Brasil fica sem medalhas no penúltimo dia do Mundial; Seleção foca nas disputas por equipes

Brasil fica sem medalhas no penúltimo dia do Mundial; Seleção foca nas disputas por equipes

No último dia de disputas individuais do Campeonato Mundial de Tóquio, o Judô brasileiro foi representado na arena Nippon Budokan por seu quarteto de pesos-pesados formado por Maria Suelen Altheman (+78kg), Beatriz Souza (+78kg), David Moura (+100kg) e Rafael Silva Baby (+100kg). Todos eles venceram suas primeiras lutas no evento e chegaram ao bloco final entre os Top 8 do Mundial, mas as medalhas não vieram. Bia, Suelen e Baby ficaram em quinto lugar e David Moura ficou em sétimo, caindo na repescagem.

O caminho dos brasileiros até as finais

Dona de duas medalhas de prata em Mundiais (2013 e 2014), Suelen precisou de muita determinação e força para superar a gigante chinesa Yan Wang por ippon na primeira rodada. A brasileira seguiu focada e derrotou Melissa Mojica, de Porto Rico, e Iryna Kindzerska, do Azerbaijão, número cinco do mundo, para chegar à semifinal. O penúltimo combate foi contra sua maior rival pan-americana, a cubana Idalyz Ortiz, atual vice-campeã olímpica e mundial.

No tempo normal, a luta terminou sem pontuações, mas com duas punições à Suelen. No golden socre, Idalys conseguiu encaixar o golpe e marcou o waza-ari que a levou à final, mandando a brasileira para a disputa de bronze. Na luta pela medalha, Suelen encarou novamente uma “pedreira” contra a então campeã mundial, Sarah Asahina, do Japão, que faturou o bronze em casa ao projetar Sussu por ippon.

Na mesma categoria, Beatriz Souza, atual vice-campeã mundial júnior, veio para Tóquio como cabeça de chave e demonstrou segurança nas primeiras rodadas para derrotar por ippon Nina Cutro-Kelly, dos Estados Unidos, e Mercedesz Szigetvari, da Hungria. Nas quartas, porém, a brasileira, que já derrotou Ortiz cinco vezes em disputas por equipes, foi imobilizada pela cubana e teve que lutar a repescagem pelo bronze com a azeri Iryna Kindzerska. Mais uma vez, Bia mostrou força e derrubou a número cinco do mundo para chegar à disputa pelo bronze.

Logo nos primeiros segundos de luta com a turca Kayra Sayit, Bia tentou uma entrada e, ao defender a queda, sentiu uma entorse no joelho direito que dificultou toda a sua movimentação durante a luta. Cada vez que ia ao chão, levantava-se com dificuldade e a adversária aproveitou-se da desvantagem física da brasileira para imobiliza-la e conquistar o bronze.

Na chave masculina, quem chegou mais longe foi Rafael Silva com vitórias sobre o bósnio Harun Sadikovic e o romeno Vladut Simionescu nas preliminares. Nas quartas, Baby parou no japonês Hisayoshi Harasawa, nas punições, e foi para repescagem, onde demonstrou muita garra para derrotar Henk Grol por ippon.

Na luta pelo bronze, porém, o brasileiro acabou sofrendo ippon diante do sul-coreano Minjong Kim e também terminou o Mundial em quinto lugar. Há dois meses, aproximadamente, Baby fraturou a mão esquerda treinando com japoneses na Universidade de Kokuchkan, em Tóquio. O judoca precisou ser operado e se superou narápida recuperação para disputar o Mundial.

Além dele, o Brasil ainda teve o pesado David Moura em ação neste sábado. Nas preliminares, David, que era o número três do ranking mundial, derrotou o saudita Rakan Zaidan e o esloveno Vito Dragic por ippon, mas caiu para Minjong Kim por ippon, nas quartas, após começar vencendo por waza-ari. Na repescagem, o brasileiro levou a pior diante do holandês Roy Mayer e despediu-se da competição em sétimo lugar.

A seleção volta à Nippon Budokan na madrugada deste domingo (1) para buscar um pódio no Mundial por Equipes Mistas, prova que também acontecerá nos Jogos Olímpicos em 2020. Cada equipe é composta por seis atletas dos pesos 57kg, 70kg, +70kg, 73kg, 90kg e +90kg. Cada confronto pode ter até seis lutas e se houver empate com três vitórias para cada lado uma luta extra com categoria sorteada define o vencedor.

Em 2017, primeiro ano desse formato, o Brasil conquistou a prata no Mundial por Equipes mistas, caindo apenas para o Japão, na final. Neste ano, a estreia será contra a Alemanha. Se passar, o Brasil pegará Portugal ou Azerbaijão, nas quartas. Um possível encontro com o Japão só aconteceria numa semifinal, caso os dois países vençam as preliminares. A disputa começa à 1h da manhã e as finais serão a partir das 7h, no horário de Brasília.