Como uma tragédia familiar mudou a trajetória e carreira do ‘eterno atleta’ Matheus Nicolau, prestes a lutar no BRAVE

Matheus Nicolau não é como o lutador brasileiro comum. Não passou tantas dificuldades financeiras em sua vida, mas sua obsessão por artes marciais o levou a se tornar uma das grandes contratações do BRAVE Combat Federation. Ele fará sua estreia em casa, diante de amigos, família, e fãs, no BRAVE 25, que acontece no próximo dia 30 de agosto, na Arena Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte.
*Ex-UFC, Nicolau fala de acerto com o BRAVE e projeta: ‘Tudo para ser uma parceria de sucesso’
Apesar de ter tido uma infância diferente da maioria das crianças brasileiras, Matheus tinha algo em comum com elas: seu amor pelo futebol. Assim como nove entre dez meninos nascidos no Brasil, ele tinha o sonho de se tornar jogador profissional. No entanto, seu preparo físico estava abaixo do normal e foi com o intuito de ficar mais forte, para resistir às entradas truculentas dos zagueiros adversários, que Nicolau começou a frequentar a academia local.
Junto com seu irmão mais velho, Matheus começou a praticar Jiu-Jitsu e aos poucos foi se apaixonando pela arte suave. Após um período concentrado apenas no futebol, Nicolau retornou aos tatames aos 13 anos. Dois meses depois, porém, seu pai faleceu.
O mesmo pai que o incentivava a praticar todos os esportes possíveis e que passava os fins de semana grudado na TV com o pequeno Matheus, vendo todos os jogos de todas as modalidades que eram transmitidos e que incutiu no garoto o desejo de ser atleta.
O luto pela morte prematura do pai o envolveu de forma devastadora. Nicolau ficou um tempo sem ver os amigos ou jogar futebol. Seu único consolo era no tatame. Os treinos de Jiu-Jitsu eram um escape da tristeza que o abateu. Mais do que jogador, Matheus queria ser um atleta profissional.
“Eu lembro de olhar no espelho no dia que o meu pai morreu e ter decidido que eu faria aquilo pelo resto da vida. Eu seria um artista marcial. Não queria falar com ninguém, só queria treinar Jiu-Jitsu”.
Foi assim que Matheus começou a se destacar internamente em Belo Horizonte. O MMA já estava presente há muito tempo em sua vida, já que as lutas estavam incluídas no cardápio oferecido todo fim de semana por seu pai na TV.
Aos 15 anos, Matheus começou a treinar outras disciplinas e voltou seu foco para o MMA. Aos 17, fazia sua estreia profissional.
Nos anos seguintes, Nicolau construiu um cartel de respeito, lutando em diversas promoções nacionais e foi chamado para o TUF. Após vitoriosa passagem pelo UFC, ele se junta à namorada Luana Pinheiro no evento que mais cresce no mundo do MMA.
Seu primeiro desafio é gigante, mas também uma prova do quanto ele é conceituado. Na luta co-principal do BRAVE 25, ele volta ao peso galo para enfrentar Felipe Efrain, um dos melhores strikers do BRAVE CF e ex-desafiante ao cinturão mundial da categoria.
“Tudo que quero é vencer. Estou trabalhando duro para dar essa alegria a todo mundo que vai me ver lutar. Tenho ciência de que meu oponente tem um alto nível, e estou treinando para vencer. A partir daí, o céu é o limite junto com um evento do nível do BRAVE. Vou para buscar o cinturão”, garante Nicolau.
Apesar de falar em título mundial, a obsessão de Matheus é outra: ser o melhor artista marcial que ele pode ser. Os dois objetivos se convergem na medida que tirar o título do filipino Stephen Loman seria um indicativo de que ele chegou ao topo.
“Eu não presto tanta atenção em outros lutadores, recordes ou comparações. Minha busca é para ser a melhor versão de mim mesmo. E espero que essa versão esteja com o cinturão do BRAVE CF no ombro”, finalizou.