Estrela em ascensão da GFTeam, Gutemberg analisa começo na faixa-preta e cita lições de Rodolfo Vieira

Estrela em ascensão da GFTeam, Gutemberg analisa começo na faixa-preta e cita lições de Rodolfo Vieira

Por Vitor Freitas

Gutemberg Pereira tem apenas 25 anos e ostenta na cintura a faixa-preta de Jiu-Jitsu desde 2017. Estrela da nova geração da GFTeam, Guto é um dos nomes mais balados da escuderia desde Rodolfo Vieira, o maior campeão da equipe, com cinco títulos mundiais, e prova disso são suas recentes conquistas.

Em 2017, sua última temporada como faixa-marrom, o baiano hoje radicado em Ohio, nos Estados Unidos, acumulou títulos importantíssimos pela International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF) como, por exemplo, o Campeonato Mundial. Depois, foi ao topo do Mundial da UAEJJF, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

Depois da sua consagração como um dos melhores faixas-marrom daquele ano, Julio Cesar, seu professor, o promoveu para a faixa-preta. Já em 2018, Guto teve poucas participações por conta de uma lesão, mas nada o que impedisse de mostrar seu bom jogo no Jiu-Jitsu, seja por cima ou por baixo. Os seus primeiros títulos na faixa-preta foram as medalhas de ouro no Chicago Open da IBJJF, medalha de ouro no Grand Slam Tóquio e o cinturão do Fight to Win, quando destronou Tim Spriggs, fera da Lloyd Irvin.

De volta à sua rotina em Ohio, nos Estados Unidos, depois de curar a lesão no LCL e no quadril, Gutemberg atendeu ao telefonema do nosso repórter e, em entrevista exclusiva à TATAME, contou sobre suas primeiras impressões na faixa-preta na última temporada.

“Foram boas as minhas participações, na minha visão. Eu lutei com alguns caras que eram espelho para mim quando mais novo, ganhei de muitos caras duros e também perdi para alguns. Ganhei experiência suficiente para nesse segundo ano, como faixa-preta, colocar minha mente no lugar certo e focar somente no meu jogo para que possam vir mais bons resultados. Mas o resultado foi positivo, acho que todo mundo tem dificuldades no primeiro ano e não foi diferente comigo”, analisou um focado Gutemberg, antes mesmo de falar sobre sua rotina de professor e atleta à frente da GFTeam Ohio.

“É uma missão, para te ser sincero. É complicado você dividir sua mente em dois objetivos. Eu tive a sorte de começar a dar aulas na faixa-marrom, então a pior fase eu passei na faixa-marrom e hoje em dia eu já estou mais adaptado. Mas continua a ser difícil, pois, às vezes, você tem um dia de treino puxado e saindo do treino você tem seus afazeres do trabalho. Mas eu me viro da forma que posso. Organizo meu calendário diário certinho para eu ter tempo para tudo e não sobrecarregar a minha mente com estresses do trabalho”.

Jovem e muito talentoso desde novo, Gutemberg viveu dia de glórias na faixa-roxa e marrom, onde viu sua visibilidade aumentar. Agora, como faixa-preta profissional, quer repetir o feito passado e, para isso acontecer, recebeu boas lições do seu ídolo, Rodolfo Vieira.

“O Rodolfo, com certeza, foi um grande ídolo e inspiração para todos nós. Ele tinha o poder de motivar a galera em só de estar no tatame, só de ver o Rodolfo treinando você ficava motivado para treinar. Mas uma lição super valiosa que eu aprendi com ele foi sobre ética de trabalho. Eu prestava atenção em várias coisas que ele fazia. Era super difícil dele desviar da sua dieta, fazia todos os treinos do dia certinho e outras coisas que tive a oportunidade de presenciar vivendo um pouco com ele. A ética de trabalho foi uma das lições mais valiosas que eu aprendi com ele e coloco em prática”, comentou.

Gutemberg já volta a lutar no próximo dia 23 de fevereiro, contra Lucas “Hulk”, num duelo por equipes entre GFTeam e Atos, nos Estados Unidos. Depois, num curto espaço de tempo, ele retorna para defender o cinturão do Fight to Win Pro contra Alexandre Ceconi, em Houston, no Texas.

“Eu estou com o calendário cheio de competições nesse ano e estou muito feliz de estar de volta, competindo. Minha primeira competição vai ser em um duelo da GFTeam x Atos. Eu luto contra o duríssimo Lucas Barbosa e estou feliz de lutar com um cara do nível dele pra começar o ano. Logo após eu defendo meu título no Fight to Win contra o Ceconi, outro campeão mundial que eu vou ter o prazer de dividir o tatame com ele e travar uma guerra lá no Texas. Depois, eu volto para Columbus para uma luta que talvez aconteça. Estamos fechando ainda e negociando, mas garanto que é um cara do sem quimono muito duro e que vai ser um show para galera que tiver assistindo. A meta da temporada, como sempre falo, é que nem o Desenho Pink e Cérebro: ‘Treinar todos os dias para conquistar o mundo’ (risos)”, encerrou.