Coluna da Arte Suave: a importância da repetição de golpes para evoluir dentro do Jiu-Jitsu; leia e opine

Que a prática leva à perfeição, seja no Jiu-Jitsu ou qualquer outro âmbito, todos sabem ou já ouviram essa máxima. Mas poucos a entendem. E a repetição do golpe, leva à sua evolução? Quando se trata de repetir posições para treinar o golpe, e assim poderem colocar o golpe mais “justo” ou para que a movimentação possa sair mais “fluida”, muitos lutadores não gostam, não veem motivo, por já saberem fazer, mas saber executar a posição e fazer numa luta são situações bem diferentes. 

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Quando o professor dá o treino no Jiu-Jitsu, manda fazer um número de entradas ou determinada movimentação ou finalização, muitos alunos não gostam. Por vezes, fazem poucas e para um lado só. Repetir o golpe sistematicamente não significa que não sabe fazê-lo, mas é a repetição que trará a eficiência do movimento. 

Durante os treinos de Jiu-Jitsu, muitos lutadores querem apenas lutar, lutar e lutar. Mas quando se fala em repetir os golpes ou movimentos específicos como parte do treinamento durante as aulas, muitos alunos não percebem a importância desta parte do “estudo” da arte marcial, e reagem algumas vezes até com má vontade. Não percebem que através desse estudo pode-se descobrir outras variações do golpe e testar sua real eficiência. 

É um excelente momento de aperfeiçoar a posição em seu jogo de Jiu-Jitsu, lapidar determinado movimento e executá-lo de uma maneira tal de fluidez, que o leva a um nível inconsciente. O lutador executa o golpe sem pensar, o faz por puro instinto. Todos os golpes são bons, ou pegam, mas o único caminho que leva a execução de qualquer golpe para um grau de eficiência, rapidez e qualidade técnica é a prática da repetição constante. 

No “rever” das técnicas é que o lutador aumenta seu arsenal de golpes e impõe a sua técnica num combate de Jiu-Jitsu. Esse princípio é percebido quando um lutador é elogiado pela sua técnica ou criticado com frases do tipo: “ele só sabe dar aquele golpe” ou “para anular o jogo dele é só fazer isso ou aquilo”. Quanto maior o repertório técnico do lutador, melhor para ele. Sua mente se sentirá mais tranquila, porque ele sabe que tem várias opções surgindo em sua mente à medida que  o treino acontece.

Independente se os movimentos são ofensivos ou defensivos, ele sabe que tem uma saída e, assim, poupa seu fôlego para os momentos certos do combate, tornando cada vez mais eficiente seus ataques e com menos consumo de seu potencial aeróbico, principalmente os competidores que, num curto espaço de tempo, fazem diversas lutas, sendo, então, o gás fundamental para um resultado expressivo num campeonato ou mesmo num treino na academia. 

O lutador de Jiu-Jitsu tem que estar com a mente alerta e segura. O seu saber e agir devem ser um pensamento único, a mente deve estar focada ao momento presente da luta, alheio ao placar e ao público, se tem alguém olhando o treino ou o próprio pensamento pessoal quando a raiva atrapalha e ofusca o pensamento. 

Por outro lado, à medida que o lutador não sabe o que fazer no momento da luta, sua mente para, e consequentemente, suas ações também. Isso pode significar o fim de sua luta sofrendo uma derrota por pontos ou uma finalização. 

Para concluir esse texto voltado para os atletas de Jiu-Jitsu, repito as palavras do mestre Daisetsu Suzuki, com a seguinte frase: “O conhecimento técnico não basta. É preciso transcender a técnica para que a arte se converta numa arte sem arte, brotando do inconsciente”. 

Para mais informações, veja www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail [email protected]. Também conheça o www.geracaoartesuave.com.br/.

* Por Luiz Dias

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