Coluna da Arte Suave: a repetição nos treinos diários leva à perfeição; leia e opine

Coluna da Arte Suave: a repetição nos treinos diários leva à perfeição; leia e opine

* Que a prática leva à perfeição, todos sabem ou já ouviram essa máxima algumas vezes, mas poucos a entendem e a praticam consciente de seus resultados quando se trata de repetir as posições várias vezes para treinar uma finalização, um golpe, raspagem ou movimentação, e assim podem tornar o golpe mais “justo” ou para que a movimentação possa acontecer naturalmente. 

Repetir o golpe sistematicamente não significa que você não sabe fazê-lo, a questão é torná-lo automático, ver o momento certo e fazer. Durante os treinos, muitos lutadores querem apenas lutar. Treinar é bom, claro, mas se não treinar e focar na parte técnica, o lutador não tem como evoluir. Mas quando se fala em repetir os golpes ou movimentos específicos como parte do treinamento durante as aulas, muitos alunos não percebem a importância desse “estudo” da arte marcial e reagem, algumas vezes, até com má vontade. 

Já vi, inclusive, alunos querendo apenas fazer certas posições para um lado, geralmente, de sua preferência, e fazendo uma ou duas vezes somente, acreditando ser o suficiente. Não percebem que através desse estudo pode-se descobrir outras variações do golpe e testar sua eficiência no momento e aperfeiçoar a posição, lapidar determinado movimento e executá-lo de uma maneira tal de fluidez, que o leva a um nível inconsciente, onde o lutador executa o golpe sem pensar, o faz por puro instinto. 

Creio que todos os golpes são bons ou pegam. Mas o único caminho que leva à execução de qualquer golpe para um grau de eficiência, rapidez e qualidade técnica elevados é a prática constante. Só com a prática constante, no “rever” das técnicas, é que o lutador aumenta seu arsenal de golpes e impõe a sua técnica num combate. Esse princípio é percebido quando um lutador é elogiado pela sua técnica ou criticado com frases do tipo: “ele só sabe dar aquele golpe” ou “para anular o jogo dele é só fazer isso ou aquilo”.

Quanto maior o repertório técnico do lutador, melhor para ele, sua mente se sentirá mais tranquila, porque ele sabe que tem várias opções surgindo em sua mente à medida que o treino acontece. Independentemente se os movimentos são ofensivos ou defensivos, ele sabe que tem uma saída e assim poupa seu fôlego para os momentos certos do combate, tornando cada vez mais eficiente seus ataques e com menos consumo de seu potencial aeróbico, principalmente os competidores que, num curto espaço de tempo, fazem diversas lutas, sendo o gás fundamental para um resultado expressivo num torneio.

O lutador tem que estar com a mente alerta e segura. O seu saber e agir devem ser um pensamento único. A mente deve estar focada ao momento presente da luta, alheia ao placar e ao público, se tem alguém olhando o treino ou ao próprio pensamento pessoal quando a raiva atrapalha e ofusca o pensamento. Por outro lado, à medida em que o lutador não sabe o que fazer na luta, sua mente para, e consequentemente suas ações também. Isso pode significar o fim de sua luta, sofrendo uma derrota por pontos ou finalização. 

Para concluir esse texto, repito o mestre Daisetsu Suzuki, com a frase: “O conhecimento técnico não basta. É preciso transcender a técnica para que a arte se converta numa arte sem arte, brotando do inconsciente”.  

Para mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o http://www.geracaoartesuave.com.br/. Oss!

* Por Luiz Dias