Embalada, Jandiroba analisa luta contra Mackenzie no UFC 256 e destaca: ‘É um divisor de águas’

Embalada, Jandiroba analisa luta contra Mackenzie no UFC 256 e destaca: ‘É um divisor de águas’

* A expectativa é grande para o duelo entre Mackenzie Dern e Virna Jandiroba, que acontece no próximo sábado (13), em Las Vegas (EUA), no card do UFC 256. Oriundas do Jiu-Jitsu, as atletas fizeram a transição para o MMA em períodos distintos, mas seguem tendo a arte suave como a principal especialidade. Além do aguardado embate entre as feras da luta agarrada, o confronto ganha uma importância maior pelo fato de ambas, atualmente, fazerem parte do Top 15 da categoria peso-palha. Ou seja, quem triunfar, automaticamente, passa a integrar o Top 10 e fica ainda mais próxima à sonhada disputa de título na divisão.

Com 32 anos e um ótimo cartel de 16 vitórias e apenas uma derrota no MMA profissional, Virna é ex-campeã peso-palha do Invicta FC – evento americano que realiza apenas lutas femininas – e, embalada por duas vitórias consecutivas no Ultimate, não esconde o sonho de também conquistar o cinturão dos 52kg na maior organização de MMA do mundo. Ciente do grande desafio que terá pela frente, a “Carcará” afirmou o que espera do embate diante de Mackenzie, que também venceu suas duas últimas lutas na companhia.

“Somos duas lutadoras muito perigosas, finalizadoras, então vai ser uma luta bem tensa (risos), e acho que vencida na inteligência, na estratégia, esse é o caminho. Apesar de virmos do Jiu-Jitsu, temos um estilo um pouco distintos. A Mackenzie tem um jogo um pouco mais solto, trabalha muito bem na guarda, enquanto eu tenho um jogo mais justo, de pressão mais conservadora. Vamos colocar esses estilos em jogo no sábado e vamos ver no que vai dar (risos)”, disse a baiana.

Veja a entrevista completa com Virna Jandiroba:

– Preparação para o duelo contra Mackenzie Dern

Foi um camp muito especial, porque nós conseguimos, graças ao último bônus que recebi na última luta, fazer uma preparação mais completa, mais profissional. Conseguimos levar algumas meninas para a Bahia, para treinar com a gente, visando aumentar a qualidade dos treinos, formamos um time de profissionais muito qualificados. Foi uma preparação excelente, com todos enxergando as mesmas coisas e agora é colocar tudo em prática na luta.

– Vocês são oriundas do Jiu-Jitsu. Por conta disso, acredita que a luta vai se desenrolar no solo?

Não acho que vai ser uma luta totalmente baseada no Jiu-Jitsu. Se trata de MMA, as coisas são um pouco diferentes, são vários aspectos que a gente precisa lidar. Mas acredito que a luta de chão vem de uma forma natural, porque tanto a Mackenzie quanto eu somos especialistas, então é algo automático, uma segunda natureza nossa. Acredito que vai ter luta de chão, sim, é algo natural pra gente, mas tudo pode acontecer na hora da luta.

– Trajetória no Jiu-Jitsu antes de migrar para o MMA

Eu fazia Judô, e aí fui convidada para fazer um treino de Jiu-Jitsu aos 15/16 anos, me apaixonei e dois meses depois já estava competindo. Eu competi bastante, com grandes nomes, como a Bia Mesquita e outras feras do Jiu-Jitsu feminino. Como venho do interior da Bahia, não tinha condições para disputar muitos eventos no Sul e Sudeste, então eu competia uma, duas vezes ao ano, mas cheguei a competir muito de quimono. O Jiu-Jitsu é um estilo de vida, costumo usar a luta como uma metáfora para a minha luta, é algo que faz parte, de fato, da minha vida.

– Sonho de ser campeã peso-palha do UFC

Eu nunca escondi minha ambição de ser campeã também dentro do UFC. Hoje em dia penso em fazer isso, mas dando um passo de cada vez, ganhando uma luta, treinando muito, mas é isso que está na minha cabeça, chegar ao Top 5 e disputar o cinturão. Isso não sai da minha cabeça. Mas vivendo o agora, o presente, porque uma hora a gente chega lá.

– O que você espera desse combate contra a Mackenzie Dern?

Somos duas lutadoras muito perigosas, finalizadoras, então vai ser uma luta bem tensa (risos), e acho que vencida na inteligência, na estratégia, esse é o caminho. Apesar de virmos do Jiu-Jitsu, temos um estilo um pouco distintos. A Mackenzie tem um jogo um pouco mais solto, trabalha muito bem na guarda, enquanto eu tenho um jogo mais justo, de pressão mais conservadora. Vamos colocar esses estilos em jogo no sábado e vamos ver no que vai dar (risos).

– Importância da luta contra Mackenzie visando o plano de chegar ao Top 5

Essa luta é um divisor de águas, primeiro por ser contra uma atleta bem renomada e por poder me colocar numa posição ainda mais privilegiada dentro da categoria, é importante me consolidar na divisão, para que possam começar a me enxergar futuramente como uma candidata ao posto de desafiante ao cinturão peso-palha.

– ‘Gratidão’ ao UFC e planos para 2021

2020 foi um ano atípico, mas ainda assim agradeço bastante, porque foi um ano generoso comigo e estou indo para minha segunda luta, então fico feliz pelo esforço do UFC em manter os eventos, mesmo diante de todas as dificuldades. Em 2021, espero que o cenário esteja melhor e que eu consiga fazer camps fora do país, sem medo, sem receios. é muito ruim viver com medo. Em 2021, quero investir mais em mim, vir para os EUA e estar mais tempo aqui. Quero lutar, lutar muito, e chegar cada vez mais próxima dos meus objetivos.

CARD COMPLETO:

UFC 256
UFC Apex, em Las Vegas (EUA)
Sábado, 12 de dezembro de 2020

Card principal (0h, horário de Brasília)
Peso-mosca: Deiveson Figueiredo x Brandon Moreno
Peso-leve: Tony Ferguson x Charles do Bronx
Peso-leve: Renato Moicano x Rafael Fiziev
Peso-médio: Kevin Holland x Ronaldo Jacaré
Peso-pesado: Junior Cigano x Ciryl Gané

Card preliminar (20h, horário de Brasília)
Peso-pena: Cub Swanson x Daniel Pineda
Peso-palha: Mackenzie Dern x Virna Jandiroba
Peso-palha: Tecia Torres x Sam Hughes
Peso-pena: Billy Quarantillo x Gavin Tucker
Peso-pesado: Sergey Spivak x Jared Vanderaa
Peso-meio-médio: Li Jingliang x Adversário a ser definido
Peso-pena: Chase Hooper x Peter Barrett

* Por Mateus Machado