber outra chance, agora contra Rose Namajunas, atual rainha da divisão no Ultimate.

Em entrevista à TATAME, Jéssica detalhou a sua vitória mais recente, quando nocauteou a polonesa Karolina Kowalkiewicz no primeiro round, no UFC 228, em setembro passado. A brasileira também contou sobre a estratégia que adota em suas lutas e os treinamentos.

“Eu falei pra galera que a cada luta que eu fizesse, eu ia voltar melhor. E eu acho que tinha um pouco de falha nessa parte de trocação, porque eu me abria muito. Continuo abrindo muito, mas sei que abro porque aguento porrada. Eu abro para sentir a força e poder revidar. Já é estratégico meu, não consigo mudar isso. Recebo muitas críticas das pessoas que falam que eu me abro demais, tomo muito pancada, mas na hora da luta, eu não sinto nada, é ela que sente a minha mão. Então acho que venho buscando evolução na trocação e no Muay Thai. Nessa última luta, eu treinei com o mestre Helder Lara, fui treinando com ele para reviver isso que eu tinha, porque antes treinava muito Muay Thai, e nas últimas lutas, comecei a só jogar no chão e finalizar, ganhar no ground and pound, ou nos pontos, e perdi essa minha agressividade. O Mestre Paraná focou nisso, colocou o Helder Lara comigo pra puxar todo dia o treino de Muay Thai e eu voltar com essa vontade de trocar em pé, e voltar esse guerreiro, esse samurai dentro de mim, para chegar na luta e nocautear. É isso que a gente queria: o nocaute. Poder chegar lá e mostrar pra que veio, e deu tudo certo, cheguei lá e consegui nocautear a Karolina no primeiro round. Até a Fernanda, que é minha esposa, veio perguntar antes se queria que levasse gelo, olhei pra ela e disse que nem precisava de gelo, porque eu nocautearia no primeiro round. Foi dito e feito, foi certinho, eu sabia que ia nocautear, fui com vontade e deu certo”, disse Jéssica.

Confira outros trechos da entrevista com Jéssica Bate-Estaca:

– Recuperação de confiança e peso

Eu tinha perdido um pouco de confiança depois da luta contra a Joanna, que eu me lesionei duas semanas antes. Aquilo me prejudicou muito, cheguei abalada na luta, não estava 100%. E nas outras lutas que eu ia fazer, eu ia com vontade, mas não acreditava no meu potencial. Para esta luta (contra a Karolina), não. Eu fui com vontade, com determinação, acreditando no meu potencial. E quando cheguei lá, foi tudo que eu imaginava. Tive mais força de vontade que em todas as lutas que já fiz, e eu estava muito bem preparada, estava com um gás muito bom, o corte de peso foi o melhor que já fiz. Ultimamente, eu perdia o peso e dormia pra deixar perder o restante durante à noite, e no outro dia de manhã pesar. Desta vez, quando eram 5h da tarde, eu já estava com o peso batido, estava bem, ainda sai com a galera, vi eles jantarem porque eu não podia comer. Mas acordei bem, fui para a pesagem e ocorreu tudo bem. Foi excelente o processo de perda de peso. Acho que agora, com o cinturão, onde temos que bater 52kg cravados, estarei melhor ainda e quem sabe não acontece no final do ano ou até mesmo início do ano que vem.

– Disputa do cinturão peso-palha

Eu já sai da luta pedindo a disputa de cinturão. O Dana White estava assistindo, pedi e ele respondeu que isso iria acontecer, mas tive essa notícia de que ela (Rose) se lesionou em um treino, estava se recuperando para poder fazer novamente uma disputa de cinturão. E quando ela deu a entrevista dizendo que realmente eu era a próxima a disputar o cinturão, fiquei muito feliz porque venho batalhando muito, venho treinando muito pra que isso aconteça. Venho vencendo as minhas lutas de forma que não deixam dúvidas para o UFC e para as adversárias. Eu acho que consegui essa minha chance. Agora é só aguardar ela (Rose) se recuperar e o Mick falar que a luta vai acontecer. Eu vou estar pronta para isso.

– Possibilidade de dois cinturões

Acho que tudo é válido. Já lutei na categoria dos galos. Na época, só existia essa categoria e eu sempre fui a menor da categoria, sempre lutei com meninas muito grandes e fortes, sempre consegui chegar lá e fazer um bom trabalho. E na luta, a Valentina estava sem adversária. Meu empresário e meu mestre estavam conversando ali e eu falei que lutava com a Valentina pra não deixar o card ficar com essa valência. Em uma disputa de cinturão, eu luto, não ligo, não me importo. Mas eu já tinha pesado, estava muito abaixo do peso e a Comissão Atlética acabou não permitindo pela diferença de peso. Mas se não fosse a Comissão e o peso, eu teria lutado com ela, acho que uma superluta é sempre válido. Caso ela ou a Joanna se machucassem, eu estaria pronta. É uma categoria acima da minha, para bater o peso seria mais fácil. Então, acho que não teria dificuldade e seria uma grande luta. Quem sabe no futuro, quando eu for campeã da minha categoria, aí peço uma superluta pra disputar o cinturão de cima. Quem não quer dois cinturões? Eu topo.