Depressão nos esportes: por que os atletas também sofrem com este mal?

Depressão nos esportes: por que os atletas também sofrem com este mal?

A depressão nos esportes é real e tem afetado cada vez mais atletas, inclusive durante as Olimpíadas de Tóquio 2020 – realizadas este ano por conta da pandemia. Muito embora os países desejem apoiar os seus respectivos candidatos ao pódio, não é possível passar por cima de um fato muito importante: eles também são humanos.

Muitas modalidades sofrem com a pressão da perfeição, por isso todos os envolvidos, até mesmo os espectadores que dedicam seu tempo às apostas por meio da KTO apostas esportivas, precisam se cuidar para não serem influenciados de maneira negativa pelos resultados dos jogos.

O que é a depressão?

A depressão é um transtorno afetivo, que tem como principais características a tristeza e a sensação de solidão. Na maior parte dos casos, ela é caracterizada pela angústia extrema, fazendo com que as pessoas acometidas acabem por entrar em um estado melancólico.

Ainda que ela seja considerada uma doença de cunho psicológico, é comum ver pessoas desdenhando ou simplesmente ignorando a sua existência. Essa atitude é extremamente prejudicial e pode agravar o quadro de pessoas depressivas, principalmente quando o julgamento vem de dentro da própria família.

Outra característica da depressão diz respeito aos períodos em que o indivíduo passa alimentando pensamentos destrutivos e que, querendo ou não, vão degradando o próprio psicológico. Por isso, com os menores sinais, é preciso buscar ajuda especializada.

Quais são os sintomas?

Atualmente, muitas pessoas têm sofrido com a depressão por causa da constante pressão social, seja para ter um corpo perfeito, apresentar o melhor desempenho no âmbito profissional ou simplesmente ter filhos pouco depois de casar. A verdade é que a sociedade acaba sendo a culpada por agravar ainda mais essa doença.

De fato, existem muitos sintomas relacionados à doença, bem como causas. Uma pessoa que passou por um trauma, ou tem muitas expectativas depositadas sobre si, acaba entrando em um estado de aflição constante, onde vive em função dos outros e não para realizar seus desejos.

Dentre os principais sintomas da depressão, estão:

● Pensamentos destrutivos;
● Dificuldade em se sentir feliz;
● Sensação de inutilidade;
● Autocrítica negativa;
● Cobrança excessiva sobre si mesmo;
● Incapacidade de enxergar os próprios pontos positivos;
● Aumento ou diminuição do apetite;
● Mal-estar constante;
● Perda de interesse em atividades que antes gostava;
● Fadiga;
● Agitação;
● Mudanças rápidas de comportamento;
● Discurso pessimista.

Mesmo que apenas um dos sintomas tenha sido identificado, é importante buscar atendimento psicológico o quanto antes. Um profissional poderá ser capaz de oferecer direcionamentos específicos para que as sensações de peso, dor e angústia sejam colocadas de lado, além de combater a doença em seu estágio inicial.

Depressão nos esportes: a pressão sobre atletas de alto rendimento

A depressão nos esportes era considerada um tabu até poucos anos. Muitos atletas tinham dificuldade para expressar seus sentimentos e insatisfações, principalmente quando estavam próximos de enfrentar uma competição importante, como é o caso das Olimpíadas. No entanto, conversar se mostra cada vez mais necessário para universalizar a importância do tema.

Muitas vezes, a doença surge nos atletas por uma grande cobrança, seja dele mesmo ou de outras pessoas. É claro que, depois de passar vários anos treinando de maneira contínua, espera-se que os resultados sejam positivos. No entanto, nos momentos decisivos, há muitos fatores que podem influenciar no resultado e não há nada de errado com isso.

A verdade é que há vida além do esporte e muitas pessoas acabam se esquecendo disso. Menosprezar o desempenho de um atleta ou ir até as redes sociais para soltar ofensas não irá ajudar em nada. Todas as pessoas que chegaram a uma competição importante treinaram, só que apenas três subirão no pódio.

Em outras palavras, a questão não é apenas estar bem preparado, porque quem chega às Olimpíadas está, de fato, apto a encarar os desafios. E isso só reforça a importância de dar o suporte necessário para que os atletas consigam lidar com toda essa carga emocional.

O caso Simone Biles

Um dos casos que chamou mais atenção em 2021 aconteceu nas Olimpíadas de Tóquio. A norte-americana Simone Biles acabou desistindo de competir nas finais de sua modalidade. Ainda que tenha realizado duas provas, a atleta disse que não estava bem mentalmente.

Em entrevistas, Simone disse que preferia priorizar a própria saúde mental antes mesmo de voltar a competir, para não sucumbir à depressão. Além disso, a ginasta falou que não conseguia executar seus movimentos adequadamente, pressionada pela grande massa de torcedores que a consideravam a melhor do mundo e esperavam um desempenho perfeito.

O caso de An Sann

De fato, a cultura da Coreia do Sul ainda tem muito a evoluir com questões relacionadas ao machismo, racismo e homofobia, já que pessoas que não atendem a um certo padrão estabelecido acabam sofrendo gravemente com as consequências no país. Esse foi o caso de An Sann, uma arqueira que ganhou três medalhas de ouro nas Olimpíadas de Tóquio 2020.

Muitas pessoas do seu país a menosprezaram, mandando que An Sann devolvesse as medalhas apenas por uma coisa: o corte de seu cabelo, relacionado ao feminismo na Coreia do Sul. Com as ofensas que ouviu/leu, e tendo que dar explicações, a atleta certamente se sentiu magoada e pressionada pelas pessoas que deveriam acolhê-la.

Por que devemos ter paciência e empatia pelos atletas?

Os atletas são tão humanos quanto qualquer um. Eles precisam de apoio emocional tanto quanto qualquer outro indivíduo inserido na sociedade. É fato que, mesmo treinando durante anos seguidos, eles não irão ser perfeitos em suas modalidades e está tudo bem.

Exigir a perfeição de alguém, ou colocar uma pessoa em um pedestal, é extremamente perigoso. Todos estamos suscetíveis às falhas e precisamos ter paciência com aquelas pessoas que sabem, de fato, o seu potencial, mas acabaram não conseguindo dar o seu melhor. O importante é mostrar que estamos ao lado dos atletas, independente dos resultados obtidos.