Coluna da Arte Suave: dicas para sair da ‘zona de conforto’ e explorar suas habilidades no Jiu-Jitsu; leia e opine

* Ninguém gosta de perder, mas evitar lutas nos treinos não creio ser um bom caminho para nossa evolução. Acredito, sim, em buscar os treinos mais duros e desafiadores, que serão sempre o melhor caminho para a nossa evolução. Ao buscar lutas que não puxam nossos limites, nos deixam em nossas zonas de conforto, não iremos evoluir.
Você pode treinar com um lutador menos graduado, dar dicas, puxar os limites dele. Isso é muito legal, é a amizade, a parceria dentro da academia, mas pense em si próprio. Escolha o treino em que seu oponente oferece risco de te finalizar, proponha para você mesmo um desafio. Se lance à zona de desconforto.
Sempre temos lutas em nosso dojo que sabemos que são mais duras. Certos treinos até evitamos, muitas vezes por cansaço ou por termos a consciência da necessidade de estarmos melhor tecnicamente e/ou com um aeróbico em dia. Outras lutas nem passam em nossa cabeça perder, seja por estar correndo um campeonato ou por ser competitivo, mesmo dentro da academia. Voltar com determinada derrota para casa no fim do treino ou de um campeonato é terrível, tira o sono e ficamos ansiosos para no próximo treino irmos para o “segundo round” com todas as nossas energias, como também finalizarmos determinados adversários de treino ou de campeonato dá um gosto especial aquela vitória.
Mas essas lutas que consideramos “duras”, difíceis de engolir a derrota, são as mais instigantes e nos levam a desenvolver nosso Jiu-Jitsu e nossas estratégias. Independentemente de estarmos lutando com um amigo na academia ou num campeonato, são essas lutas que temos que procurar. Nossos instintos ficam mais aguçados, unindo técnicas aprendidas nos treinos, aliando com nosso potencial físico, garra e determinação.
Como lutador, creio ser importante para o nosso desenvolvimento promovermos “desafios internos”, sair da nossa “área de conforto” e ir buscar as lutas mais difíceis, onde mesmo que você reconheça alguma ou inúmeras vantagens ou superioridade de seu adversário, esse “desafio interno” trará muitas lições e o progresso em seu Jiu-Jitsu é certo. E não é um desafio apenas vencer, finalizar, mas esse “desafio interno” pode ser em escolher um golpe que você não tem confiança. Você nem pensa em tentar numa luta em sua academia e muito menos em uma luta de campeonato. Então, o desafio é ter como meta só finalizar seu oponente com esse determinado golpe. Esse “desafio” acrescentará com a prática mais ao seu repertório.
Em um treino, deixe que seu oponente chegue até aquela posição que você se sinta muito vulnerável. Comece a partir daí o seu “desafio” de sair dessa posição. Com o tempo, essa situação não será mais temida por você. Crie seus desafios, promova suas metas, cada treino pode ter um foco. Abra mão de usar aquelas finalizações que você faz de olhos fechados e busque outras opções de finalizações e raspagens. Quanto mais você promover seus “desafios internos”, mais técnicas você terá desenvolvido e praticado.
Crie objetivos para você mesmo a serem cumpridos em suas lutas, caso o seu parceiro seja menos graduado, aumente seu “desafio”, ou seja, aumente suas limitações, buscando uma dificuldade maior. Certamente o seu oponente também não quer ser finalizado por você, então o desafio está lançado e todo treino se tornará excelente. Com o tempo, suas rotinas estarão com mais alternativas e você poderá escolher o caminho mais eficiente para a vitória e, assim, confirmamos a máxima do Jiu-Jitsu: “Treino duro, luta fácil”. Treine sempre feliz, porque cada treino é um momento de aprendizado e evolução.
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* Por Luiz Dias