Comunidade da luta prestigia primeiro festival para atletas com Síndrome de Down; veja como foi
Emocionante, contagiante e inspirador. É difícil encontrar palavras para descrever o que foi a primeira edição do Jiu-Jitsu Down Festival, evento realizado no último sábado (23) na Arena Carioca 2, no Rio de Janeiro, pela SJJSAF (Federação Sulamericana de Sport Jiu-Jitsu) em parceira com a Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude. Ídolos do presente e do passado, e até o time profissional de Basquete do Flamengo, marcaram presença neste dia especial para os amantes das artes marciais. Da primeira luta até a última, foi difícil segurar a emoção a cada vitória de um atleta com Down. Até o Secretario de Esporte, Lazer e Juventude, Felipe Bornier, que é faixa-azul de Jiu-Jitsu, colocou o quimono e fez questão de participar dessa grande festa.
“Foi inspirador este evento”, disse Cleiber Maia, presidente da SJJSAF. “Todo mundo vestiu a camisa, ou melhor, o quimono. O apoio do Secretário Felipe Bornier ao evento foi importantíssimo. Ele ainda fez questão de fazer uma superluta. Foi realmente contagiante. O SESC e a equipe da Operação Lei Seca também abraçaram essa causa. O sucesso foi tanto que o evento vai entrar para o calendário anual da SJJSAF”.
Último a lutar no evento, o medalhista olímpico Flávio Canto foi bastante assediado pelos atletas com Down e retribuiu todo o seu carinho fora e dentro do tatame, quando enfrentou o faixa-laranja Davi Oliveira, que o finalizou com uma chave-de-braço. Ao final do combate, Canto elogiou bastante Davi e se disse impressionado com a quantidade de atletas com Down que o evento reuniu.
“Eu cresci acompanhando o desenvolvimento de um judoca, o Breno Viola, e vendo toda a evolução dele como atleta. Hoje ele é faixa-preta. Fico encantado com esse tipo movimento, porque eu sei a força que a arte marcial tem nesse desenvolvimento. Fiquei surpreso com a quantidade de crianças e jovens, especialmente porque a maioria vem de um mesmo lugar. Méritos para o professor que conseguiu reunir todos esses atletas. No Instituto Reação temos 1800 atletas e cerca de 30 deles têm Down. É muito pouco, mas não é fácil, especialmente porque trabalhamos com crianças de baixa renda e existe uma super proteção que dificulta encontrar essas crianças. Inclusive já conversei com o Cleiber Maia para que ele possa dar alguma ideia para nos ajudar a trazer mais alunos com Down. Esse é um evento que é um super exemplo para mostrar que é possível. Foi um dia muito especial e fiquei muito feliz de ter participado”, declarou Flavio Canto.
O Festival, que teve como principal objetivo conscientizar a população sobre a inclusão das pessoas com Síndrome de Down, contou também com a participação do atleta do UFC, Léo Santos, do campeão Mundial e atleta do Bellator, Léo Leite, os ex-atletas do UFC Hacran Dias e Delson Pé-de Chumbo, lendas do passado do Jiu-Jitsu, como Fernando Pinduka, Leonardo Castello Branco e Roberto Roleta, além da faixa-preta Lu Neder e a apresentadora Paula Sack, entre outros que doaram o seu tempo e todo o seu carinho a esses jovens.