Caso Leandro Lo: acusado de matar lenda do Jiu-Jitsu é demitido da PM por unanimidade
Ele é acusado de assassinar Leandro Lo com um tiro na cabeça durante um show no Clube Sírio, na capital paulista

Acusado de matar Leandro Lo, Henrique Velozo foi demitido da Polícia Militar (Foto: Reprodução)
O tenente da Polícia Militar de São Paulo, Henrique Otavio Oliveira Velozo, foi oficialmente demitido da corporação. A decisão foi tomada por unanimidade nesta quarta-feira (18) pelo Tribunal de Justiça Militar do Estado, que analisou a conduta administrativa do oficial no episódio que resultou na morte do multicampeão mundial de Jiu-Jitsu Leandro Lo, em agosto de 2022. Embora ainda caiba recurso, a demissão já foi formalizada e representa o afastamento definitivo de Velozo da PM.
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De acordo com relatos de fontes que acompanharam a sessão, os votos foram todos favoráveis à demissão, em uma decisão considerada até mais dura do que uma justa causa aplicada a um civil: “O Tribunal de Justiça Militar não julga o crime de homicídio doloso, mas sim as faltas disciplinares praticadas pelo ex-tenente. A Justiça Militar é extremamente rigorosa com as condutas que os membros da corporação devem adotar, principalmente com relação aos oficiais”, disse uma das pessoas que acompanhou a decisão.
No processo criminal, Velozo continua preso preventivamente no presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista. Ele é acusado de assassinar Leandro Lo com um tiro na cabeça durante um show no Clube Sírio. O julgamento do caso, previsto inicialmente para o dia 22 de maio, foi suspenso por decisão liminar do desembargador Marco Antônio Cogan, após pedido da defesa que alegou cerceamento de ampla defesa.
Os advogados do oficial reclamaram da exclusão de depoimentos de peritos particulares que haviam sido contratados para contestar a trajetória do disparo. A decisão do magistrado determinou a paralisação do júri até que o mérito do pedido seja analisado por um colegiado. A expectativa, segundo apuração da TATAME, é que o julgamento do Caso Leandro Lo seja remarcado para os dias 5 e 6 de agosto, dependendo da confirmação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Além do processo criminal, Velozo também respondia a uma investigação administrativa conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar. A corporação recomendou sua expulsão, alegando que o tenente utilizou uma arma da PM fora do serviço e à paisana, o que configuraria grave violação do código disciplinar. A decisão unânime pela demissão reforça o peso do caso, que teve forte repercussão dentro e fora das artes marciais.

Leandro Lo era um dos principais atletas de Jiu-Jitsu quando foi assassinado (Foto: Dai Bueno/TATAME)