Coluna da Arte Suave: no Jiu-Jitsu, testar novas posições é essencial para sua evolução; leia e saiba mais
Em seu novo artigo na TATAME, Luiz Dias fala sobre a importância de experimentar novas posições em seu jogo no Jiu-Jitsu
Em seu novo artigo, Luiz Dias falou sobre a graduação no Jiu-Jitsu e a importância do atleta se federar (Foto: Reprodução)
* Na minha academia de Jiu-Jitsu, infelizmente, sempre observo alunos que, na hora em que eu ou outro lutador mostra uma nova posição, sempre tem um que, sem experimentar a posição, já decide mentalmente se ela é eficaz ou não. E quando faz, executa uma, duas ou três vezes e se dá por satisfeito. E mais ainda, realiza essa repetição num lado só, ou seja… Quando eu vejo isso acontecendo, eu pergunto: “quando você dirige, você faz curva para um lado só?”.
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Sempre temos um lado mais hábil, é claro. Mas como não treinar a posição para ambos os lados? E por que não tentar fazer a posição num treino livre? Você pode ter uma boa surpresa em ver que esse golpe pega. Não entendo a resistência de muitos em nem tentar. Certamente, a evolução no Jiu-Jitsu acontece com o resultado de muito treino e repetição do golpe ou da movimentação. Repetir o golpe sistematicamente não significa que não sabe fazê-lo, mas é nítido que, durante os treinos, muitos lutadores querem apenas lutar.
Mas quando se fala em repetir os golpes ou movimentos específicos como parte do treinamento durante as aulas, muitos alunos não percebem a importância desta parte do “estudo”, de ter a mente aberta e aceitar experimentar novas técnicas. Quando percebo isso em minhas aulas, eu explico aos meus alunos a importância de testar novas posições e repetir o movimento para a melhor percepção e performance do lutador.
“Em qualquer batalha, não costumam trazer a vitória o número de soldados e a coragem instintiva, mas a arte e o treinamento”. Sábias palavras de Vegécio, escritor do Império romano do século IV d.C.
Muitos lutadores não percebem que através da repetição nos treinos de Jiu-Jitsu é que se pode descobrir o seu melhor encaixe, e até mesmo variações do golpe e testar sua real eficiência. Treinar, repetir os movimentos e, principalmente, saber o mesmo golpe para ambos os lados, só você que ganha com isso. Automaticamente, à medida que você treina para ambos os lados, começam a diminuir as dificuldades que sente em determinado flanco do oponente.
Acredite, o treino das posições é o momento de aperfeiçoar a posição, lapidar determinado movimento e executá-lo de uma maneira tal de fluidez que o leva a um nível inconsciente para que, na hora do combate, o lutador execute o golpe sem pensar, o faz por puro instinto. Todos os golpes são bons, ou pegam, mas o único caminho que leva a execução de qualquer golpe para um grau de eficiência, rapidez e qualidade técnica é a prática constante.
Só com a prática constante, no “rever” das técnicas, é que o lutador aumenta seu arsenal de golpes e impõe a sua técnica num combate. Esse princípio é percebido quando um lutador é elogiado pela sua técnica: “ele tem um excelente nível técnico”, ou criticado com frases do tipo: “ele só sabe dar aquele golpe!”, ou “para anular o jogo dele, é só fazer isso”.
O lutador tem que estar com a mente alerta e segura. O seu saber e agir devem ser um pensamento único. A mente deve estar focada no momento presente da luta, alheio ao placar e ao público. Por outro lado, à medida que o lutador não sabe o que fazer no momento da luta, sua mente para, e consequentemente, suas ações também. Isso pode significar o fim de sua luta, sofrendo uma derrota por pontos ou uma finalização.
Para concluir esse texto, repito as palavras do mestre Daisetsu Suzuki, com a seguinte frase: “O conhecimento técnico não basta. É preciso transcender a técnica para que a arte se converta numa arte sem arte, brotando do inconsciente”.
Para mais informações, veja www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o www.geracaoartesuave.com.br/.
* Por Luiz Dias