Você se sente seguro para voltar a competir Jiu-Jitsu em meio à pandemia? Atletas e seguidores opinam; veja

Você se sente seguro para voltar a competir Jiu-Jitsu em meio à pandemia? Atletas e seguidores opinam; veja

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Com o afrouxamento do isolamento social em diversos estados do Brasil, eventos de Jiu-Jitsu estão começando a retomada das atividades no país. No entanto, diferente da realidade de ginásios lotados antes da crise sanitária, o atual cenário é diferente: limite no número de inscritos, redução no quadro de árbitros e staffs, proibição de público nas arquibancadas, entre outras medidas de segurança.

A TATAME abriu debate no Instagram para saber se os lutadores se sentiam seguros para competir no atual cenário da pandemia do novo coronavírus, mesmo sem ter uma vacina. Alexandre Souza, um dos maiores produtores de eventos de Jiu-Jitsu do país, já esteve presente na realização do Thunder Fight BJJ, em agosto, e do Prime Experience, em setembro. Alê comentou que os atletas, em geral, não estão com receio de voltar.

“Os atletas não têm deixado de procurar (os eventos) por medo da pandemia ou falta de vacina. Na verdade, os atletas que não estão competindo é porque não estão treinando por conta das academias fechadas. Agora, os atletas que se mantiveram treinando, estão sedentos por competições. O primeiro evento que nós fizemos, o Thunder Fight BJJ, teve um número satisfatório de inscritos. Na sequência, tivemos o primeiro campeonato, de fato, que foi o Prime Experiencia em Brasília. Tivemos 308 atletas, porque encerramos antes as inscrições. O nosso objetivo era bater 300 atletas e foi muito rápido atingir essa marca”, explicou Alê.

Há cerca de cinco anos, Marcelo Dourado, faixa-preta de Jiu-Jitsu, vem participando das principais competições na categoria master e fazendo superlutas. Desde que começou a pandemia, em março, o lutador entrou em isolamento social e tem treinado Jiu-Jitsu apenas com a esposa, em casa. Mesmo com a reabertura das academias no Rio de Janeiro, ele não tem ido realizar os treinos de arte suave. Em contrapartida, contou que aproveitou o período para trabalhar o condicionamento físico. Dourado afirmou que não é contra o retorno dos eventos, mas que não se sente seguro para competir ou treinar.

“Na realidade, não sou contra que tenham os campeonatos, afinal, tudo está voltando a acontecer, a economia girar… Os campeonatos estão rolando, as pessoas dizem que tomam medidas que possam prevenir o contágio. Eu discordo. Acho que os campeonatos devem voltar, quem se sente seguro, deve voltar (a competir). Mas, eu não me sinto seguro. Estão morrendo muitas pessoas ainda, não consigo me acostumar com esses números de mortes diárias, principalmente aqui no Rio, onde eu moro. Estou esperando para voltar, não me sinto seguro para treinar ainda. Acho que o Jiu-Jitsu é um contato extremo. Eu mesmo deixei de competir em eventos que valiam dinheiro”, comentou o faixa-preta, que seguiu:

“Ainda preciso dar o exemplo como faixa-preta, professor e seguidor da ciência. Acho que ainda não é o momento. Vou esperar. Tem gente que precisa trabalhar todo dia, essas pessoas poderiam estar se protegendo e elas precisam não ficar doentes, porque não vão ter assistência médica. Afinal de contas, o meu plano de saúde também é o SUS (Sistema Único de Saúde). Tenho que me preservar, porque eu já tive três pneumonias. Não é o medo de morrer que me afasta, mas essa pandemia é um processo coletivo que exige disciplina geral. Se todos tivessem cumprido a quarentena, estaríamos em outro estágio”.

Através de uma publicação no Instagram, a TATAME também abriu espaço para os seguidores opinarem sobre o assunto e colocaram os seus pontos de vista. Confira abaixo algumas opiniões dos seguidores:

“Sim, sim, com protocolos de saúde, acho válido”, @pablobjjlion.

“Sinceramente, não. Da mesma forma também não me sinto seguro em treinar na academia. A pandemia não acabou e ainda tem gente morrendo!”, @rafaelfeitosaoficial.

“Não, somente quando tiver uma vacina. Normalmente, nas competições só nos apresentamos no dia do campeonato. Eu acredito que não vão fazer exames antes das lutas, só a aferição de temperatura não é confiável como prevenção do vírus”, @sidbjj.

“Se tiver todos os cuidados e mais alguns, sim. Essa tão sonhada vacina não chega em menos de 1 ano – creio eu – e temos que continuar nossas vidas, temos que aprender a conviver com o vírus”, @bpfilho.