Coluna da Arte Suave: evite comparações e lute Jiu-Jitsu por você mesmo; leia e opine

Coluna da Arte Suave: evite comparações e lute Jiu-Jitsu por você mesmo; leia e opine

* É muito bom ler o retorno que os leitores dão, dos elogios, críticas, e claro, as sugestões. O objetivo dessa coluna nada mais é que todos se animem a treinar cada vez mais Jiu-Jitsu, e nos momentos de desânimo por qualquer motivo, recuperem a vontade de continuar a treinar, e ter nossa arte suave como um estilo de vida. Não importa se você é competidor ou não, se é novo ou não, o importante é estar nos tatames, treinando, colocando a endorfina para correr nas veias. 

Para mim, pegar o quimono e ir para a academia já é a “Hora do Jiu-Jitsu”. No Jiu-Jitsu, cada um escolhe a sua estrada, seu caminho. Vou pensando no treino, nas lutas. Tudo já é esquecido e o foco é no treino que está para acontecer. Creio que é você quem deve ponderar e planejar suas expectativas em relação ao seu Jiu-Jitsu. Sempre estabeleça parâmetros reais próprios com o seu Jiu-Jitsu em relação aos seus parceiros de treino. Leve em questão quantas vezes, por exemplo, você treina por semana, sua idade e sua meta em relação ao esporte. Não estabeleça comparações injustas que acabarão fazendo você parar de treinar. 

Você só pode treinar duas ou três vezes por semana, isso quando consegue. E aí quer comparar sua performance com um lutador que é focado em competir e pode treinar todos os dias? Puxe seus limites, sim, mas seja justo e realista nas comparações com você mesmo. O importante é você estar indo à academia e treinando, independentemente da idade. Lute por você, sua saúde e bem estar físico e mental. 

Um leitor amigo me escreveu perguntando se eu via algum problema nele, no caso o leitor, não querer mais competir. E então coloco até a questão mais abrangente. A questão de competir, ser competidor ou não ser competidor, ou deixar de competir. Creio que cada um tem um perfil, um momento da vida que pode alternar a vontade de competir ou justamente o contrário. Eu, particularmente, acho importante você competir pelo menos uma vez para experimentar, vivenciar essa experiência. Checar sua categoria, esperar sair o cronograma das lutas, se preparar para o dia, a hora da luta e o momento de escutar o árbitro dizer a tão esperada palavra “combate”. Mas cada um tem o seu perfil, e eles são diferentes.

Como professor, creio que devemos respeitar o perfil de cada um. Temos de lembrar que todos os campeões têm a necessidade de terem bons parceiros de treino que lhe proporcionam treinos duros para que possam evoluir em sua preparação. Mas muitos desses parceiros, por vezes, não querem competir, mas são tão importantes como os campeões de suas academias. Tenho vários amigos, excelentes lutadores, que não competem, mas são grandes lutadores. Simplesmente não querem competir por motivos particulares. 

Os campeonatos são importantes, e creio que todos os lutadores deveriam experimentar essa adrenalina, e por vezes podem até tomar gosto pelas competições. Mas optar por não querer competir não vejo como demérito algum, ter o Jiu-Jitsu como um esporte, uma filosofia de vida, isso pra mim já está ótimo. Como professor, gosto de deixar para cada um a opção de competir ou não. Mas eu dou o mesmo valor, tanto ao lutador que traz a medalha, como ao lutador que não compete – ou não traz medalha -, porque fornecem treinos que contribuem para a evolução dos competidores de sua academia. 

O Jiu-Jitsu é uma arte marcial que permite que cada um treine de acordo com a sua vontade, de acordo com sua condição física e idade. Cada um tem as suas competições internas, então que cada lutador faça a sua escolha. Competir ou não competir é apenas uma das opções que temos. Para mim, o Jiu-Jitsu é uma estrada que me ensina a cada treino, fortalecendo meu corpo e mente. Treine Jiu-Jitsu para você mesmo. 

Para mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o http://www.geracaoartesuave.com.br/. Oss!

* Por Luiz Dias