Campeão mundial de Jiu-Jitsu vê doping como ‘necessário’: ‘Alta performance não é saúde’
Durante participação no podcast "Connect Cast", o faixa-preta Fabrício Andrey opinou sobre o sempre delicado assunto
Fabrício Andrey é um dos destaques do Jiu-Jitsu na atualidade (Foto: Reprodução/Instagram)
Campeão mundial de Jiu-Jitsu, Fabrício Andrey, que também é atleta de Grappling no ONE Championship, falou abertamente sobre o uso de substâncias proibidas no esporte, abordando a polêmica do doping com sinceridade e bom humor. Durante participação no podcast “Connect Cast”, o faixa-preta destacou que, apesar da existência de testes antidoping, muitos atletas ainda encontram maneiras de “burlar” o sistema, em especial com previsibilidade dos testes nas competições de Jiu-Jitsu da IBJJF, por exemplo.
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Fabrício revelou nunca ter utilizado substâncias ilícitas e mencionou sua experiência com os testes, tanto no Mundial de Jiu-Jitsu quanto no ONE. Segundo ele, o controle é necessário, mas o processo pode ser desgastante: “Fiquei duas ou três horas bebendo água para conseguir urinar. Essa parte é um saco, mas tem que ter o controle”, relatou.
Apesar de sua postura limpa, o lutador demonstrou compreensão sobre o uso de recursos para otimizar a performance: “Acho que é necessário. Atleta de alto rendimento tem que ter (acesso a recursos) para se machucar menos, ter mais longevidade, se recuperar mais”, opinou. No entanto, ele fez uma ressalva: “Alta performance não é saúde”.
Para Andrey, o debate sobre o que “faz mal” no esporte de elite precisa ser contextualizado: “Heel hook faz mal, armlock faz mal, o cara ficar apagando no treino faz mal. Treinar seis horas por dia faz mal. Então, quase tudo no esporte de alto rendimento tem um custo para o corpo”, afirmou, relativizando as críticas sobre doping e ressaltando os desafios da vida de um atleta profissional.
O discurso do campeão evidencia a complexidade do tema no cenário do Jiu-Jitsu atual, onde a busca por performance e a integridade esportiva seguem em constante tensão.
Fabricio Andrey é referência no Jiu-Jitsu de pano e também no Grappling (Foto: João Marcus/TATAME)
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Yago Rédua
Fã de esporte, o jornalismo sempre foi algo que me moveu e despertou a minha paixão. Em 2016, concretizei esse sonho quando me formei pela FACHA. A profissão me permitiu conhecer pessoas e lugares, além de bater papo com grandes ídolos. Na TATAME, entrei como estagiário, passei pela função de repórter e, atualmente, sou o coordenador de conteúdo do site e também do TATAME Play.