Superado no Pan, Luis Marques mira recuperação no Brasileiro da CBJJ: ‘Quero ser campeão mais uma vez’

Superado no Pan, Luis Marques mira recuperação no Brasileiro da CBJJ: ‘Quero ser campeão mais uma vez’

Por Diogo Santarém

“Luisão” tentou o tricampeonato no Pan-Americano de Jiu-Jitsu da IBJJF neste ano, mas acabou não conseguindo repetir a performance das edições anteriores e ficou sem o título. Entretanto, o foco de Luis Marques agora é outro: o Brasileiro da CBJJ, que está sendo realizado em Barueri (SP) nesta semana e terá disputas até o próximo domingo (5).

Em entrevista à TATAME, o faixa-preta de 36 anos e representante da LR Extreme revelou que sua intenção era de não competir no Brasileiro, mas que a decisão mudou após sua performance no Pan da IBJJF. O foco é o mesmo: buscar o tetracampeonato brasileiro.

“Eu não ia lutar o Brasileiro, mas como eu não tive um resultado positivo no Pan, decidi me inscrever no Brasileiro. Se tudo der certo, quero ser campeão mais vez. Possivelmente, após o Brasileiro, vou dar uma descansada no corpo e na mente”, afirmou.

Aos 36, o atleta compete na categoria dos masters 1 e faz isso com muito orgulho. Tanto que, segundo as palavras do próprio lutador, a categoria master é a principal atração dos campeonatos atualmente e deveria ser mais valorizada pela CBJJ e IBJJF.

“Hoje o cenário competitivo está muito equilibrado. A categoria adulta está em ascensão, mas você vê vários atletas competindo na categoria de masters, como no Mundial de Abu Dhabi, onde tivemos o Xande (Ribeiro), o Paulinho Baraúna, Rômulo Barral, Marcos Tinoco… Todos eles lutam na categoria. Ela ainda não é muito valorizada tanto quanto a de adulto, mas vem crescendo muito. Na minha opinião, a categoria master é o que move as competições. Analisando uma categoria master em uma determinada faixa contra uma de adulto, o número de atletas master é muito maior. Como a CBJJ vem valorizando agora os atletas um pouco tarde, eles também deveriam pensar um pouco na categoria master. Afinal, quem banca o evento somos nós, os masters”, analisou o casca-grossa.

O atleta também competiu recentemente no evento BJJ Stars, de lutas casadas e que cresce a passos largos no cenário da arte suave. Luis comemorou sua participação no GP Super 8, onde triunfou, e comentou a visibilidade que sua performance lhe trouxe, principalmente nas redes sociais. Além disso, o faixa-preta já confirmou presença na próxima edição do evento, em Manaus, contra um adversário ainda não definido.

“O BJJ Stars trouxe uma visibilidade absurda para mim. Eu tive em torno de 36 horas um ganho de 1.500 seguidores de todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos e do Brasil. Eu gastei praticamente dois dias para responder todo mundo. Pra mim, o evento sempre vai ter uma visibilidade muito grande, até porque ele é transmitido para o mundo todo e isso facilita a divulgação do nosso trabalho. Eu volto agora em outubro na edição de Manaus, e o Fepa (organizador) me confirmou que eu vou lutara no card principal contra um adversário não definido ainda, mas que possivelmente será um morador de Manaus ou que more fora (do Brasil). Já estou na expectativa”, revelou ele.

Luis Marques também avaliou sua performance no Pan da IBJJF, e a classificou como “falha”. Ele justificou que fez algumas mudanças na sua rotina na semana do evento que acabaram fazendo diferença durante a competição, afetando principalmente seu preparo físico. Ele ainda comentou sobre sua luta contra Leandro Pedrosa no peso absoluto, grande amigo pessoal, citando a dificuldade que é enfrentar um amigo no tatame.

“Minha campanha no Pan eu achei que ficou falha. Eu fiz algumas mudanças para o evento e acabei não me adaptando. Geralmente eu chego uma semana antes para me adaptar ao fuso horário e ao clima (do local), mas dessa vez eu quis trocar a rotina e acabei chegando muito em cima da luta, não me adaptei com o fuso e não consegui dar aquele treino para soltar mais o meu corpo. Eu acabei sentindo isso na luta, pois no sábado eu já não estava lutando tão bem e na luta mais dura, na semifinal, que eu precisava de um gás a mais, acabou faltando isso. No absoluto eu tive a infelicidade de lutar com o Pedrosa, que é um atleta de outra equipe, mas é um amigo particular. Nós viajamos juntos, treinamos juntos e nos hospedamos juntos. A gente caiu junto logo na minha primeira luta, e a gente já sabia que nós dois tínhamos condições de chegar na final do absoluto. Foi uma luta muito difícil, ele me ganhou por 3 a 1 nas vantagens. É muito difícil de lutar contra ele, porque é um cara de 105kg, mas é muito flexível, então fica muito complicado de passar a guarda dele. Ele também tem um jogo muito forte no 50/50, com uma variação de ida para as costas. Então, para mim, foi muito difícil lutar com ele, assim como foi pra ele lutar contra mim. Ele acabou sentindo o condicionamento físico e perdeu na semifinal para o Rafael Formiga, que foi o campeão absoluto mais uma vez”, encerrou o experiente lutador.