Borrachinha diz que Belfort ‘fugiu’ de luta, mira cinturão e analisa duelo com Hendricks: ‘Vai ser nocauteado’

Borrachinha diz que Belfort ‘fugiu’ de luta, mira cinturão e analisa duelo com Hendricks: ‘Vai ser nocauteado’

Paulo Borrachinha sofreu uma lesão e está fora do confronto diante de Uriah Hall (Foto: Getty Images)

Por Mateus Machado

Invicto em sua carreira no MMA, com dez vitórias, sendo nove delas por nocaute e uma finalização, Paulo Borrachinha terá o maior desafio de sua carreira no próximo sábado (4), no card do UFC 217. O brasileiro vai enfrentar o ex-campeão meio-médio Johny Hendricks, que vem de quatro derrotas em suas últimas cinco lutas pelo Ultimate.

Com a maioria de seus triunfos conquistados ainda no primeiro round, Borrachinha fez apenas duas lutas pelo UFC, mas seu estilo explosivo e suas vitórias por nocaute despertaram a atenção dos fãs brasileiros, que veem no atleta, de 26 anos, uma boa promessa e uma esperança de título nos próximos anos dentro do Ultimate. Em entrevista exclusiva à TATAME, o mineiro falou sobre a expectativa da torcida brasileira sobre seus desempenhos dentro do cage.

“Eu fico feliz de ser considerado uma das esperanças brasileiras no MMA, acho que os fãs veem em mim uma possível reconquista de cinturão, principalmente nessa categoria dos médios, e eu acho que eles têm razão. Acredito que no cenário atual, eu sou quem está se destacando e eu aposto totais fichas em mim, e digo que eles podem apostar em mim também. Se esse cinturão vier para o Brasil na divisão dos médios, vai ser comigo”, disse o brasileiro.

Veja a entrevista completa com Paulo Borrachinha:

– Expectativa para enfrentar um ex-campeão do UFC

O Johny Hendricks já é um cara consagrado do esporte, foi campeão na categoria inferior e a expectativa de lutar com ele é de, enfim, entrar no cenário mundial do MMA, com grandes nomes. Acredito que ele é o primeiro dos grandes nomes que vou enfrentar na minha carreira, então fico feliz de, tão novo e tão recentemente adicionado ao evento, já estar fazendo lutas tão boas como essa, contra o Hendricks. Acredito que vai acrescentar a visibilidade mundial para mim, como atleta, e vai me credenciar a entrar no ranking.

– Existe algum tipo de pressão para manter a invencibilidade no MMA?

Eu tenho dez vitórias e nove nocautes, então eu acho que isso só incomoda aos meus adversários, a mim não incomoda, só me dá a certeza que o trabalho está sendo feito da forma certa. Então, eu não vejo como pressão, não sinto pressão nenhuma, porque em nenhuma das outras lutas eu achei que tinha que continuar nocauteando e me mantendo invicto, eu simplesmente vou lá e dou o meu melhor. Faço um treinamento muito pesado, que acredito que poucos atletas fazem, poucos atletas conseguem fazer o tipo de treinamento que eu faço, que é muito pesado, muito árduo, e tenho ótimos treinadores ao meu redor. Tenho o meu irmão, que é meu treinador de Jiu-Jitsu, que está sempre me dando a confiança que preciso no chão. Para trocar em pé, eu tenho um dos melhores treinadores de nocauteadores do mundo, que é o Rubens Dórea, que está comigo. Então, não sinto pressão nenhuma, só felicidade e dever cumprido.

– Foco no Wrestling para enfrentar Hendricks e força na luta em pé

Contra o Johny Hendricks, realmente, eu tive que buscar coisas novas… Buscar mais esse trabalho de Wrestling, que eu nunca fiz, na verdade, então eu vim treinar para isso, porque eu sei que ele é um bom wrestler e sei também que ele vai querer botar essa luta para o chão ou fazer um jogo de grade chato ali, tentando incomodar ao máximo, então eu já estou preparado para isso. Fiz uma parte do treinamento nos Estados Unidos, com o Eric Albarracin, inclusive ele estará no meu corner, é um dos melhores treinadores de Wrestling do mundo. Estou bem amparado no Wrestling, muito estável, vai ser bem difícil de me derrubar. Fora tudo isso que eu tenho feito pensando no tipo de luta que o Hendricks pode tentar fazer, eu continuo treinando a parte mais forte que eu venho mostrando, que são os nocautes, tanto chutando quanto no ground and pound ou boxeando. Não estou deixando nada para trás dessa parte, é importante manter o que vem dando certo, e eu estou fazendo isso.

