Coluna Treinamento Desportivo: hipertrofia – revisão sobre princípios para aumentar a massa muscular

Coluna Treinamento Desportivo: hipertrofia – revisão sobre princípios para aumentar a massa muscular

Parte 1

Nessa sequência de artigos, convidamos Carlos Alves, Mestre em Desempenho Esportivo e Preparador físico do atleta do UFC Serginho Moraes, para escrever juntamente com nossos colunistas sobre um tema muito importante e sempre atual, que é a hipertrofia.

Dentro de qualquer modalidade profissional ou recreacional (amadora), melhorar as capacidades físicas, tais como a força, são imprescindíveis tanto para a melhora atlética quanto a saúde. Para desenvolver ou melhorar a força, treinamentos específicos em que se utilizem de sobrecarga máxima contra um implemento ou por meio de métodos que gerem a hipertrofia são utilizados. Entender os fatores que contribuem para o aumento da força máxima, tais como respostas neurológicas e adaptações estruturais de longo prazo, são primordiais. Contudo, é importante desmistificar que tamanho e massa corporal avantajada em alguns praticantes de academia que se utilizam de métodos de treinamento que gerem hipertrofia, não necessariamente, serão detentores de maior capacidade para produzir força máxima quando comparado a indivíduos que utilizem-se de respostas neurológicas.

Alguns pesquisadores da Inglaterra reportaram benefícios positivos entre tamanho dos músculos com altas taxas de produção de potência em indivíduos que utilizam treinamento com saltos sejam eles, horizontal ou vertical (Waldron M, Worsfold PR, Twist C and Lamb KL, 2014). De fato, isso sugere uma necessidade da construção de uma base “musculoesquelética” antes dos treinamentos neurais de força máxima. Desta forma, organizar e planejar a distribuição e direção do treinamento segundo o “Modelo de Periodização de Potenciação de Fase”, torna-se mais efetivo no que tange o aumento da força máxima, por exemplo (Howe L, Read P, Waldron M, 2017, p.72). 

Mas antes de falarmos sobre quais seriam as principais variáveis que interferem nas respostas hipertróficas do treinamento, primeiro, precisamos entender como a hipertrofia pode vir a surgir, e sobre isso, destacamos três mecanismos que são sugeridos na literatura como responsáveis: tensão mecânica, estresse metabólico e dano muscular.

  • Tensão mecânica é descrita como o estresse sofrido pelo músculo em decorrência de cargas externas com respostas sobre as estruturas do músculo esquelético, implicando na integridade das fibras musculares e conduzindo a modificações celulares via estimulação da via mTOR
  • O estresse metabólico local está relacionado ao acúmulo de subprodutos metabólicos, tais como lactato sanguíneo e íons hidrogênio, gerados por acumulo na glicólise rápida (também chamada de glicólise anaeróbica)
  • E por fim, o dano muscular, que são mensagens advindas de processos inflamatórios originados por exercícios ao qual após ajuste das cascatas de sinalização da síntese proteica, resultam em maiores diâmetros musculares

Obviamente que estas respostas são oriundas de modificações no ambiente intra e extracelular, que normalmente surgem do processo de estresse via treinamento. Tais alterações metabólicas possuem papel fundamental no potencial de influenciar o crescimento através de técnicas associadas a expansão da liberação específica de Miocinas (poderosa enzima de saúde), maior desenvolvimento de espécies reativas de oxigênio, edema celular e respostas hormonais agudas. Desta forma, nas próximas edições, vamos elucidar as principais variáveis para se alcançar hipertrofia muscular em adultos saudáveis.

Em suma, serão abordados:

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  • Carlos Alves, MSc Desempenho Esportivo UFPR, Especialista em Treinamento de Força UFPR, Fisiologista do Exercício UFPR. Preparador Físico dos Atletas (UFC / Bellator) Serginho Moraes, Rafael Carvalho e Jenniffer Maia.

Instagram: https://www.instagram.com/coach_carlosalves/

Referências:

  1. Howe, L. P., Read, P., Waldron, M. (2017). Muscle Hypertrophy: A Narrative Review on Training Principles for Increasing Muscle Mass. Strength and Conditioning Journal, volume 39 number 5 (October 2017), 72-81.
  1. Waldron M., Worsfold, P. R., Twist, C. and Lamb, K. L. Changes in anthropometry and performance, and their inter-relationships, across three seasons in elite youth rugby league players. J Strength Cond Res 28: 3128-3136, 2014.

Dr. Dias pic TatameStéfane Dias: PhD em Treinamento Desportivo – Rússia – e Professor da Keiser University – USA – e-mail: [email protected]

 

 

fabiocolunaFábio Vieira: PhD em Ciências do Movimento Humano e Professor do Centro Universitário UNIVAG – e-mail: [email protected] – Instagram: https://www.instagram.com/fabiosfvieira/

 

 

diegocolunaDiego Lacerda: Mestre em Treinamento Desportivo – Rússia – e-mail: [email protected] – Instagram: https://www.instagram.com/diegolacerdatkd/

 

 

Pic PashaPavel Pashkin: Mestre em Treinamento Desportivo e Treinador Profissional de Sambo – Rússia – e-mail: [email protected] – Instagram: https://www.instagram.com/pashkinpavel