Buchecha explica ‘demora’ em migrar para o MMA e diz: ‘Fui tratado como qualquer mais um’
Após muita expectativa, Marcus Buchecha, enfim, vai fazer sua estreia no MMA profissional. Maior campeão mundial da história do Jiu-Jitsu, com 13 títulos, o faixa-preta irá encarar o compatriota Anderson “Braddock” Silva em card do ONE Championship que está marcado para esta sexta-feira (24), em Cingapura. O debute acontece depois de Buchecha passar por um longo período de preparação em meio à migração para as artes marciais mistas e três trocas de adversários.
Depois de Buchecha vencer tudo no Jiu-Jitsu, os fãs já aguardavam há um tempo pela ida do casca-grossa para o MMA profissional. Atualmente com 31 anos, o lutador concedeu entrevista ao podcast “Trocação Franca”, do site MMA Fighting, e revelou que a migração para a nova modalidade demorou mais do que o esperado pelo fato de, inicialmente, ele não ter recebido o reconhecimento que esperava de uma organização de MMA, preferindo não citar nomes.
“Eu fui tratado como qualquer um, como mais um. E eu não sou mais um, né? Pelo que fiz no esporte, eu tenho que ter um reconhecimento maior. Por isso que, na época, eu desaminei muito. Mas foi um evento só e eles fizeram o papel deles. Eles mesmos falaram: ‘É o que a gente oferece, tem muita gente que aceita’. Tudo bem, mas pra mim não funciona assim. E meio que deu uma desanimada, então acabou que continuei no Jiu-Jitsu. Estava focado e não queria ir na dúvida se eu estaria fazendo a coisa certa ou não, por isso acabei ficando no Jiu-Jitsu”, esclareceu ele.
Buchecha também deu detalhes do momento em que decidiu migrar definitivamente para o MMA e acertou com o ONE Championship. O lutador partiu para os Estados Unidos e passou por um período de treinamento em diversas equipes do país, até optar por se estabelecer na renomada American Top Team. A lenda do Jiu-Jitsu ainda confessou que esperava que sua experiência e técnica na arte suave fossem sobressair à favor, mas acabou sendo pego de surpresa, como falou:
“Os primeiros quatro meses foram exatamente esse choque (de diferença). É exatamente outro esporte. Vi que meu Jiu-Jitsu não funcionava, mas não, é porque é diferente. A galera do Jiu-Jitsu vem e acha que vai botar pra baixo e pegar, mas não, é diferente. Eu lembro que botava a galera para baixo e a galera saía, ficava em pé, pegava as costas e a galera ficava por cima. Era muito frustrante. Posições que eu não perdia de jeito nenhum nos treinos de Jiu-Jitsu, eu comecei a perder diariamente, então me frustrou muito no começo. ‘Pô, eu sou horrível, meu Jiu-Jitsu é horrível’. Mas não, tudo é questão de adaptação, e com o tempo melhorei muito”, disse Marcus.