Em Londres, Cláudio Hannibal fala sobre a situação do coronavírus e cita expectativa por nova luta no UFC: ‘Estou pronto’
* Morando há anos em Londres, na Inglaterra, Cláudio Hannibal acompanha de perto a difícil situação do país no combate à pandemia global do coronavírus. Atualmente, o Reino Unido possui mais de 37 mil mortes ligadas à COVID-19, no entanto, é evidente a diminuição de casos e óbitos por conta do vírus. Dessa forma, aos poucos, as autoridades locais aplicam medidas para que a população volte de forma controlada à sua rotina, sem deixar de lado as orientações para evitar o contágio do coronavírus.
Embalado por cinco vitórias consecutivas no UFC, o brasileiro, logicamente, sofreu duros impactos por conta do período de quarentena que foi implementado em razão da pandemia, todavia, manteve os treinos de uma maneira adaptada e garante estar pronto para lutar caso a organização o convoque para um duelo. Em entrevista à TATAME, Hannibal não escondeu a vontade de atuar em cards do UFC nos Estados Unidos ou até mesmo na tão comentada “Ilha da Luta”.
“Claro que eu quero lutar em qualquer lugar, pode ser nos EUA, pode ser nessa Ilha da Luta. Ninguém sabe ainda exatamente onde vai ser essa ilha, mas eu estou esperando ser convocado para lutar lá ou em qualquer outro lugar. Estou até voltando para a American Top Team no próximo mês e eu não parei de treinar em nenhum momento. Se me chamarem para lutar amanhã, eu estou pronto”, assegurou o lutador.
Confira a entrevista completa com Cláudio Hannibal:
– Situação da pandemia em Londres
A situação aqui foi bem alarmante, porque não tinha ninguém na rua e as pessoas estavam com medo, com pânico mesmo. Uma cidade como Londres não ter ninguém nas ruas é algo inimaginável, você andava nas avenidas mais movimentadas e não tinha nada, ninguém, parecia uma cidade fantasma. O pessoal respeitou demais o Lockdown e ficaram alarmadas, dava para ver o medo na cara das poucas pessoas que estavam na rua. Só saíam para ir ao mercado fazer compras ou fazer coisas essenciais mesmo.
– Situação das academias e rotina em Londres
Aqui na Europa, a Suécia não implementou o Lockdown e as academias ficaram abertas. Aqui em Londres, as academias estão fechadas ainda e acredito que só voltam às atividades em outubro. Pelo o que me falaram, parece que na próxima semana, para quem é profissional da luta, as academias vão ser abertas. Eu me mantive treinando, tive um amigo que abriu a academia para que eu pudesse treinar e eu também treinava no parque, em local aberto e sem aglomeração. Quanto à rotina aqui em Londres, os restaurantes estão abertos, mas ninguém pode entrar, você só pode comprar a comida e nem entra, eles te atendem da porta para fora. Já liberaram as pessoas a saírem, ficarem na rua… Agora é verão em Londres e está bem movimentado. Óbvio que não como antes, como era normalmente, mas já está bem melhor.
– Como você procura manter a forma e os treinos durante a pandemia?
Eu venho treinando bastante. Durante essa pandemia, eu treinei muito Kickboxing no parque, fiz muita manopla e treinei bastante a parte técnica. Já tem umas três semanas que venho treinando Jiu-Jitsu com um amigo que abriu a academia para que eu pudesse treinar, então não fiquei parado totalmente, ainda bem que tive esse pessoal que abriu as portas para mim. Foi muito bom, porque me mantive focado, até para não ficar pirado, surtar, né? (risos). Se você ficar parado, sem fazer nada, a mente cobra depois.
– Com a visão da situação aí em Londres, qual orientação você passaria aos brasileiros?
O brasileiro precisa seguir as regras de isolamento, isso é essencial. Aqui em Londres e na Europa, o índice de violência doméstica e suicídio, infelizmente, aumentou. O pessoal precisa ocupar a mente e a sua rotina com coisas que a façam felizes e a mantenham com a mente sã. É seguir o que tem que ser feito e o que as autoridades de saúde determinam, não tem outro jeito. Só assim o Brasil vai superar esse vírus, assim como já está começando a acontecer aqui na Europa, onde as coisas, aos poucos, estão voltando a uma certa normalidade.
– Você estaria pronto para lutar caso o UFC o convoque para um duelo?
Eu posso entrar nos Estados Unidos a hora que eu quiser, porque sou cidadão britânico, tenho a cidadania. O problema é quem está no Brasil, aí é que não pode viajar para os EUA. Claro que eu quero lutar em qualquer lugar, pode ser nos EUA, pode ser nessa Ilha da Luta. Ninguém sabe ainda exatamente onde vai ser essa ilha, mas eu estou esperando ser convocado para lutar lá ou em qualquer outro lugar. Estou até voltando para a American Top Team no próximo mês e eu não parei de treinar em nenhum momento. Se me chamarem para lutar amanhã, eu estou pronto.
* Por Mateus Machado