Cris exige ‘pedido de desculpas’ de Dana e cita bullying: ‘Machuca minha imagem’

Cris exige ‘pedido de desculpas’ de Dana e cita bullying: ‘Machuca minha imagem’

EDMONTON, ALBERTA - JULY 27: Cris Cyborg of Brazil prepares to fight Felicia Spencer of Canada in their featherweight bout during the UFC 240 event at Rogers Place on July 27, 2019 in Edmonton, Alberta, Canada. (Photo by Jeff Bottari/Zuffa LLC/Zuffa LLC)

A vitória de Cris Cyborg sobre Felicia Spencer, no último sábado (27), pelo co-main event do UFC 240, marcou a última luta da brasileira em seu atual contrato com a organização. Agora, a ex-campeã peso-pena tem, em tese, uma janela de negociação exclusiva de 90 dias com o UFC antes de poder falar com outras franquias. O clima da paranaense com Dana White para a renovação, no entanto, está longe de ser dos melhores.

O presidente do Ultimate já protagonizou declarações polêmicas ao citar Cyborg, até mesmo quando a lutadora ainda não fazia parte do plantel do UFC. Tudo começou em 2014, quando Dana, em entrevista aos jornalistas, afirmou que Cris parecia o lutador Wanderlei Silva “de vestido”. Outro que causou confusão foi Joe Rogan, comentarista oficial da organização, que em 2015, em um podcast, disse que a brasileira tinha uma “genitália masculina”. Nos últimos tempos, a lutadora e Dana White voltaram a entrar em atrito após o mandatário declarar que a atleta teria “medo” de uma revanche contra Amanda Nunes.

Tais declarações pesam e são fatores que fazem Cris Cyborg refletir bastante a respeito de uma possível renovação de contrato com o Ultimate. Em entrevista ao jornalista Ariel Helwani, da ESPN, a ex-campeã disse que aguarda um pedido de desculpas de Dana para, então, passar a considerar a possibilidade de ampliar seu vínculo com o Ultimate.

“É claro que ele precisa se desculpar. Eu acho que ele tem família, tem filhos… Eu não sei se ele tem coração, mas acho que uma coisa que ele está fazendo não é apenas me machucar, porque ele não gosta de mim, mas ele está machucando as pessoas ao meu redor, ele está machucando minha família. Isso não está certo. Estou sofrendo bullying. Ele é o chefe. Como o chefe tira sarro do seu atleta? Você tem que ter regras. Eu tenho uma filha, eu tenho uma mãe, eu tenho um pai”, revelou Cyborg, que em entrevista à imprensa no último sábado, logo depois do UFC 240, já havia comentado sobre o fato.

“Tenho muitos problemas com o UFC. Não quero reclamar de nada, mas tem muitas coisas que precisamos trabalhar. Todos sabem que não tenho um bom relacionamento com UFC, Dana White faz bullying comigo toda hora… Dizer que eu estava com medo e não queria enfrentar Amanda é uma mentira, e isso machuca a minha imagem. Não quero que machuquem minha imagem, quero alguém que trabalhe junto comigo. Minha filha quase brigou na escola por causa disso. Uma criança disse algo sobre mim, e eu disse para ela que não pode brigar, mas isso não é legal. As pessoas veem na mídia os outros dizendo besteira e dizem, ‘sua mãe tem um pênis’. Isso incomoda ela e me incomoda”, relatou.

Através das redes sociais, Cyborg foi ainda mais além nas acusações e, em uma postagem, mostrou o vídeo onde Dana White a compara com Wanderlei Silva de maneira pejorativa e o áudio em que Joe Rogan diz que a brasileira tem uma “genitália masculina”: “Toda mulher merece o direito de ir trabalhar em um ambiente livre de assédio sexual, intimidação online e intimidação no local de trabalho”, escreveu a ex-campeã na legenda.


Dana causa nova polêmica

Como se não bastasse a relação “turbulenta” que Dana White e Cris Cyborg desenvolveram nos últimos anos por conta das declarações polêmicas do presidente do Ultimate, os atritos não param por aí. Após dizer que a curitibana teria “medo” de uma revanche contra Amanda Nunes, o mandatário, em entrevista à ESPN, insinuou que Cyborg estaria em busca de lutas “mais fáceis”, o que seria a causa de uma possível ida para outra franquia.

“Cyborg está nessa há muito tempo. Na minha opinião, Cyborg se vê no crepúsculo de sua carreira, e acho que ela quer algumas lutas mais fáceis. E não há nada de errado com isso. Muitos lutadores saíram (do UFC) para fazer lutas mais fáceis, e não há nada errado com isso. Quando você chega a uma certa idade e um certo ponto da sua carreira e luta como a Cris hoje (sábado, contra Felicia Spencer), se ali fosse a Amanda Nunes, era uma luta totalmente diferente. Não a culpo por isso, não estou a criticando, mas são fatos. O fato é, eu farei a luta se ela quiser enfrentar Amanda, e Amanda quer a luta”, encerrou Dana.