Brasileiro se torna o primeiro autista graduado faixa-preta de Jiu-Jitsu no mundo e deixa recado aos professores; confira

Brasileiro se torna o primeiro autista graduado faixa-preta de Jiu-Jitsu no mundo e deixa recado aos professores; confira

Notabilizada por ser uma arte marcial que promove grandes benefícios ao corpo e a mente, o Jiu-Jitsu também vem se tornando um esporte cada vez mais inclusivo – como através do Parajiu-Jitsu, por exemplo -, tendo em vista que contribui diretamente para o desenvolvimento e aprimoramento das capacidades física, cognitiva e motora, na autoestima e comportamento, sem contar nos benefícios já conhecidos por admiradores e praticantes como disciplina, responsabilidade, interação social, entre outros diversos fatores.

Foi através da prática do Jiu-Jitsu que Omar de Azevedo pôde desenvolver e aprimorar tudo o que foi citado acima e, no último dia 9 de outubro, se tornou o primeiro e único autista faixa-preta de Jiu-Jitsu no mundo, após ser graduado pelo Mestre Cláudio Domingos, que é faixa-coral 7º grau na arte suave. A cerimônia ocorreu na academia PRVT Niterói, em espaço que foi cedido pelo professor Gilliard Paraná, treinador de atletas como Jéssica Bate-Estaca e Priscila Pedrita, que atualmente estão no UFC, entre outras feras.

“Durante a graduação, foi como se eu estivesse em um cinema vendo passar toda a minha trajetória. Senti minha perna tremer, a boca seca… Um mix de emoções. Ser o único autista faixa-preta de Jiu-Jitsu no mundo é um marco histórico e quero que esse acontecimento motive mais autistas a se desafiarem, pois como sempre falo, lugar de autista é onde ele quiser. Todos os dias agradeço aos céus por existir o Jiu-Jitsu, e faço aqui um pedido aos mestres e professores desta arte maravilhosa: vamos investir no Jiu-Jitsu Inclusivo”.

Prestes a completa 37 anos, Omar resolveu expandir os conhecimentos adquiridos com a prática do Jiu-Jitsu e, com isso, criou o “Método Jiu-Jitsu Azul”, que visa ajudar outras pessoas autistas. O autismo, vale ressaltar, é uma síndrome caracterizada por problemas na comunicação, na socialização, no comportamento e é, geralmente, diagnosticada entre os 2 e 3 anos de idade. Com seu projeto, o agora faixa-preta foi premiado no 6º ENAMEC / 1º SIL-UFRJ, em 2019, e no último dia 11 de outubro, esteve presente no Espaço Cultural Goiabeira, na Barra da Tijuca (RJ), em evento que marcou o “dia das crianças azul”, voltado para autistas.

“O Jiu-Jitsu, para mim, é muito mais do que apenas uma arte marcial, pois a arte suave foi fundamental na minha evolução comportamental e emocional. E como sou a prova viva de que o Jiu-Jitsu é uma ferramenta fundamental no processo de evolução da pessoa autista, decidi criar o Método Jiu-Jitsu Azul”, encerrou.