Bia Mesquita analisa ouro no Europeu, próximos passos e trajetória no Jiu-Jitsu: ‘Requer muitos sacrifícios’

Bia Mesquita analisa ouro no Europeu, próximos passos e trajetória no Jiu-Jitsu: ‘Requer muitos sacrifícios’

Por Diogo Santarém 

Considerada um dos grandes nomes do Jiu-Jitsu feminino, Bia Mesquita segue em alta no esporte, mesmo sete anos após ser graduada à faixa preta. Campeã em sua categoria no Pan, no início deste ano, a atleta da Gracie Humaita conquistou seu sétimo ouro no torneio e agora concentra seus esforços recentes no Abu Dhabi World Pro, da UAEJJF, e também no Mundial da IBJJF, duas das principais competições no calendário anual da arte suave.

Ao longo de sua trajetória, Bia colecionou diversos títulos, protagonizou grandes batalhas e, sem dúvida, já deixou seu nome marcado na história do Jiu-Jitsu feminino. Em entrevista à TATAME, a faixa-preta falou um pouco mais sobre sua história no esporte.

“É uma trajetória incrível que eu venho construindo. Na verdade, não me dei conta ainda de que em março eu completei 7 anos de faixa preta. O tempo voa e eu fico muito feliz de conseguir me manter no topo. Ser campeã é muito difícil, requer sacrifícios, dedicação, determinação e foco, acima de tudo, mas se manter como campeã é ainda mais complicado. Todos almejam o seu lugar, querem sua coroa, não sabem nem metade de tudo que você passou para chegar até ali, mas querem estar lá também”, disse a lutadora.

Confira a entrevista completa com Bia Mesquita:

– Ouro no peso-leve e campanha no Pan

Foi ótimo recuperar o título peso-leve no Pan, pois no ano passado eu perdi por uma vantagem na final, contra a Tammi Musumeci, nos últimos 20 segundos de luta. Esse ano pude estar melhor e me sagrei campeã novamente em minha categoria, pela sétima vez.

– Campanha no absoluto e revés para Luiza

No absoluto, eu tive duas lutas, a primeira com a Renata Marinho, campeã mundial na faixa-marrom e recém-chegada à faixa preta. Consegui finalizar com estrangulamento nas costas e na semifinal lutei com a Luiza Monteiro. A luta acabou empatada e o árbitro deu uma vantagem para ela quando acabou, o que deixou ela com a vitória. Eu fiquei triste, mas sei que não lutei como luto, eu tenho muito mais Jiu-Jitsu pra mostrar do que ficar presa na 50/50 e ‘doble pull’ por quase 10 minutos de luta. Mas aprendi com meu erro e o mais importante é poder voltar mais forte e focar no World Pro e também Mundial da IBJJF.

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Bia Mesquita vem se mantendo no topo do esporte há muito tempo, sendo referência entre as mulheres (Foto UAEJJF)

– Trajetória ao longo dos anos no Jiu-Jitsu

É uma trajetória incrível que eu venho construindo. Na verdade, não me dei conta ainda de que em março eu completei 7 anos de faixa preta. O tempo voa e eu fico muito feliz de conseguir me manter no topo. Ser campeã é muito difícil, requer sacrifícios, dedicação, determinação e foco, acima de tudo, mas se manter como campeã é ainda mais complicado. Todos almejam o seu lugar, querem sua coroa, não sabem nem metade de tudo que você passou para chegar até ali, mas querem estar lá também. Quando eu penso que cheguei na faixa marrom lutando com campeãs faixas-preta como Michelle Nicolini e Luanna Alzuguir, que hoje vivem uma carreira no MMA, e eu continuo duas, talvez três gerações diferentes no Jiu-Jitsu, eu me sinto velha (risos). É engraçado, porque vejo nas meninas que estão chegando a vontade de ser a grande campeã um dia, e hoje eu estou aqui, do outro lado, sendo a campeã. É incrível e eu me orgulho disso, com certeza.

– Amizade e respeito entre as mulheres

Acho que todas tentam ser cordiais e respeitosas. Dentro do tatame, o bicho pega e não tem amizade e nem ‘mi mi mi’. Mas quando a luta acaba, tem que saber esperar a próxima luta, a revanche para resolver qualquer coisa, porque fora do tatame tem que respeitar.

– Foco no World Pro e no Mundial da IBJJF

Agora o foco é no Abu Dhabi World Pro, tem algumas novidades esse ano em que estão completando 10 anos de competição. Estou bem ansiosa e empolgada pra lutar lá.