Coluna da Arte Suave: em meio ao debate sobre ‘American Jiu-Jitsu’, opte por valorizar o Jiu-Jitsu brasileiro, avalia professor Luiz Dias
* Nos últimos dias – ou tempos -, cada vez mais lemos e escutamos sobre o “American Jiu-Jitsu”, debate que vem despertando em muitos lutadores e professores um sentimento de confronto, de fazer um confere do “Brazilian Jiu-Jitsu” com o tal American Jiu-Jitsu. Eu, particularmente, vejo que devemos fortalecer o nosso Jiu-Jitsu do Brasil. Qual é a justifica em não usar as palavras em português? Eu, por exemplo, não uso palavras como “drill”, “choke’’, “armlock”, entre tantos outros termos em inglês utilizados.
A nossa força está, creio eu, por esse caminho. Você, quando vai treinar Judô, os golpes estão nomeados em que língua? No Taekwondo, golpes não são aprendidos em coreano? No Caratê, não são citados em japonês? É o mesmo caminho de tantas outras artes marciais, isso sem entrarmos em outros esportes.
Se querem criar o American Jiu-Jitsu, a meu ver, é um problema dos americanos. Temos é de fortalecer nossa arte marcial e não ficar preocupados em combater essa nova definição de Jiu-Jitsu. Na minha academia, ressalto que é o Jiu-Jitsu Brasileiro. Que, juntos, treinamos a Defesa Pessoal, e não “Self Defense”. Praticamos o Jiu-Jitsu desenvolvido pelo GM Carlos Gracie e GM Hélio Gracie, e todos os seus sucessores.
Acredito que a atitude correta é mantermos nossa língua nativa nomeando as técnicas e as finalizações, mantermos nossa identidade cultural. Se querem criar o American Jiu-Jitsu, é um problema deles, repito. Sou mais de termos o Jiu-Jitsu Brasileiro cada vez mais técnico, evoluindo, atualizando nossa Defesa Pessoal, com os competidores brasileiros treinando cada vez mais e dominando os pódios pelos campeonatos mundiais com a bandeira brasileira nos quimonos. Essa, a meu ver, é uma das melhores respostas, o domínio do Jiu-Jitsu Brasileiro nos pódios mundiais. Acredito que nossa resposta e atitude tem de vir por esse caminho.
Que esses combates sejam realizados naturalmente, no fluxo dos chaveamentos dos campeonatos. No meu ponto de vista, ao propor um confere, você reconhece e dá importância a essa nova denominação. É apenas a minha opinião. Ganhar ou perder num duelo entre lutadores brasileiros e americanos, não vejo como o caminho correto. Apenas visualizo como um evento. Atrairá a mídia mundial, polarizará multidões, mas o Jiu-Jitsu ou Ju Jutsu, Jiu-Jitsu Brasileiro ou American Jiu-Jitsu, terão seus seguidores e defensores. O que não podemos fazer é nos “americanizar”. Temos de ensinar estrangulamentos, chaves de braço, raspagens e fazer repetições. Ensinar a Defesa Pessoal, ou agora como tenho lido, Auto Defesa, mas não “Self Defense”. Enfim, fica aqui a minha opinião, a que pratico na minha academia e falo quando dou seminários.
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* Por Luiz Dias