Campeã no Pan da IBJJF, Andressa Cintra diz que ‘ainda tem muito para melhorar’ e celebra retomada durante a pandemia
* Com objetivos cada vez maiores dentro da arte suave, a faixa-preta Andressa Cintra conquistou seu primeiro ouro pan-americano no início deste mês, quando aconteceu o Pan de Jiu-Jitsu da IBJJF, em Kissimmee, na Flórida (EUA). Andressa venceu na categoria meio-pesado, superando Maria Malyjasiak (Abmar Barbosa) na final através das vantagens. Em entrevista à TATAME após o evento, a lutadora comemorou sua performance, mas disse que ainda tem muito para evoluir.
“No Pan 2020 eu tive uma boa performance, busquei o tempo todo lutar pra frente, fiquei feliz com o resultado, mas acredito que tenho muito para melhorar ainda, principalmente em estabilização de posição e concluir as finalizações encaixadas. A evolução precisa ser constante. Eu fiz duas lutas duras, e a final foi a mais difícil, pois não teve pontuação, somente algumas vantagens”, afirmou Andressa, que continuou.
“Esse título é o meu primeiro pan-americano, então significa muito pra mim. Mesmo durante a pandemia, eu treinei todos os dias em casa, sozinha ou com meu marido Lucas Valente, estudei bastante Jiu-Jitsu e mantive a minha mente trabalhando para que quando as competições voltassem eu estivesse melhor do que antes. Acredito que estou só começando na faixa-preta, a cada ano que passa se torna mais difícil, as atletas estão cada vez melhores e eu buscando a minha melhor versão também. Quero conquistar um Grand Slam (Mundial, Pan, Europeu e Brasileiro na mesma temporada), World Pro e, futuramente, o ADCC”.
Sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus, a representante da equipe Gracie Barra celebrou o retorno das atividades por parte da IBJJF, mesmo sem torcida e com diversos protocolos de segurança implementados, como no Pan. Andressa ainda comentou a respeito das fronteiras fechadas nos Estados Unidos, o que impediu muitos atletas que moram fora do país de competir no torneio.
“O Pan 2020 aconteceu em meio a uma pandemia que deixou o mundo em crise, e a volta das competições me animou muito. Eu estava preparada para lutar em março, mas não teve (o Pan), então foi tudo um choque. Acredito que o vírus é, sim, muito perigoso para quem não tem saúde boa, mas não podemos deixar de viver por causa dele. Com as academias fechadas, muita gente perdeu, e ver a IBJJF dando o seu melhor para voltar me deixou mais feliz. Eles tomaram todas as providências para fazer com que o campeonato fosse um sucesso, e foi”, opinou a faixa-preta, campeã mundial em 2019, antes de encerrar sobre as reclamações dos atletas que não conseguiram disputar o Pan-Americano.
“Me colocando no lugar deles, consigo sentir a revolta. Mas precisamos ver pelo contexto geral, já que todos nós sofremos com a pandemia, inclusive a IBJJF. Aqui nos Estados Unidos, estamos voltando ao normal e tem funcionado. Espero que em breve as fronteiras se abram e possamos ter os eventos cheios de novo”.
* Por Diogo Santarém