– Como acredita que o combate vai se desenvolver?

Acredito que essa luta vai ficar apenas na trocação. Eu acho que ele não vai ter capacidade para me manter na grade ou para me colocar para baixo, porque eu sou muito explosivo, muito forte e me movimento muito bem. Então, eu acho que essa luta vai terminar de forma traumática, com um nocaute, alguma coisa desse tipo. O desfecho que eu acredito é o nocaute, vou nocautear ele, tenho certeza disso. Pode ser que venha uma finalização, mas se ele ficar em pé, vai ser nocauteado.

– História de uma possível luta contra Belfort

Foi oferecida a luta contra o Vitor Belfort, mas ele simplesmente correu, não quis a luta, eu acho que foi isso que aconteceu… Ele disse para o UFC que não gostaria de lutar comigo, mas eu estou aí para lutar contra qualquer um, principalmente do Top 15, Top 10. O Vitor é o 11º, vai fazer uma luta, não sei se vai ganhar ou perder, mas vamos ver o desfecho. Eu vou lutar antes dele e pode ter certeza que eu vou estar preparado para o Hendricks e, assim que eu vencer, eu vou estar aguardando ele, caso ele mude de opinião e aceite a luta. Porque o UFC dá essa possibilidade das pessoas ficarem escolhendo luta, infelizmente isso acontece. Eu nunca escolhi luta na minha vida, então não estou acostumado com isso, mas eu adoraria luta contra o Vitor Belfort.

Paulo Borrachinha revelou que Vitor Belfort não aceitou combate (Foto: Getty Images)

Paulo Borrachinha, invicto no MMA, revelou que Vitor Belfort não aceitou combate (Foto: Getty Images)

– Como projetar a carreira para os próximos anos estando no UFC?

É difícil a gente pensar nos próximos anos quando a gente já está no UFC, porque você é requisitado agora, você já precisa mostrar um resultado a curto prazo, então é difícil pensar em dois anos para frente, três anos… Mas eu fico feliz de ser considerado uma das esperanças brasileiras no MMA, acho que os fãs veem em mim uma possível reconquista de cinturão, principalmente nessa categoria dos médios, e eu acho que eles têm razão. Acredito que no cenário atual, eu sou quem está se destacando e eu aposto totais fichas em mim, e digo que eles podem apostar em mim também. Se esse cinturão vier para o Brasil na divisão dos médios, vai ser comigo. Eu estou no auge da minha forma física, a cada ano me sinto melhor, com mais energia. Tenho 26 anos apenas, acredito que vou alcançar meu auge ainda até os 30 anos, mas até lá eu estou pronto para disputar o cinturão a qualquer momento, vou fazer de tudo para isso. O Johny Hendricks será o próximo degrau e depois já quero entrar no Top 15 para encurtar a caminhada, fazer aí talvez como o McGregor, conseguir uma luta com o campeão com seis lutas no UFC. Esse é o meu plano.

CARD COMPLETO:

UFC 217
Sábado, 04 de novembro de 2017
Nova York, nos Estados Unidos

Card principal

Michael Bisping x Georges St-Pierre
Cody Garbrandt x T.J. Dillashaw
Joanna Jedrzejczyk x Rose Namajunas
Stephen Thompson x Jorge Masvidal
Johny Hendricks x Paulo Borrachinha

Card preliminar

James Vick x Joe Duffy
Walt Harris x Mark Godbeer
Michael Oleksiejczuk x Ion Cutelaba
Randy Brown x Mickey Gall
Alexey Oliynyk x Curtis Blaydes
Ovince Saint Preux x Corey Anderson
Aiemann Zahabi x Ricardo Carcacinha