Com motivação de sobra, Cacá Esposito mira título no Mundial Master e revela história curiosa

Com motivação de sobra, Cacá Esposito mira título no Mundial Master e revela história curiosa

Por Mateus Machado

Marcado para acontecer entre os dias 21 e 24 de agosto, em Las Vegas, nos Estados Unidos, o Mundial Master de Jiu-Jitsu da IBJJF é o grande objetivo de diversos atletas e também de Carla Esposito. Após o vice-campeonato no ano passado, a faixa-roxa está extremamente motivada para ir em busca do tão sonhado ouro este ano. Com o segundo lugar em sua categoria no Brasileiro da CBJJ, em maio, a lutadora retornou aos treinos com afinco nos últimos dias e, nos próximos dois meses, vai apertar o ritmo visando o torneio.

Aos 45 anos e mãe de três filhos, “Cacá” sabe da importância de estar presente com sua família, mas disposta a seguir sua paixão pela arte suave, a atleta exalta o trabalho realizado através da parte mental como motivação para seguir em frente com seus sonhos profissionais, mesmo com algumas limitações que possam surgir no caminho.

“Eu comecei o Jiu-Jitsu bem tarde. Apesar de ter começado nas artes marciais bem nova (aos 20 anos), eu comecei no Jiu-Jitsu aos 40, então é uma prova que nunca é tarde para começar aquilo que você deseja. Mas é óbvio que não é a mesma coisa e eu confesso que aos 45 anos eu sinto um ‘pesar’ maior do que aos 40. Acho que agora eu venho sentindo mais a dificuldade de recuperar o meu corpo, a força física não é a mesma, mas nada disso me impede de treinar e de ter bons resultados nos meus campeonatos. Eu acho que a questão é muito mental também. Tem o corpo, mas a mente faz com que você vá mais além. Se você acredita que consegue, você vai lá e consegue”, afirmou a faixa-roxa.

Confira a entrevista com Cacá Esposito na íntegra:

-Bons resultados em 2018 e busca por redenção em 2019

Ano passado eu fui campeã brasileira, em um ano que foi muito bom pra mim, em que pude treinar bastante, tive muitos resultados positivos, com o título brasileiro e o vice-campeonato mundial. Este ano, infelizmente, eu não consegui treinar da maneira que eu precisava, em função da minha família, tive que priorizar um pouco eles. Na verdade, treinei bem pouco Jiu-Jitsu e Judô este ano. Estou voltando aos poucos, voltei nesta semana com os meus treinos, ainda estou sentindo um pouco o gás, mas acho que consigo recuperar nesses dois meses pré-campeonato. Agora é foco total e muita dedicação nos treinos para, em agosto, conseguir participar do Mundial Master, agora sendo campeã.

-Disputa do Mundial Master da IBJJF, em agosto

Estou fechando com meus patrocinadores e a expectativa é sempre muito alta, até porque é o campeonato mais importante dos masters. Tem o Mundial para a galera mais nova, que acontece na Califórnia (EUA), e o Mundial de masters, logo na sequência, em Las Vegas. É o campeonato mais importante e o que dá mais frio na barriga, sem dúvida (risos).

-Desafios com a prática do Jiu-Jitsu aos 45 anos de idade

Eu comecei o Jiu-Jitsu bem tarde. Apesar de ter começado nas artes marciais bem nova (aos 20 anos), eu comecei no Jiu-Jitsu aos 40, então é uma prova que nunca é tarde para começar aquilo que você deseja. Mas é óbvio que não é a mesma coisa e eu confesso que aos 45 anos eu sinto um ‘pesar’ maior do que aos 40. Acho que agora eu venho sentindo mais a dificuldade de recuperar o meu corpo, a força física não é a mesma, mas nada disso me impede de treinar e de ter bons resultados nos meus campeonatos. Eu acho que a questão é muito mental também. Tem o corpo, mas a mente faz com que você vá mais além. Se você acredita que consegue, você vai lá e consegue. Eu sou cristã, acredito muito em Deus, e quando estou muito cansada – porque nem sempre você está motivada -, eu oro. Quando estou esgotada fisicamente, com muitas dores, faço um trabalho mental com Deus para seguir em frente e fazer o que é preciso para continuar atrás do meu sonho.

-Grandes sonhos e histórias vividas com o Jiu-Jitsu

Eu tenho alguns sonhos no Jiu-Jitsu… Aprender bem, melhorar o meu jogo, chegar à faixa preta, tenho sonho de ser campeã mundial no master. Tenho também uma história curiosa no Grand Slam e esse desejo de ser campeã, porque fui vice no ano passado por um ‘vacilo’ meu, já que eu, provavelmente, seria campeã se não tivesse cometido uma falta.

A história é a seguinte: o primeiro Campeonato Mundial que participei lá fora foi em Los Angeles (EUA) e eu perdi na primeira luta, fiquei bem frustrada. O segundo eu me inscrevi aqui no Brasil e eu baixei de categoria, mas eu teria que estar pesando muito abaixo e eu cheguei perto, mas quando faltavam 800g, eu passei muito mal e não consegui bater o peso, o que também me frustrou muito, porque foi um mês de muito sacrifício, de treinos, de uma dieta bizarra, e treinar com fome é muito ruim (risos), te debilita muito. No ano passado, eu entrei naquele tatame para fazer as minhas quatro lutas e ser campeã, ninguém ia tomar aquela medalha de ouro de mim. Ganhei as três primeiras lutas, na quarta eu estava ganhando, melhor, mas eu cometi uma falta nos últimos segundos e deixei a medalha de ouro escorrer pelas minhas mãos. Mas, de qualquer forma, eu fiquei muito feliz com o meu resultado, e o Judô tem me ajudado bastante a complementar o meu Jiu-Jitsu, então eu tenho grandes projeções de, enfim, conseguir essa medalha de ouro em agosto. Tenho dois meses para correr atrás do prejuízo e vou conseguir.