Faixa-marrom troca trabalho de engenheiro civil para ser atleta de Jiu-Jitsu nos EUA; conheça a história

Faixa-marrom troca trabalho de engenheiro civil para ser atleta de Jiu-Jitsu nos EUA; conheça a história

Inicialmente, Gerson Alef tinha um bom emprego no Brasil. Ele exercia a profissão de Engenheiro Civil em São Luís, no Maranhão, mas preferiu deixar a profissão de lado para seguir sua jornada no Jiu-Jitsu. A decisão de mudar de carreira gerou frutos importantes para o jovem a longo prazo.

Hoje, com 26 anos , Alef vive o propósito de ser um atleta de alto rendimento no Jiu-Jitsu. Atualmente em Morgan Hill, na Califórnia, o jovem atleta relata a experiência de vivenciar o esporte num país de primeiro mundo como os Estados Unidos.

“Quem vem para os Estados Unidos ou para outro país para viver do Jiu-Jitsu, provavelmente, se abdicou de tudo em seu país de origem. Tem gente que deixou a família, amigos e antigas profissões… Então, isso deixa você muito mais faminto pelo sucesso e você passa a levar isso com mais seriedade. Os EUA proporcionam mais oportunidades para o atleta e o professor de Jiu-Jitsu. Quanto mais você trabalha, mais oportunidades você recebe. Ser bom profissional é sinônimo de oportunidades”, explica o atleta da Gracie Barra, antes de contar os benefícios em sua mudança de mentalidade para ter sucesso na carreira dentro e fora dos tatames.

“Eu passei, de fato, a cuidar do meu corpo em todos os sentidos, tanto físico como mental, pois hoje ele é minha principal ferramenta de trabalho. Aqui, eu aprendi que mais importante que um título mundial é você ter um plano de carreira a longo prazo relacionado ao business do Jiu-Jitsu. No final das contas, as medalhas serão apenas boas lembranças, mas não pagaram o aluguel”, alerta.

Gerson é, hoje, um dos principais faixas-marrom do circuito competitivo. O atleta acumula medalhas importantes no Orlando, Washington, Oklahoma Open da International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF), além de vitórias no NAGA, Fight to Win e Grappling Industries, três torneios expressivos nos Estados Unidos. A seguir, ele detalha a diferença entre Brasil e Estados Unidos no quesito treinamento de alto rendimento.

“O treinamento, técnicas e posições são, basicamente, o mesmo do Brasil, porém, se tem uma estrutura melhor nas academias daqui. É possível também ter acesso a mais coisas que ajudam a melhorar na sua evolução, como academias de alta qualidade para preparação física, suplementação barata e patrocínio”, explica Alef.

O aluno do professor Ivaldo Alves também fala do nível dos americanos em disputas sem quimono e aponta o diferencial, em sua visão. Para ele, o Wrestling é uma habilidade essencial para sair na frente nas disputas sem o tradicional paletó de algodão.

“Quando falamos de No-Gi, eles possuem uma metodologia e um jogo um pouco diferente, onde usam muitas chaves de calcanhar e cruzada para dentro, o que sempre foi proibido no Brasil. Isso faz muita diferença quando você vai lutar em um evento sem quimono aqui, nos Estados Unidos. Então, estou tendo que adaptar um pouco meu jogo no sem quimono. Outra diferença específica é o Wrestling, que alguns atletas praticam desde criança nas escolas. O Wrestling ajuda muito na evolução do Jiu-Jitsu”, concluiu.