Faixa-preta de Jiu-Jitsu aponta possíveis novos casos de assédio e abuso: ‘Tem casa para cair aí’

O mundo do Jiu-Jitsu recebeu com tristeza e indignação a notícia envolvendo o professor da modalidade Alcenor Alves, que foi preso no final de novembro, em Itajaí (SC), sendo acusado de abuso sexual e estupro de vulnerável. O caso repercutiu rapidamente em todo o país e, nos últimos dias, Alcenor foi transferido para Manaus, tendo em vista que o mandado de prisão temporária foi expedido pela Justiça do Amazonas.

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Desde que o caso envolvendo os supostos estupros veio à tona e as investigações seguem em andamento, algumas atitudes foram tomadas. Principais entidades do meio do Jiu-Jitsu, a CBJJ e a IBJJF anunciaram, por exemplo, o banimento de Alcenor Alves dos seus quadros. Dessa forma, o professor de Jiu-Jitsu está proibido de participar de eventos e atividades promovidas por ambas as federações.

Além disso, logo após a notícia envolvendo a prisão de Alcenor Alves, os campeões mundiais de Jiu-Jitsu Matheus Gabriel, Meyram Maquine, Ary Farias e Thalison Soares fizeram um forte relato, através das redes sociais, denunciando o faixa-preta.

Em meio à grande repercussão envolvendo a prisão de Alcenor Alves, Viktor Doria, faixa-preta de Jiu-Jitsu e empresário, concedeu entrevista ao podcast “Connect Cast” e alertou para possíveis novos casos envolvendo abuso sexual e assédio que podem surgir no meio do Jiu-Jitsu.

“Quantos craques provenientes de projetos sociais de Jiu-Jitsu têm aí? Você vê o Cícero Costha, formou quantos craques? O Márcio de Deus… Quantos craques têm formados? Tem muita gente fazendo muita coisa boa, só que é maçã… Infelizmente também tem maçã podre no meio disso. E não é só esse cara (Alcenor Alves) que foi pego. Tem mais ‘nego’. Tem mais coisa acontecendo, infelizmente”, disse Viktor Doria, que seguiu:

“Desse nível, de um nível, talvez, sem ser criança, mais de um nível de assédio. Eu não quero especular, porque são acusações muito graves. Se eu tivesse provas, eu colocaria aqui na mesa, mas eu não tenho. Mas tem gente aí que deve estar roendo as unhas de ver essa notícia que saiu agora. Tem casa pra cair ainda aí”, finalizou.

Relembre o caso

De acordo com as investigações, até o momento 12 meninos foram vítimas do faixa-preta Alcenor Alves, que foi preso no dia 23 de novembro. Os supostos abusos aconteciam há pelo menos 15 anos, durante viagens para competições fora do estado do Amazonas.

Delegada responsável pelo caso, Juliana Tuma destacou que o perfil das 12 vítimas que procuram a polícia era bem semelhantes: “O perfil dessas vítimas todas eram de baixa renda, outras também com questões de vulnerabilidade econômica e social e que só tinham o esporte ali como saída para uma vida de sucesso”, destacou a delegada.

A prisão do faixa-preta aconteceu durante uma competição em Santa Catarina. O torneio de Jiu-Jitsu era voltado para crianças e adolescentes, realizado no Litoral Norte de Santa Catarina.

Preso, Alcenor Alves está banido de qualquer evento que seja organizado pela IBJJF e CBJJ (Foto: Reprodução)

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